Olá crianças!
Diante das recentes polêmicas que fizeram muletas, cadeiras de rodas e fraldas geriátricas voarem por todos os lados aqui no asilo, deixei minhas obrigações acadêmicas um pouco de lado para ir postando o que falta postar sobre PSIII.
Neste post vou considerar algumas coisinhas para seu maior envolvimento e conhecimento de Phantasy Star III. Ele será um pouco longo (perdoem-me desde já por isso) e será puro texto, mas creio que valerá a pena. Pela própria urgência da discussão, vou postar o seguinte daqui a quatro horas (sei que os que lêem no trabalho não verão), o outro para daqui a oito horas e, por fim, o review que tinha preparado no início da manhã.
EQUIPE DE DESENVOLVIMENTO
Se querem xingar alguém pela baixa qualidade do game ou elogiá-lo por algumas de suas características, precisam saber o nome delas, certo? A idéia é mostrar justamente isso para vocês aqui: quem formava a equipe principal de desenvolvimento e o que eles fizeram ou fariam depois.
Hirondo Saiki (S2, ou Saiki-shi): é citado como diretor e roteirista. Mas seria possível, com toda certeza, considerá-lo como designer principal do jogo. Trabalhou como assistente de programação na conversão do jogo Golden Axe para Mega Drive e também não é creditado por seu trabalho em Phantasy Star II (provavelmente por ser subordinado de algum daqueles que foram citados). Depois de Phantasy Star III, foi o designer de um jogo para arcade chamado “I forgot my homework” e em seguida desapareceu. Tem pouquíssima informação sobre ele na web. Contudo, sabemos, graças ao World of Phantasy Star que ele tinha idéias revolucionárias com o jogo além dos múltiplos finais. Além de desejar desde o princípio manter o mistério da relação de Alisa III com Algol para só revelá-lo, masi tarde, pretendia explorar também como se dariam os embates em outras naves-mundo que estivessem vagando pelo espaço. Contudo, por restrições de tempo e orçamento, teve que fazer tudo às pressas em um processo de desenvolvimento pouco prazeroso para ele e para a esforçada equipe.
Yang Watt: co-diretor e co-roteirista. Trabalhou em conjunto com S2 na conversão de Golden Axe também como assistente de programador. Contudo, pouco além disso é sabido sobre ele.
L-R-Valley (ou L. R. Valley): diretor de arte. Aparentemente, este foi o único jogo em que ele trabalhou. Não obtive qualquer informação a respeito daquele que provavelmente era responsável pela inserção dos trabalhos da Toyo Ozaki na tela, conforme as capacidades do hardware da Sega (no tempo escasso que tinham) e também pelos outros gráficos do jogo (como as casas, as gramas, os cenários etc.).
Toyo Ozaki: creditada como designer-chefe de personagens. Essa é, sem sombra de dúvida “a” revelação de Phantasy Star III. Responsável pelo design de todos os personagens, criou algumas das peças-sómbolo de Phantasy Star como, por exemplo, os andróides Wren e Mieu e o inimigo que conhecemos por Rappy. Em certo momento, lançou um artbook relacionado com sua obra neste jogo do qual eu usei algumas imagens durante todo o diário de bordo.
Roger Arm: designer-chefe de “movimento”. Presumo que ele cuidava tanto do movimento da tela conforme os personagens andavam como também da forma com que os textos apareciam e davam seqüência aos seguintes. Também parece que ele somente participou deste jogo. Ou está morando agora no Peru. 😛
Izuho Takeuchi (I. Takeuchi, ou Ippo): compositor musical. Veterano da Sega trabalhou em diversos jogos. Trabalhou como compositor em muitos jogos da Sega como, por exemplo, Phantasy Star IV e como assistente de som em Sonic 2. Teria trabalhado ainda na conversão de alguns jogos como Ys (da Falcom) para Master System e Forgotten Worlds (da Capcom) para Master System e Mega Drive. A surpresa é que em 1995, ele trabalhou na trilha sonora do Mega Man 7, jogo da Capcom, não sendo portanto uma peça exclusiva da Sega como se poderia pensar de figurões como Yuji Naka e Rieko Kodama. Encontrei uma lista de jogos em que ele trabalhou; contudo, nestes não sei precisar sua função exata (quem souber, me avise) e tive que apelar para traduções do japonês: Psychic World (Game Gear e Master System) é o único que não está entre aqueles que já citei acima.
Sweeper: programador-chefe. Não encontrei muito sobre ele, mas tenho a impressão de já ter visto esse nome em algum crédito da Sega antes…
F.G.C.: efeitos especiais. Mais uma vez, foi difícil conseguir algo sobre ele (principalmente pelo nick tosco). Não sei porque raios eles usavam esses nomes bizarros! Só atrapalha na hora de procurar alguma coisa sobre eles se não foram estonteantemente famosos. Ou, como presumo, a Sega deve ter destruído os planos originais e inteligentes para PSIII e matado quase toda a equipe, só para garantir.
Will Cane: assistente de programação. Trabalhou nos efeitos visuais da conversão de Golden Axe para Mega Drive. Trabalhou ainda, no mesmo ano em que cuidava de Phantasy Star, em Super Monaco GP para Mega Drive.
Tsugu: Assistente de direção. Outro que, por causa do nome, é difícil achar informações. Cuidou dos textos em inglês de Golden Axe para Mega Drive.
