Olá pessoal! Meu nome é Alucard, amigo do Orakio Rob, que me passou este belo blog saudosista. Gostaria de contribuir com uma matéria que eu fiz há um tempo, sobre um dos meus jogos favoritos: VALIS! A turma do Mega Drive e do PC-Engine certamente vai lembrar deste clássico jogo de plataforma, e para aqueles que nunca ouviram falar, fica aí a dica para conhecerem ^^.
Enjoy it!
The Legend of a Fantasm Soldier Valis valis3_yukostand.gif

A série Valis é mais uma daqueles bons e velhos jogos que ficaram esquecidos nas gerações mais antigas dos videogames (games como Streets of Rage, Contra, Thunder Force, Wing Commander, entre outros) e que mereciam voltar na geração atual dos videogames.

No caso de Valis, a série acabou morrendo mesmo na geração dos 16 Bits, mas antes disso teve toda sua glória em videogames como o Mega Drive e o PC-Engine. O primeiro jogo foi lançado em 1986 para os consoles MSX, e ganhou quatro sequências diretas, sendo o último Valis IV, lançado em 1991 para o PC-Engine.

Durante estes cinco anos a série teve quatro games, um número bastante expressivo que nem grandes nomes da época conseguiram igualar (como Streets of Rage ou Golden Axe) o que prova que realmente foi um sucesso para a sua fabricante, a Telenet (mais lembrada aqui como a saudosa Renovation/ Wolfteam).

Depois disso a franquia caiu no abismo do esquecimento e nunca mais retornou. A Telenet, apesar de ainda existir, não é mais a mesma, sem aquela força que tinha na época dos 16 Bits. Ela tentou um revival na série, e lançou em 2004 um Box Set que reunia todos os quatro games para PC-Engine. No ano seguinte um remake do primeiro Valis (ou seja, o desta review que você está lendo) foi lançado para os celulares japoneses. Apesar da boa (ou má?) vontade da empresa, a série não emplacou novamente. Em 2006, quando a série completou 20 anos, veio o golpe de misericórdia: a empresa ia lançar uma série de jogos hentais com os personagens Valis. Enquanto franquias como Zelda e Castlevania, que também completaram 20 anos neste mesmo ano, comemoravam com jogos novos e Box Set especiais, a série Valis era relembrada com um lixo hentai.

Injustiças e histórias a parte, vamos relembrar do jogo Valis em sua glória. Como eu disse antes, Valis I foi lançado em 1986 para o MSX e computadores japoneses. Em 1991 ele ganharia o seu segundo remake (o primeiro foi uma versão horrível para Nes lançado em 1988), lançado então para o Mega Drive.

O jogo ganhou em qualidade se comparado com o original para MSX. As maiores mudanças ficaram por conta da adição de cutscenes em estilo anime entre as fases e a trilha sonora, que apesar de ser a mesma do MSX, voltava com belíssimos arranjos para o Mega Drive.

Graças às cutscenes, o enredo do jogo ficou mais sólido, as personagens ficaram mais ricas e interessantes, o que se tornaria então a marca registrada nos games seguintes. Valis era um jogo de plataforma como qualquer outro, e em termos técnicos, não possuia nada de especial ou inovador.

Porém sua bela e fantasiosa história e seus personagens marcantes faziam com que o jogo se destacasse, ainda mais por ser um jogo no estilo plataforma, um estilo no qual as empresas não se preocupavam em produzir grandes histórias de fundo (vide grandes nomes na época como Mario, Sonic, Castlevania, etc). Histórias mais complexas e desenvolvidas eram quase uma exclusividade para os RPGs. Por isso quando joguei Valis pela primeira vez lá nos anos 90, eu me apaixonei pela série. Ela possuia uma história muito rica, com grandes momentos, com reviravoltas, com personagens magníficos que apesar de serem apenas ficção, tinham em suas ações características tão humanas. O jogo tinha em foco temas como a amizade verdadeira, a confiança, a lealdade. São estes os pontos fortes da série, que fizeram seu sucesso contando uma saga grandiosa, tendo seu apogeu no terceiro capítulo da série.

