Olá amigos do Gagá Games! Aqui é o retrogamer André Breder trazendo mais uma edição do Recordar é envelhecer! Bem, desta vez recordo um game do nosso querido Master System que eu joguei bastante no passado: Ghouls ‘N Ghosts. Tenham todos uma boa leitura e até a próxima!

Introdução

Ghouls ‘N Ghosts é um jogo de ação feito pela Capcom, e que originalmente foi lançado para os fliperamas no ano de 1988, mas acabou tendo várias versões em outras plataformas e consoles posteriormente. Este jogo é a sequência de Ghosts N´Goblins, outro clássico da Capcom que também teve várias versões nas mais variadas plataformas. Em ambos o jogador entre na pele do cavaleiro Arthur, e deve ajudar o mesmo em uma difícil missão. Resolvi analisar a versão do jogo lançada para o Master System, que na minha opinião, ficou até mais interessante que a versão lançada para o Mega Drive.

A história do game é a seguinte: 3 anos atrás (em Ghosts ‘N’ Goblins), Arthur, um dos mais fortes e corajosos cavaleiros que o mundo já viu, salvou a Princesa PrinPrin das garras afiadas de Lúficer, o terrível “Príncipe das Trevas”! Agora, forças malignas estão ameçando a paz do mundo novamente, pois monstros e outros seres das trevas já começaram sua invasão no reino de Arthur! Para infelicidade do nobre cavaleiro, a sua amada princesa é novamente sequestrada e usada em um ritual que traz a este mundo um ser ainda mais terrível e poderoso que Lúcifer: o maldito demônio supremo Loki! Mesmo com toda dor que sente em sua alma por causa da morte de sua amada, Arthur decide novamente vestir sua velha armadura e partir com tudo para o quartel general de Loki, afim de destruí-lo e livrar o mundo novamente das trevas!

Báu da Felicidade!

Em Ghouls ‘N Ghosts, durante as fases, um “misterioso” baú irá aparecer. Arthur deve destruir todos os que ele encontrar pois será por meio deles que se conseguirá novas armas e armaduras; e até mesmo poder restaurar suas energias, sejam elas físicas ou mágicas. Só que o jogador deve ficar atento quanto ao fato de que na maioria das vezes que destruir um báu, ele terá que encarar um terrível feiticeiro. Caso o jogador não consiga matá-lo a tempo, o mesmo lançará um feitiço, que caso atinga Arthur poderá transformá-lo em um pato (caso esteja usando a armadura) ou ainda em um velhote de bengala (caso esteja desprotegido). Nas vezes em que o baú guardar algo de útil para Arthur, uma imensa porta mágica irá aparecer. O jogador deverá então entrar nela para assim pode adquirir novas armas ou armaduras. Inicialmente Arthur começa usando como arma uma lança (chamada de javelin) e uma armadura prateada dividida em três partes (cabeça, tronco e pernas). A medida que vai destruindo os baús e ativando portais mágicos, ele poderá então melhorar seus equipamentos, o que também irá influenciar diretamente em suas habilidades e atributos.

Como já foi dito a arma incial é a lança (javelin), mas cada vez que o jogador adentrar um portal mágico e for parar em uma área onde se pode conseguir novas armas e armaduras, ele poderá substituir sua velha e usada arma por outra totalmente nova! No jogo, uma nova arma escolhida passa a substituir para sempre a antiga, ou seja, a arma anterior não poderá ser mais usada, por isso o jogador não deverá ter nenhum sentimento de “carinho” por um determinado tipo de arma, pois correrá o risco de ficar só na saudade.

