Olá crianças!
Depois da série de posts sobre Treasure of the Rudras, volto à minha odisséia de jogos desenvolvidos pela Sega para o Sega CD, empreitada que deixei de lado para me dedicar ao Diário de Bordo de Phantasy Star III e ao mestrado que estava (e ainda está) bem puxado. Depois de “férias” de quase quatro meses, estou tentando voltar à normalidade com relação a vocês, visitantes e residentes do asilo dos gamers.
Bom, o jogo de hoje na verdade é uma compilação lançada pela Sega para o Sega CD, composta de oito jogos. Todos eles foram lançados e distribuídos pelo sistema de modem do Mega Drive, o Sega Meganet. Lançado em 1991, o Meganet fez com que o Mega Drive fosse o primeiro console a possibilitar a jogatina com outras pessoas sem ser no mesmo console. E como vocês devem saber, esse sistema foi lançado no Brasil em 1995, em duas versões. Não sei dizer se os jogos japoneses estavam disponíveis ou não, mas lembro que Mortal Kombat II e um sistema de e-mail e chat existiam e eram o foco das propagandas do acessório nacional.
À esquerda, tela inicial. À direita, tela de seleção dos jogos.
Nem todos os jogos foram lançados em outras mídias, mas felizmente temos a oportunidade de jogar boa parte deles hoje. Todos têm aquela característica que vemos em qualquer jogo via web contemporâneo. São jogos simples aos quais damos o nome de “jogos casuais”. Devo dizer que, além das quatro cerejas do bolo deste volume, os outros quatro também têm seus atrativos. Falemos de cada um.
Flicky
À esquerda, carregando os passarinhos à segurança. À direita, uma fase bônus.
O único jogo do pacote que vocês provavelmente já jogaram ou do qual ao menos ouviram falar. Foi lançado para os fliperamas em 1984 e teve conversões somente para consoles e computadores japoneses até a década de 90, quando foi lançado para o Mega Drive ocidental. Mas é figurinha fácil em relançamentos e coletâneas da Sega nos últimos anos; eu mesmo o joguei pela primeira vez no Sega Mega Drive Collection para PSP (que tem outras raridades da Sega que pretendo explorar em algum momento aqui). Os pássaros que aparecem em jogos do Sonic são baseados nele (os salvos de máquinas, aqueles que rodeiam Tails em sua transformação em Super Tails, o pássaro do qual Amy Rose toma conta em Sonic Adventure, dentre outras aparições) e recebem o nome de “Flickies” no Sonic 3D Blast. Até mesmo Gunstar Heroes tem uma fase baseada neste jogo. Clássico é pouco para defini-lo, portanto. Admito que ele é muito chato no começo, mas conforme você avança, ele vai ficando cada vez mais divertido; e a premissa simples não é sinônimo de tédio: resgate todos os “pintinhos” no menor tempo e, se possível, leve todos juntos à saída para obter mais pontos. Não estranhem se eu voltar a falar dele daqui a algum tempo; o jogo é bem viciante, he he he!
Paddle Fighter
À esquerda, tela-título. À direita, duelo contra um velho “camelo-propaganda” de uma marca de cigarros (ou será um personagem de Xenogears em sua juventude?)
Este aqui é uma versão para videogames daqueles jogos no estilo hóquei que vemos em fliperamas por aí. Claro que jogar na mesa já é bem mais divertido, mas o acréscimo de ataques especiais ao jogo torna a coisa diferente e bem interessante. Foi um dos que não conhecia que mais gostei nessa coletânea.
Hyper Marbles
À esquerda, tela-título. À direita, a arena de combate.
Este parece uma versão mais robusta e agressiva do paddle Fighter. Você controla uma espécie de bólido azul com uma dupla função: evitar ser jogado contra o laser e jogar seus adversários contra ele. Ganha-se pontos conforme o tempo gasto para destrui-los. É bem interessante, mas como o anterior é bem repetitivo (embora a constante mudança de cenários instigue um pouco mais a jogatina).
Pyramid Magic
À esquerda, tela-título. À direita, resolvendo um puzzle depois de umas dez tentativas.
No Japão, foram lançadas três continuações deste jogo (pelo mesmo sistema Meganet). Ele tem comandos difíceis (que envolvem apertar botões ao mesmo tempo) e diferentes dependendo do que se quer fazer (quebrar blocos, carregá-los, pular, abrir baús com chaves etc.). E o pior, se você faz alguma coisa de errado, não há um opção para reiniciar a fase ou algo assim. Cada cenário tem por objetivo derrotar o monstro ao final dele. É bem difícil (não pelos puzzles, mas pelos comandos) e o que mais me cansou de todos eles.
Phantasy Star II – Text Adventures
À esquerda, tela inicial do jogo de Shir. À direita, primeira tela do jogo de Rolf.
Foi esta seleção de quatro jogos, cada um estrelando um personagem de Phantasy Star II, que tornou esta coletânea conhecida pelo menos entre um seleto grupo de fãs de videogame. Se não fosse por Phantasy Star II Text Adventures, duvido que eu mesmo tivesse jogado os outros jogos.