Agora que você já leu sobre o background de Valis, leia abaixo a análise completa do jogo.

A Lendária Guerreira Valis

Já na bela abertura do game você irá conhecer a protagonista do jogo: uma jovem colegial chamada Yuko Ahso. Ela está acabando de sair da sua escola quando começa a chover. Yuko então se protege da chuva ficando embaixo de um toldo e pensando sobre os estranhos sonhos que vem tendo.

Aparece de surpresa então Reiko, uma colega de Yuko que veio se despedir pois está se mudando. Reiko fala algumas coisas estranhas, o que deixa Yuko meio confusa, mas a mocinha ruiva acaba indo embora deixando Yuko com seus pensamentos.

Yuko então sente um tremor no chão. Um portal se abre da parede e um monstro saí dele querendo matar Yuko. Sem ter para onde fugir, a jovem grita por socorro. Um brilho intenso aparece na frente da jovem, e desta luz uma espada surge. Uma voz diz para Yuko pega-la, e assim que ela o faz, uma energia saí da espada destruindo a criatura que estava prester a matar Yuko.

O jogo então começa. Você está controlando Yuko, ainda com sua roupa de colegial pelas ruas da cidade, que está infestada de monstros. Empunhando esta estranha espada, você deve cruzar a cidade até chegar ao metrô subterrâneo, onde lá se encontra outra criatura que tem como objetivo pegar a espada de Yuko.

Ao derrotar o monstro, Yuko é transportada para outra dimensão, conhecida como Dreamland. Lá ela conhecea a rainha Valia, que lhe explica o que está acontecendo. Dreamland é um mundo paralelo ao nosso que está sendo destruído pelo tirano Rogles, que veio de Dark World, outra dimensão paralela. Rogles está invadindo com a sua tropa de monstros não apenas Dreamland, mas agora também o mundo humano.

Valia diz que Yuko é a única que pode deter Rogles, pois ela possui o Yin/Yang (as forças do bem e do mal) perfeitamente equilibrados e que a jovem estava destinada a ser a Guerreira Valis. Yuko, amedrontada, não quer saber de nada disso e deseja apenas voltar para a sua casa, mas ela não tem escolha e é transformada por Valia na lendária Guerreira Valis, com a missão de destruir Rogles e seu exército.

uuuuhhhh coisinha linda

Personagens

Yuko Ahso: Uma jovem colegial como qualquer outra que acaba parando no meio de uma guerra. Convocada por Valia, rainha de Dreamland, Yuko tem como destino ser a lendária portadora da espada mágica Valis, mesmo contra a sua vontade.


Reiko Kirishima: Colega de Yuko na escola. Ela aparece já na abertura, mas depois que Yuko se transforma na Guerreira Valis, Reiko reaparece como o braço direito de Rogles. Seduzida pelas forças do mal, Reiko transforma-se na Guerreira das Sombras, com o único propósito de matar Yuko.


Valia: Governante de Dreamland, é ela quem convoca Yuko para ser a lendária Guerreira Valis. Valia não dá opção para Yuko e praticamente a força a lutar contra Rogles e seu exército. Segundo ela, Yuko é a única pessoa capaz de empunhar a espada Valis e salvar Dreamland e o mundo humano.


Rogles: O grande vilão do jogo. Um terrível dark lord com o objetivo de conquistar Dreamland e o mundo humano com o seu exército de monstros. Muito esperto, ele consegue manipular Reiko, a amiga de Yuko, que agora possui uma grande sede de sangue e deseja matar a Guerreira Valis.



Gráficos

Como eu já disse no início desta análise, Valis não possui gráficos inovadores ou arrasadores, ficando no padrão dos jogos de plataforma da época. São gráficos simples, que não usam toda a capacidade do Mega Drive, mas são bem feitos e dão conta do recado.

