Olá amigos do Gagá Games! É hora de mais uma edição do Recordar é envelhecer assinada por mim, o retrogamer André Breder! Hoje recordo um divertido game de luta do velho Master System que eu joguei muito: Vigilante. Tenham todos uma boa leitura e até a próxima!
Introdução
Vigilante foi lançado originalmente para os Arcades em 1988 pela IREM Corporation (mesma empresa que criou clássicos como Kung-Fu Master e a série R-Type), e no mesmo ano teve uma versão lançada para o Master System.
A conversão foi muito bem feita, resultando numa versão bastante fiel a original, para alegria daqueles que jogavam Vigilante nos fliperamas. Agora bastaria ter um Master System para poder curtir esse jogo sem a necessidade de gastar todo o dinheiro da mesada com fichas.
Aqueles que já conheciam antes o jogo Kung-Fu Master, outro hit dos arcades que teve versões nas mais diversas plataformas, logo iriam perceber a grande semelhança existente entre ele e o jogo Vigilante.
Como já foi dito, ambos os jogos foram feitos pela mesma empresa. E Vigilante é como se fosse uma nova versão de Kung-Fu Master, só que em outro ambiente e com personagens diferentes.
O modo de ambos os jogos é o mesmo: o personagem principal deve andar sempre para frente (ou para trás, caso deseje ou precise retroceder), em linha reta, enfiando “porrada” em todo mal encarado que aparecer em seu caminho, até que se chegue no chefe da fase.
A história do game é a seguinte: em Vigilante você é um cara bom de briga que teve sua namorada sequestrada por uma perigosa gang local, e deve passar então por cinco fases até conseguir derrotar o líder dos malfeitores e assim salvar sua garota.
A pobre moça de nome Maria é jogada numa “perua”, e os sádicos que a raptaram ficam brincando com o namorado metido a herói, pois há até mesmo alguns momentos do jogo onde você parece que vai conseguir se aproximar do carro onde a moça está, e o mesmo sai em disparada. Sacanagem isso!
Uma pequena curiosidade em relação ao nome da mocinha raptada, é que na sua versão original (Arcade) ela se chamava Madonna. Será que houve algum problema com o uso deste nome e então o mesmo teve que ser trocado por Maria na versão lançada para o Master Sytem? Será que a famosa cantora chegou a se importar em ver um personagem com um nome idêntico ao seu e ameaçou processar todo mundo? Isto é um fato que eu não sei se ocorreu, mas que é curioso a mudança do nome na personagem sequestrada do jogo, ah, isso é!
Sobre o game
A principal forma de atacar os inimigos no jogo será no básico soco, chute, voadora e soco áreo. Mas para facilitar um pouco a vida do jogador, há também como se pegar uma espécie de nunchako durante as fases.
Com esta arma fica mais fácil de se acertar os inimigos ao mesmo tempo que se mantém a uma distância segura, evitando assim de levar um contra-ataque. Mas o jogador deve ficar esperto ao estar portando esta valiosa arma, pois basta levar algumas “porradas” para perder o nunchako e ter que continuar só na base dos punhos e chutes.
Da mesma forma que o personagem principal do jogo pode se valer de uma arma útil como o nunchako para se defender e ao mesmo tempo arrebentar com a cara feia de seus adversários; os inimigos do jogo também usam vários tipos de armas para atrapalhar a vida do jogador, tais como facas, bastões, correntes e até mesmo armas de fogo!
Alguns chefões costumam jogar bananas de dinamite na direção do herói, só para ver se o mesmo explode… sadismo total!
Os inimigos mais comuns irão tentar “apenas” estrangular o personagem principal de Vigilante com as próprias mãos, mas haverá também aqueles que fazem o uso de velozes motocicletas para atropelar o protagonista. É, a vida de um machão que ousa lutar sozinho contra uma gang inteira de malfeitores não é moleza não!
Quem conheceu antes a versão Arcade percebe logo de cara, e com grande clareza, o belo trabalho feito na conversão de Vigilante para o Master System em termos gráficos! Grande parte dos detalhes encontrados nos cenários da versão original se fazem presentes na versão 8 bits da SEGA, o que demonstra todo o capricho que tanto a IREM quanto a própria SEGA tiveram na concepção desta versão doméstica do jogo.