É claro que jogar um adventure sem entender o idioma em que foi escrito é impossível, mas graças aos esforços de fãs de Phantasy Star, dos quatro jogos deste Sega no Kandume v.1, três contam com patches de tradução para um idioma mais acessivel: o inglês. Os três também foram lançados (extra-oficialmente) na forma de roms para Mega Drive, e um deles chegou a ter uma versão feita do zero para o PC. Só não tenho como jogar a aventura de Eusis (Rolf), que ainda não tem tradução, infelizmente. Os patches de tradução de dois dos jogos estão disponíveis no site do grupo de localização de ROMs MIJET.
À esquerda, tela inicial do jogo de Hugh. À direita, tela da versão não traduzida do jogo de Anna.
Os jogos contam a história dos personagens antes de se envolverem nos eventos de Phantasy Star II. Nesta coletânea (ou ainda sob as formas alternativas que indiquei), podemos jogar as aventuras de Shilka (Shir), a ladra que quer realizar um grande roubo da obra de arte chamada Opa-Opa; Amia (Anna), a “guardiã” (counter-hunter no original) mercenária que, depois de ter prendido quinze bandidos, está atrás de um hacker motaviano; Huey (Hugh), o biólogo que deve investigar algumas ocorrências estranhas em sua universidade; e Eusis (Rolf), que em suas aventuras como agente motaviano acaba salvando sua futura companheira de aventuras, Nei.
As versões feitas para PC são um tanto mais lentas, tendem a responder mal a seus comandos e chateiam muito rápido. As versões em roms para Mega Drive, ao contrário, são bem fluidas e rodam muito bem.
Ainda que os jogos de Phantasy Star sejam os mais chamativos desta coletânea (e da seguinte, como verão em breve), os outros também podem ser experiências interessantes. Principalmente por serem mais fáceis de serem jogados por quem não é versado em japonês ou até mesmo inglês, se for o caso.
Até a próxima então – sabe-se lá quando vou conseguir falar dos dezesseis jogos do volume 2, he he he 🙂
Eu cheguei a dar uma boa olhada nesses Texts, e não sabia que a versão PC tinha esse problema com a lentidão e resposta aos comandos. De fato, eu nunca me interessei em jogar as versões PC’s.
J.F. Souza[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
@J.F. Souza
A primeira versão de todos que joguei foi uma para PC (a da Nei) e parei bem rápido de jogar. Quando saíram as roms traduzidas para o inglês, notei que boa parte da culpa disso era mesmo a lentidão nos comandos. São joguinhos simples, mas bem divertidos. Não esclarecem muitas coisas dos personagens, mas quebram um galho neste sentido (assim, não são só caras que aparecem na casa do Rolf. hehehe).
O Senil[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Muito legal o post… adoro esses seus posts sobre jogos obscuros de Sega CD.
Até hoje eu não encarei nenhuma text adventure de PSII *shame on me*. Qualquer dia eu me empolgo. Aliás, o catálogo inteiro do Sega CD é um mistério para mim, não conheço nada.
Orakio Rob, “O Gagá”[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
@Orakio Rob, “O Gagá”
Para você ver, os jogos obscuros que tenho tratado são feitos e desenvolvidos pela própria Sega. hehehe O acessório não fez mesmo o sucesso que merecia; o que é uma pena.
Os Text Adventures são legais, mas bem curtinhos se for ver. O Phantasy Star Adventure para Game Gear chega a ser melhor que estes na minha opinião.
O Senil[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Nunca tinha visto alguém de verdade falar dessa jogos.
Para mim era só lenda mesmo. O meu Sega CD está parado com Earthworm Jim e Silpheed me aguardando. Talvez experimente esses um dia.
Bela Dica! Arrasa Nem!
GLStoque[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Então os PSII Text Adventures foram lançados em mídia física? Nossa, informação nova pra mim 😀 Realmente tem mt coisa legal (e desconhecida) no Mega CD ^^
Jorge Chernicharo[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
@GLStoque
“Nunca tinha visto alguém de verdade(…)”
Eu sou de verdade mesmo. Pode acreditar! hehehe Só fiquei quatro meses sem postar nada.
@Jorge Chernicharo
Fala Jorge! Se por um acaso jogar o do Rolf e do Rudo e quiser falar do que se tratam, seria muito bom. hehehe
Legal saber que tem gente que curte a série que não sabia disso! Quanto mais lugares registrando esse fato, melhor para o povo descobrir.
O Senil[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Nossa, Flicky vinha na memória do Mega Drive (quando além de jogos na memória ainda tinha slot de cartuchos), jogo muito bom. Joguei no Mega do meu primo.
Lika[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
@Lika
Eu fiquei bem surpreso com ele. Já tinha jogado oturas vezes, mas dessa vez ele me segurou bastante tempo; quase que não passo para os outros jogos que desconhecia da coletânea. hehehe
O Senil[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Senil,
procurava o Flicky para todo lugar, mas não lembrava o nome! Cara, eu minha tia jogavamos esse jogo por horas – era o único jogo que a fazia largar de Mario Bros -, rsrsrs! Cara, você escreve muito bem!