Os personagens possuem um design muito bacana, principalmente os chefes de fase, que são os generais de Rogles. Temos uma mulher águia, um mago, um dragão de duas cabeças entre outros. Alguns deles possuem suas próprias histórias (contadas apenas no manual do jogo), como Gyeda, o primeiro chefe que é um monstro grandalhão mas fiel a Rogles. O mago Izard, que luta contra Yuko para ter certeza que ela conseguirá derrotar Rogles. Venon, o chefe da fase de fogo, que finge ser leal a Rogles mas no fundo deseja a espada Valis para derrotar seu líder.

Quem gosta de colegiais...
...vai poder controlar uma agora.

O próprio design da Yuko está muito bacana e detalhado, com a sua roupa de colegial e depois com a armadura Valis. Rogles também está bem representado, bastante imponente e de grande tamanho na tela (ele é quase o dobro da Yuko). Reiko com a sua armadura negra também ficou com um design e personalidade perfeitos. Não é a toa que ainda hoje ela possui fãs por aí.

O jogo possui sete fases com os mais variados cenários, indo da cidade de Tóquio e passando por um mundo de gelo, uma caverna de fogo, montanhas, templos, florestas e por último o castelo de Rogles. Cada cenário/ fase possui sua lista de inimigos, que são bem variados e personalizados.

Reiko é uma adversária difícil, você vai penar pra vence-la
Gyeda, o grandalhão da primeira fase

Mas o destaque fica para as cutscenes, que são longas e bem feitas, ajudando a desenvolver a trama do jogo, dando mais vida aos personagens. Com certeza o melhor momento é após a luta de Yuko e Reiko, com uma cuscene marcante e cheia de emoção e sentimento (como esquecer aquela cena de Reiko nos braços de Yuko ou quando Yuko amarra a bandana da Reiko em seu braço???).

Sai pra lá, bicho feio!

Músicas

Outro grande destaque e marca registrada dos jogos Valis: a trilha sonora. As músicas do primeiro game já são clássicas, com grandes arranjos empolgantes que combinam com a ação do jogo.

Já no tema de abertura você vai sentir que a coisa é boa e que pode esperar por muitas músicas de qualidade. Músicas como a Flash of Sword, da primeira fase, ou a Lonely Soldier (da fase seguinte) ou a Sadness Reiko são pérolas das trilhas sonoras de games. A minha favorita é a música The Wilderness, tocada na fase da floresta um pouco antes de Yuko encontrar a Reiko. Esta música é perfeita, tem uma batida maravilhosa e um feeling incrível. Posso ficar escutando por horas e horas e não enjoar.

Mas não precisam apenas acreditar na minha palavra. Escutem abaixo algumas músicas desta maravilhosa trilha sonora e comprovem por si mesmos.

Jogabilidade

Valis possui uma jogabilidade bem simples e comandos facéis de se usar. A ação pode ser lateral ou vertical e você controla Yuko com o direcional e com os três botões: o A faz com que Yuko dê uma rasteira (boa para atravessar buracos), o B ataca com a espada e o C pula (com o direcional para cima ela pula mais alto). Simples não?

Você ainda pode usar magias, que Yuko ganha ao derrotar os chefes de fase. São no total seis magias: Earth Quake, Ice Feather, Flame Ring, Tornado, Giga Thunder e Death Flash. Para usa-las basta apertar Start, escolher a magia, colocar o direcional para cima e apertar B. A melhor delas é a Death Flash, que você ganha quando derrota Reiko. Porém consome muita magia e só pode ser usada uma vez.

Sua espada pode ter ainda cinco tipos de ataques, através dos itens que você encontra pelo caminho, que são: Bullets, Lasers, Arrows, Cutters e Grenades (a melhor de todas, só encontrada nas últimas fases). Cada uma delas pode ganhar um power up de até três vezes, aumentando assim seu poder de ataque. Você também encontra pelo caminho itens para recuperar sua barra de MP e HP.

O jogo é relativamente fácil e você provavelmente só terá dificuldades em derrotar o dragão de duas cabeças e a Reiko, que chega a ser mais difícil que o próprio Rogles. Há muitos itens para recuperar o HP espalhados pelas fases e quando você passa de fase, seu HP é totalmente recuperado, o que torna as coisas muito fáceis.