Os cenários são cheios de detalhes interessantes, e mesmo que alguns objetos de fundo se repetem durante a jogatina, nada tira o brilho do trabalho bem feito cometido nesta versão para o Master System, pois o mesmo já ocorria na versão original.
O design dos personagens ficaram bem condizentes com o original, mesmo que alguns tenham pequenas diferenças em relação ao que é visto na versão Arcade de Vigilante, mas nada que atrapalhe contudo. A animação dos personagens está boa por se tratar de um jogo de míseros 2 Megas de memória, e bem próxima do original também. As cores empregadas na versão do Master foram usadas de forma sábia, pois mesmo o console de 8 Bits da SEGA não possuindo uma paleta de cores tão extensa e diversa como a de uma máquina de fliperama, o resultado final ficou totalmente satisfatório! Fico imaginando como seria este jogo caso ele tivesse 4 Megas de memória, se só com a metade já conseguiu ter gráficos excelentes!
Os efeitos sonoros são todos bem simples, mas felizmente nenhum deles possui uma sonoridade irritante. Os sons dos golpes está muito bom, soando até mesmo bem similar ao que podemos ouvir no jogo original. Vigilante não é um game de muitos efeitos sonoros, mas pelo menos todos os que são encontrados no jogo cumprem bem o seu papel. Na versão arcade haviam algumas vozes digitalizadas, mas este recurso teve que ser limado da versão lançada para o Master System, por motivos mais do que óbvios.
A trilha sonora é bem bacana e traz temas bem variados. A maioria dos temas são bem empolgantes, sendo que o tema da última fase passa um clima de “é a hora da verdade”, graças a sua sonoridade grandiosa. As músicas são todas bem gostosas de se ouvir, sendo mais um dos pontos positivos do jogo. Aumente o volume e curta!
Os controles do jogo são simples e eficientes. Os comandos básicos, como socar e chutar podem ser executados de forma rápida e precisa, sendo que não há nenhum atraso em relação ao momento em que se aperta os botões e quando a ação rola na tela. O único porém dos controles de Vigilante em sua versão para o Master System está na questão de como é feito para o personagem principal pular e dar seus golpes no ar.
Enquanto que no Arcade bastava colocar o direcional para cima, no Master é necessário apertar os dois botões de ação ao mesmo tempo para pular, e para dar golpes como a voadora, por exemplo, é necessário segurar durante o salto o direcional na diagonal inferior esquerda ou direita, variando de acordo com o lado escolhido pelo jogador onde o golpe será aplicado. Quem jogou ambas as versões sabe como é complicado dar uma simples voadora na versão do Master, enquanto que no Arcade isso era moleza. Esse é o único ponto fraco em relação aos controles do jogo. É curioso pensar porque diabos não mantiveram todos os comandos como no jogo original! Mudar uma jogabilidade de um jogo para melhor é algo totalmente compreensível, mas modificar para pior é algo imperdoável!
Vigilante não apresenta estágios que possuem dificuldades ou obstáculos, sendo todos praticamente iguais, só mudando mesmo o cenário de fundo. O que pode fazer um pouco de diferença é a questão de existir em alguns uma porta por onde um inimigo sai de forma inesperada ou uma superfície alta de onde inimigos pendurados pulam para cima de você, mas tirando esses poucos detalhes, é realmente tudo igual. A dificuldade das fases está em relação a quantidade e diversidade de inimigos que vão surgindo para espancar o jogador.
Os inimigos normais, como já foi dito, vêem em sua grande maioria bem armados, e caso o jogador não fique esperto perderá grandes quantidades de energia com um simples golpe certeiro. Algo que chega a dar raiva são os inimgos que correm na direção do personagem principal e agarram seu pescoço para sufocá-lo. Neste momento o jogador deve mexer o direcional para ambos os lados de maneira rápida para se libertar, ou caso contrário terá sua energia diminuída até morrer.
Os chefes do jogo são todos fáceis, desde que o jogador primeiro descubra as manhas para vencê-los. Algo que facilita de maneira enorme a luta contra os chefões é chegar até eles com o nunchako. Com está útil arma você consegue derrotar grande parte dos chefes do jogo de forma rápida e sem correr o risco de se ferir. Na versão Arcade os chefes são mais complicados de serem vencidos. No original a energia dos chefões vai se recuperando com o tempo, e caso o jogador não consiga aplicar uma boa sequência de golpes, a luta pode ser bem demorada e custar muitos créditos. Felizmente (ou não) no Master não ocorre a recuperação de energia dos chefões, ou seja, você não precisa ficar desesperado para desfeir grandes sequências de golpes para derrotá-los.