Cada arma nova é bem mais poderosa que a anterior, felizmente, e essa é a principal vantagem para fazer com que o jogador procure adquirir uma nova arma sempre que possível. O jogo traz 6 tipos de armas no total. Vou citá-las em ordem de força, da mais fraca para a mais forte: lança (incial), faca, machado, “discus”, “fireball” e o lendário “Psycho Cannon”, que é a arma suprema do jogo. Esta arma só poderá ser conseguida após o jogador tiver obtido todas as melhores armas e armaduras do jogo, e ter chegado até ao portão que leva a sala do trono de Loki pelo menos uma vez. Para dificultar um pouco as coisas, e também prolongar o tempo de jogatina, os programadores de Ghouls ‘N Ghosts fizeram com que seja impossível chegar até Loki com o “psycho cannon” na primeira vez que se joga todas as fases do jogo. Ao chegar pela primeira vez no final da 5 fase, Arthur não poderá entrar em combate com seu maior inimigo, pois ainda não estará munido com a única arma capaz de derrotá-lo, que é justamente o “Psycho Cannon”, e terá que voltar tudo novamente até reunir as melhores armas (caso ainda não tenha feito isso). Só após ter conseguido os melhores equipamentos é que será possível adquirir o “Psycho Cannon” ao visitar um portal mágico. Dependendo do jogador, o mesmo terá que ficar indo e vindo da primeira a quinta fase várias vezes até ser capaz de reunir as melhores armas e armaduras, e assim poder finalmente lutar com Loki.

Elmos, armaduras e sapatos mágicos!

Cada tipo de elmo (helmet) dá a Arthur um tipo de magia diferente. O elmo prateado (que é o inicial) concede logo de cara dois tipos de magias para Arthur (fire e thunder), já os seguintes darão sempre um tipo de magia. Fora o elmo incial, no jogo ainda poderão ser conseguidos mais três tipos de elmos (vermelho, verde e dourado), e por meio deles serão conseguidas as seguintes magias: shield (dá a Arthur uma proteção temporária contra ataques inimigos), double (faz aparecer um outro Arthur temporário, que imitará todas as ações do original) e bomb (uma magia para literalmente explodir seus inimigos). Há ainda no jogo uma magia especial, chamada de life, e que servirá para restaurar a energia perdida a custo de pontos de magia. Esta magia ao contrário das outras, é a única que não é conseguida através do uso de um elmo, e sim ao se conseguir o Psycho Cannon.

No jogo, como já disse antes, Arthur começa com a fraca armadura prateada, sendo que neste estágio incial ele só pode contar com dois pontos de vida, ou seja, basta ser atingido por um inimigo para que sua armadura se quebre, deixando-o literalmente semi-nu (só de cuecas… que vergonha!), e receber mais um dano qualquer para então virar uma pilha de ossos.

Só que visitando portais mágicos, Arthur poderá conseguir novas armaduras, bem mais duravéis que a prateada. No total o jogo traz 4 tipos de armaduras, sendo que a primeira é a prateada, a segunda é vermelha, a terceira é a verde e a última é a dourada. Cada nova armadura dá mais um ponto de vida para Arthur, sendo que ao possuir a armadura dourada ele terá então 5 pontos de vida no total, se tornando quase que “duro de matar”.

Em Ghouls ‘N Ghosts, assim como no caso das armaduras, existem 4 tipos de sapatos (prateado, vermelho, verde e dourado). Cada um deles irá aumentando a agilidade de Arthur gradativamente, melhorando sua velocidade e poder de pulo. Ao passar a possuir o sapato dourado, o jogador terá um personagem bem mais fácil de se controlar e que também se movimentará de forma bem mais rápida do que originalmente se movia. Nem irá parecer que se trata de um cavaleiro trajando uma pesada armadura… coisas que só os itens mágicos podem fazer!

Gráficos e Sonoridade

Os gráficos de Ghouls ‘N Ghosts estão bons, mas poderiam ser melhores. Não que eles sejam um horror, mas que faltou um pouco mais de capricho e cuidado nisso faltou. O desing dos personagens, em sua grande maioria, está até que bem feito, mas a Capcom cometeu um pecado terrível com o desing tosco e mal feito de um dos inimigos da quarta fase do jogo, que é similar a uma mão humana só que com olhos e bocas nos dedos. O que aconteceu é que o fundo do cenário desta fase em particular é todo preto, e os produtores do jogo então fizeram uma imagem deste inimigo já com um fundo preto ao seu redor. Só que na hora de colocar o mesmo no cenário, o local onde o inimigo ficou posicionado é de uma cor clara, e portanto, o fundo preto que havia sido colocado na imagem do monstro ficou bem visível, dando um aspecto de algo “feito nas coxas” mesmo. Não custava nada ter ajeitado isto antes do jogo ser lançado. Já o design dos cenários ficou mediano, não são feios mas também não são maravilhosos.