Apesar do processador veloz do Mega Drive, Valis tem uma ação bastante lenta para o padrão dos jogos de plataforma, o que pode irritar os mais apressadinhos. Mas nada que não dê para se acostumar. Um gamer experiente pode terminar o game em meia hora ou até menos.


Conclusão

Valis I para Mega Drive é recomendado para quem gosta de jogos de plataforma ou quem já conhece a série. Se você também curte animes e jogos com uma história mais detalhada (para um jogo de plataforma) então Valis também é uma boa pedida. Não espere encontrar neste jogo inovações gráficas ou sonoras, o seu ponto forte é a sua história e seus personagens encantadores.

Conheça este maravilhoso mundo de fantasia que é Valis, você pode acabar se apaixonando pela série, e acredite, não vai se arrepender, pois ela é muito rica em termos de história e até em ensinamentos para a vida, com lições de moral como o verdadeiro valor da amizade. Personagens inesquecíveis, como Yuko e Reiko, que são exemplos da nobreza e da inveja humana, respectivamente, mas que no fundo eram verdadeiras amigas, até o final.

Valis já é um clássico do mundo dos games. Aqueles que já possuem alguma “história” com videogames, certamente irão se lembrar dele. Aos mais novos fica aí a dica de conhecerem este jogo e a maravilhosa saga que se seguiu a partir dele. O jogo é antigo, mas possui um feeling, um encanto, que poucos jogos atualmente possuem.

May the Valis be with you!

Nota do Gagá: Alucard é editor do site Dreamland of Valis, que é provavelmente o maior site de Valis do mundo. Visite o Dreamland of Valis e apaixone-se por essa saga incrível que é Valis.

The Legend of a Fantasm Soldier Valis – Mega Drive
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5 ideias sobre “The Legend of a Fantasm Soldier Valis – Mega Drive

  • 17/09/2008 em 8:54 am
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    Caramba!!!!!

    Tem muita foto…

    Cara antes de tudo eu gostaria de dizer que adoro o teu site, uma homenagem fabulosa e merecida a série, que ao contrário do que você possa imaginar, não caiu no esquecimento não, ainda está povoando os nossos corações e mentes, e quem sabe um dia a galera não crie um novo jogo, pois fanficções é o que não falta… Eu quero muito criar um fangame de Phantasy Star (Sair da limitação de fanficção), e se um dia eu ficar realmente bom nisso, em usar os softwares destinado à este fim, quem sabe um dia eu não ajude uma equipe a criar um bom RPG de Valis. Pois eu queria muito ter visto um RPG desse jogo… Apesar de não mais gostar de jogos de ação, Sonic, Valis, Kid Chamaleon (Dentre outrso que não me recordo o nome no momento), são alguns desse estilo 2D saudosista que eu sempre jogo quando se atravessam no meu caminho.

    Bem vamos lá: As histórias são bem fantasia mesmo, bem no estilo anime, eu gosto desse tipo de história porque força o criador a usar o máximo de sua imaginação tanto na criação quanto nos detalhamentos, o que é muito importante… Os gráficos, estão excelentes mesmo do jeito que estão, ta certo que realmente não usam toda a capacidade do Mega Drive como você citou, mas o estilo é um dos meus preferidos (Acho que foi por isso que eu gostei desse jogo a primeira vez que ví). As musicas são boas, mas tem uma que eu gostava em especial e de sempre deixava rolando toda vez que eu ativava o emulador de Gênesis, mas não me recordo o nome (Há o link para a The Wilderness (remix) parece estar quebrado)… A jogabilidade é bem amigável, sem todos aqueles estardalhaços que fazem o carinha desistir logo de cara…

    As versões em PC são todas um poço de curiosidades para mim, nunca joguei nem se quer vi, queria muito encontrar esse games pra rodar no meu PC, se souber onde conseguir, avisa ta…?

    Vou sempre estar acompanhando o seu site falou…?

    Saudações Algolianas e Vulcanas… >;-)

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  • Pingback:Gagá Games » PC Engine, “o enjeitado”

  • 04/08/2012 em 10:12 pm
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