Bros 44: Assistente de direção. Foi diretor da conversão de Golden Axe para Mega Drive. Exceto se não for uma moto da Honda, não sei o que mais ele pode ter feito no mundo dos games. Aliás, minto, há um agradecimento a ele nos créditos de Alien Storm para Mega Drive.
Tsukapon: produtor e programador. Nada a respeito dele também…
Existem agradecimentos especiais a muitos integrantes das equipes que trabalharam nos Phantasy Star anteriores. Eles citam os seguintes: Ossale Kohta; Phenix Rie; Yoshibon; Com Blue; Muuuu Yuji; Mad Hatter; Minoge; Kyz; Moritan; Papa; Kymura; L.C.; e Chiemushi. Para que sintam a diferença de alguns nomes aqui, nem vou dizer quem porta determinado pseudônimo. Alguns são extremamente fáceis de descobrir, outros um pouco menos.
Percebe-se então a presença maciça de pessoas envolvidas com Golden Axe. O que pode explicar, em parte, a ambientação medieval no princípio do jogo e que vai se descortinando em uma das maiores construções tecnológicas de Palma: uma nave-mundo auto-suficiente capaz de vagar eras e gerações pelo espaço até alcançar um lugar em que pudesse finalmente pousar.
Tem uma entrevista com Kazunari Tsukamoto no game Sega Mega Drive Collection (na versão de PSP pelo menos) em que ele fala alguma coisa sobre o jogo. Não sei se ele fez parte da equipe original ou não, mas ele comenta as limitações da época, a mudança de equipe e as inovações pretendidas com ele devido, justamente, ao desejo de fazer algo diferente.
E, claro, os agradecimentos especiais que eles fazem são puramente politicagem. Nenhum deles esteve envolvido com PSIII.
Não é preciso ser vidente para saber porque alguns dos nomes da equipe do PSIII nem foram mais vistos na face do universo após o game ter sido lançado… uahuahuahuaha…. 🙂
André "Caduco" Breder[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
@André “Caduco” Breder
Para você ver como o mercado de games é impiedoso. Se preocupando mais com prazos, com gráficos e com o lançamento de franquias, a preocupação em divertir o jogador e em permitir que ele tenha uma experiência única é deixado de lado. Infelizmente, é uma visão com que todos aqui convivemos (e que foi a origem da crise estadunidense de games na décadade 1980).
O Senil[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Sem misericórdia para os criadores de PSIII!!!! uahuahauhauha…. 🙂
André "Caduco" Breder[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Olha legal! Um monte de coisas que eu não sabia… Daí eu só sabia mesmo do Ippo, S2 e do Tsugu…
J.F. Souza[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
O Ippo com certeza acho o mais talentoso dessa equipe, ele deveria ser continuado como um dos principais compositores do SEGA, se ele tivesse feito um trabalho lixo no PSIII ele não faria a trilha do PSIV. Até hoje eu fico cantarolando o tema das cidades (ainda hoje acho um dos melhores temas de cidade dos RPG’s). A música da introdução não preciso nem comentar…Quando eu tiver um piano e aprender a toca-lo, será uma das primeiras músicas que irei tocar.
Vike[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
@J.F. Souza
E da Ozaki também oras! huahuahauhua Ela e o Ippo são os mais famosos da patota toda. hehe
@Vike
No ramo das músicas de videogame, o Ippo é muito talentoso mesmo. Muitos que abominam o PSIII dão o braço a torcer pelo menos com relação às composições belíssimas. A abertura é uma das melhores que já ouvi em um game. O que torna essas músicas memoráveis é que, como falou, não precisamos estar jogando para elas serem divertidas e envolventes. Basta ouvi-las. Quando comecei minha empreitada com o PSIII, postei um vídeo com um arranjo dela muito maneiro; dá uma ouvida:
http://www.gagagames.com.br/?p=3181
O Senil[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Excelente trabalho de pesquisa, Senil! Realmente interessante o fato de tantos membros da equipe terem participado de Golden Axe, não sabia disso.
Orakio “O Gagá” Rob[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Tenho as minhas reservas quanto à Ozaki e Ippo serem os mais famosos e que o restante pessoal tenha desaparecido da face do universo da SEGA:
– L-R-Valley, que significa “Hasegawa” ou seja “Long-River-Valley”, será o artista Masayuki Hasegawa. É quem assinava “Masa” na capa e contracapa do PSIII, sendo também conhecido como “Masa Segawa” (autor de Basilisk que é bastante famoso). Ele fez a arte realista e a Toyo Ozaki a versão manga. De acordo com o PScave, Toyonaki Ozaki é casada com ele (mas não sei onde eles obtiveram essa informação).
– Hiroto Saeki é sim creditado no PSII, mas com outra alcunha. É o “Psyche”, diretor assistente do segundo jogo.
– Will Cane provavelmente é o Minoru Kanari, promovido em 1992 como “Sega CS1 manager”, sendo assim o responsável pelo arranque do PSIV.
– Bros400 é o Mutsuhiro Fujii
– Tsukapon é o Kazunari Tsukamoto que fez essa entrevista do Sega Mega Drive Collection
Nota: O PSIII tinha tantos bugs perto do lançamento que tiveram de chamar o Yoshibon (que viria a ser um dos directores do PSIV) para os ajudar a detectar (Playtest/bugcheck) fazer o debugging do jogo.
nb[Citar este comentário] [Responder a este comentário]