Os efeitos sonoros são simples, mas cumprem bem o seu papel no jogo. Jogadores mais “chatos” podem até considerar os sons do jogo um pouco “toscos”, mas eles estão todos dentro do padrão usado em jogos da série que Ghouls ‘N Ghosts representa. Basta comparar a versão do Master System com a que foi lançada para o Mega Drive para comprovar isso. Já a trilha sonora é bem legal! Os mais variados temas se fazem presentes, sendo que todas as músicas são muito boas! Destaque para o empolgande tema da última fase, que passa um gostoso clima de “é agora ou nunca” bem bacana!

Jogabilidade e Dificuldade

A jogabilidade é muito boa, com todos os comandos podendo ser executados com precisão. Vale lembrar que a movimentação do personagem principal do jogo melhora bastante quando se adquire todas as melhores armas do jogo, pois estando neste nível os ataques saem mais rápido e a velocidade de Arthur é bem maior do que era inicialmente. Arthur pode atacar em até quatro direções (esquerda, direita, cima e baixo), só faltou mesmo a possibilidade de atacar nas diagonais! E a possibilidade de pular e atacar ao mesmo tempo, seja para qual direção o jogador quiser, é mais um ponto positivo para a jogabilidade de Ghouls ‘N Ghosts. O menu das magias é fácil de mexer e a forma de acíoná-las também. Realmente não há do que reclamar da jogabilidade do jogo, muito pelo contrário.

A versão de Ghouls ‘N Ghosts do Master System seria um jogo com um bom desafio… seria, se não fosse os continues infinitos, pois desta forma até minha mãe (que não curte jogos de videogame) é capaz de conseguir terminá-lo! As fases vão ficando cada vez mais difíceis, e em estágios mais avançados há partes bem complicadas, com osbtáculos e inimigos mais contudentes, mas como há continues infinitos o jogador poder ir jogando e jogando até conseguir passar daquela parte em que ele estava “emperrado” já fazia uns 20 minutos.

Os chefes também não oferecem grandes desafios, bastando o jogador primeiramente descobrir o ponto fraco de cada um e a melhor forma de vencê-los. E não será necessário se preocupar em ter todas as suas vidas esgotadas enquanto tenta descobrir a maneira mais eficaz de passar por aquele chefe chato, já que há continues infinitos mesmo! Jogadores mais casuais, e consequentemente menos habilidosos, irão encontrar em Ghouls ‘N Ghosts um jogo divertido e fácil, mesmo que em determinados momentos possam ter alguma dificuldade em certas partes do jogo; já jogadores mais “Hard Core”, que curtem especialmente jogos que trazem grandes desafios, logo se enjoaram de jogar Ghouls ‘N Ghosts, pois o desafio é realmente bem pequeno. Enquanto a versão original do game é bem casca grossa, a versão do Master é praticamente “mamão com açúcar”.

Conclusão

Ghouls ‘N Ghosts é um ótimo jogo de ação lançado para o Master System. O único porém é sua dificuldade, que graças a possibilidade dos continues infinitos acaba se tornando muito baixa, o que pode desagradas aos jogadores que procuram jogos mais desafiadores. Mesmo com esse porém, é um jogo que fez bastante sucesso entre os donos de um console de 8 bits da SEGA na época em que foi lançado, e que até hoje merece ser jogado, seja no console ou via emulador, pois ele é realmente muito divertido.

Spoiler!!!

No início do jogo, sabe-se que a Princesa PrinPrin foi morta em um ritual para trazer a este mundo o maléfico Loki. Mas o final do jogo reserva uma agradável surpresa para Arthur: ao vencer o demônio supremo, as almas das pessoas que foram mortas por Loki e suas tropas do inferno, e que eram mantidas como prisioneiras dentro do corpo do ser maligno, finalmente puderam ser libertadas, e desta forma todos os inocentes voltaram à vida, incluindo a Princesa PrinPrin! O mundo volta a ser um lugar de paz… até que o mal resolva atrapalhar tudo novamente, e Arthur tenha que mais uma vez partir para a sua “eterna” luta contra as forças do mal!

Recordar é envelhecer: Ghouls ‘N Ghosts (Master System)

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