O jogador possui apenas duas vidas, mas como os continues são infinitos, basta treinar um pouco para passar pelas fases do jogo sem maiores problemas. Vigilante é um daqueles jogos que, após o jogador ter dominado todos os seus comandos e ter pego as manhas para vencer os chefes, pode ser terminado em meia hora ou até menos.
Conclusão
O Vigilante do Master System é um jogo excelente para se passar o tempo. Apesar de ser um jogo bem básico e de curta duração, ele tem a vantagem de ser bem divertido e até mesmo viciante. Lembro até hoje de uma certa vez que deixei de estudar direito para uma prova que faria na escola no dia seguinte, só para ter o prazer de terminar este jogo pela milésima vez. Existem vários jogos de lutas melhores na geração 8 bits, mas Vigilante está com certeza na minha lista de favoritos. Sua simplicidade e seu sistema básico de jogo o fazem uma ótima pedida para se passar o tempo, ou para refrescar as idéias após um dia duro de trabalho. Está sem tempo para se dedicar a jogos de maior duração? Gosta de jogos de pancadaria? Então jogue Vigilante e seja feliz!
caramba, eu amo esse jogo!não sei se é fanatismo ou não, mas com relação aos sons, eu sinceramente acho uma das melhores trilhas sonoras já feitas pra geração 8 bits, com o clima de um filme no estilo Tuff Turf – O Rebelde.
e os gráficos, coloridos ao máximo, eu acho que dão um brilho muito clássico pro jogo, que eu consegui ter até hoje, com caixinha e tudo mais! classe A!
Fernando[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Não sei já foi feito antes mas… eu sempre quiz ver um review do jogo do ‘Chapolim contra o Dracula’ de Master hehehe
Serio.. Sempre quiz saber qual era do Chapolim Belmont
Bode de Boina[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Joguei esse jogo no Master. Mas lembro que não gostei porque enchia aquele negócio de agarrarem e tirarem energia.
José Augusto F°[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Hehe Tuff Turf, o rebelde
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tuff_Turf
É um jogo que gostei de jogar!
Valeu pela boa lembrança André Breder!
gamer_boy[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Nossa Vigilante! Joguei este game demais quando era moleque! Bem que podiam ter lançado uma continuação dele, mas de qualquer forma Vigilante é um clássico que será sempre lembrado por aqueles que o jogaram!
Kratos Imortal[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Simplesmente um dos melhores jogos de todos os tempos! Joguei muito mesmo esse jogos !! Aquela luta final em cima do prédio é inesquecível !!
Ivo[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Vigilante e Double Dragon eram cartuchos que facilmente alugava quando não sabia o que levar. Muito bom!
O Senil[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Aliás, peraí… Maria também não é o nome da namorada sequestrada em Double Dragon? Pombas, essa Maria é uma vagaba!
Orakio Rob, “O Gagá”[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Não, você xingou as moças de graça…
O nome da namorada de Billy de Double Dragon é MARIAN, e não Maria. Ou seja, as donzelas de Double Dragon e Vigilante são moças distintas… 🙂
André “Caduco” Breder[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Finalmente, trocentos anos depois do lançamento de Vigilante, eu fui dar umas partidas… e não curti. Talvez a simplicidade que você menciona no fim do post seja mesmo o grande lance do jogo, era aquela coisa típica dos sucessos de arcades: o jogo parecia simples, então você está sempre tentando mais uma vez. Fora que os gráficos são extremamente charmosos.
O problema é que jogando hoje a gente nota muitas limitações na jogabilidade. O lance dos caras esganarem a gente é um saco. A voadora é inviável. O sujeito erra socos e chutes, por mais que você jure ter dado os golpes na hora certa. Afe!
Outro dia eu também joguei pela primeira vez “Renegade”. É velho, é simples, mas funciona até hoje, porque a jogabilidade é ótima. Cada botão soca para um lado, o jogo é rápido, os controles respondem bem e você não sente raiva do jogo. Belezinha.
Orakio Rob, “O Gagá”[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
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