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A última edição da Cruzada NES foi muito louca, cheia de jogos bizarros. Mas hoje a coisa é diferente, e temos algumas pérolas que todo mundo deve conhecer.

Estamos no dia 27 de maio de 1986. Neste dia, um clássico absoluto chegava ao NES: Dragon Quest. Eu terminei o jogo outro dia e já dei minhas impressões por aqui, mas aproveito a ocasião da Cruzada NES para dar informações históricas: Dragon Quest não foi o primeiro RPG lançado para consoles de videogame, mas não seria exagero dizer que foi ele quem plantou as sementes da indústria do JRPG.gumshoe

A Nintendo apostou alto quando levou o jogo para o ocidente (onde ganhou novo nome, Dragon Warrior), mas ao contrário do que aconteceu no oriente, o título encalhou e no fim das contas a Nintendo já estava até dando cartucho em promoção da Nintendo Power. Motivo: a demora de três anos para o lançamento em inglês. Quando o jogo finalmente saiu, seus gráficos já eram considerados primitivos demais. Sad, but true.

No mês seguinte saiu também Gumshoe, um esquisito título de plataforma + pistola. Neste que parece ter sido o primeiro jogo lançado exclusivamente para o NES, e não para o Famicom, o boneco anda sem parar, e tem que evitar inimigos e buracos sem fundo. Como ele faz isso? Aí é que está a parte esquisita: você atira no homem para que ele pule! E o herói é uma caricatura do Gumpei “criador do Game Boy” Yokoi (foto ao lado). Vamos colocar a cereja no bolo da bizarrice? O desenvolvedor do jogo foi Yoshio Sakamoto, criador de Metroid.

Super Mario Bros 2 chegava também ao Famicom, mas você já deve estar careca de saber que o Mario 2 japonês é muito diferente daquele que conhecemos por aqui. É, nada de jogar com princesinha ou cogumelinho, o Mario 2 “mesmo”, japonês, é coisa para macho.

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À esquerda, o esquisitão Gumshoe. À direita… estou avisando, não pare de correr e pular, senão o Mario dança!

Basicamente, é uma coleção de novas e desafiadoras fases para Super Mario Bros., com algumas novidades aqui e ali, como os cogumelos venenosos e uma diferença de controle entre Mario e Luigi (o salto do último é maior). Quem já zerou o Mario Bros. original de traś-pra-frente e de cabeça para baixo — acontece, eu já zerei F-Zero jogando de cabeça para baixo 🙂 — vai curtir muito a nova rodada de desafios.

Ainda em junho, Ghosts n’ Goblins dava o ar da graça no Famicom. Eu sempre adorei esse jogo, e a versão do NES também é muito boa. Parece que não dá para errar com Ghosts n’ Goblins: é um side scroller simples, porém imensamente divertido e carismático. Só é um pouco difícil arrumar uma explicação não pornográfica para a abertura, que mostra o herói deitado de cuecas com sua princesa num cemitério…

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Vai botar um roupa, homem! O Famicom é um videogame de família!

O jogo tem continues infinitos, mas é difícil pra diabo. A continuação, Ghouls n’ Ghosts, saiu para o Master System, e tem gráficos muito melhores. Claro, isso não quer dizer que a versão do NES seja ruim, eu só quis dizer mesmo :p

Mas o bicho pegou mesmo no dia 6 de agosto de 1986. É, meus amigos, foi nesse dia que Metroid chegou ao Famicom Disk System, fazendo a alegria dos japinhas que podiam salvar o jogo no disquinho, ao contrário de nós, mortais ocidentais, que temos que digitar aquelas senhas enormes com zeros parecidos com letras “o”.

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Metroid foi um baita jogo que, assim como Zelda, quebrou aquele esqueminha clássico da época de ação linear focada na pontuação. A filosofia aqui é “os pontos que se danem”, e o jogador tem um objetivo claro a cumprir: invadir o planeta Zebes e detonar os malditos piratas espaciais. É um clássico, altamente atmosférico, sinistro, coisa raríssima naqueles tempos. Vou parar esta edição da Cruzada estrategicamente aqui porque preparei um post especial sobre Metroid, que você vai curtir aqui no Gagá Games na quarta-feira.

Semana que vem estamos de volta!

Cruzada NES: atira que ele pula!
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