Luis Felipe[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
@Luis Felipe
Tem coisas que só o Gagá Games faz por você, rs…
Orakio Rob, “O Gagá”[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
flicky não é tão obscuro assim… “pouco” tempo atraz ele vinha no cartucho de 10 jogos que vinha junto com o megadrive…
maximuscesar[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Jogar com a Tia? Isso é inédito.
Se bem que a titia aqui já jogou
com um bocado de gente, mas não conta.
GLStoque[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Muito legal este post, parabéns!
Quer dizer que dava prá jogar online já naquela época??? Eu não sabia!
Abraço!
Sandro Vasconcelos[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Pingback:Tweets that mention Gagá Games » Sega no Kandume vol.1 (Sega CD) -- Topsy.com
Flicky é muito bom, viciante mesmo!
E interessantíssimos esses text adventures de Phantasy Star II, preenchem a lacuna do RPG para Mega Drive (os personagens aparecem meio de “supetão”).
É tão triste saber que a SEGA foi pioneira em tantas coisas (como o fato de se jogar online), mas tais inovações só foram ter o devido sucesso em outras empresas… Por que será? Falta de divulgação? Não foram lançados no momento certo? Às vezes eu me pergunto…
Zolini[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
@Luis Felipe
Cara, tem muito jogo que tive (e tenho) experiências semelhantes: jogava muito e me esqueci completamente do nome durante anos. Um exemplo é o Treasure of the Rudras mesmo. Os outros vou manter em segredo. hehehe Pretendo falar deles depois, daí não estrago a surpresa.
Ah, e valeu pelo elogio! Eu tento melhorar meu jeito de escrever todo dia (praticamente não largo a caneta); seja por obrigações (mestrado) como por prazer (contos, posts, poemas, e coisas do tipo).
@maximuscesar
Isso. de fato, Flicky é o mais conhecido dessa coletânea; principalmente por ter sido lançado também fora do sistema Meganet (como outros que vêm no volume 2 – que devo falar na semana que vem).
@GLStoque
Eu jogava muito com uma prima minha quando era pequeno. Minha sobrinha (de quatro anos) joga comigo às vezes. Ela adora uns clássicos do Master System. hehehe
@Sandro Vasconcelos
Pois é… A novidade do Mega Drive é a jogatina online por consoles. No começo da década de 1980 os MUDs eram bem populares (tipo um MMOG só de texto).
@Zolini
Concordo plenamente cara… A Sega inovou em muitas coisas. Nem só em consoles; basta pensar em arcades da década de 1980 (OutRun e After Burner só para ficar em dois) e da década de 1990 (R-360, para ficar só com um). E de todas as empreitadas da Sega, a mais bem sucedida foi o Mega Drive que reinou soberano por vários anos no Japão e no resto do mundo.
O Senil[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
@O Senil
Joguei muito videogame e fliperama com uma prima minha também. É até comum. Agora só falta vir alguém aqui e dizer que jogava com a avó.
GLStoque[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
@GLStoque
huahuahauha Hoje eu não sei, mas daqui a alguns anos isso será muito mais comum. hehe
Mas é verdade o que disse. Joguei muito com primos (mais novos e mais velhos que eu).
O Senil[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Beleza de artigo Senil, só fiquei meio na dúvida de que esse jogo foi laçado apenas para o Mega CD (japonês) e não para o Sega CD (americano). Me corrija se eu estiver errado. Pois olhei no meu Fullset de Sega CD (NTSC/UC) e não tenho a imagem deste jogo. Desses só joguei o Flicky, mesmo assim no Sonic’s Utimate Sega Genesis Collection do PS3. Abraços!!!
piga[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
maximusces
Eu tinha esse cartucho que você falou, era nele mesmo que eu tinha o jogo, porém havia esquecido o nome
Luis Felipe[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
@GLStoque Só esse jogo fazia minha tia largar do NES dela e jogar no Mega-Drive.
Luis Felipe[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
@piga
É do Mega CD. Só não quis entrar no mérito de dividir mesmo. Desde que comecei essa jornada pelos jogos desenvolvidos para Sega CD pela Sega, eu sabia que esbarraria em jogos americanos e japoneses. Mas preferi adotar uma nomenclatura só; como aqui o acessório recebeu o nome de Sega CD, optei por esse nome mesmo (assim como uso sempre Mega Drive e não Genesis).
O Senil[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Muito bom Senil!
Eu nunca encarei um text rpg de TIPO ALGUM KKK nem sabia qeu isso exsitia pra videogame XD
Sabat[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Gostei da análise. Cheguei a pegar essas coletâneas por causa dos jogos de Phantasy Star mas nem dei muita bola pra nenhum jogo.
Quanto ao Flicky, não curti o jogo pois não tenho afinidade com jogos nesse estilo. Só recentemente descobri que os passarinhos dos jogos do Sonic tinham relação com esse jogo, nem me lembrava mais que a Amy Rose toma conta da passarinha no Sonic Adventure.
“Até mesmo Gunstar Heroes tem uma fase baseada neste jogo.”
Correção: é no Gunstar Super Heroes do GBA.
@Luis Felipe
@Orakio Rob, “O Gagá”
Por essas e outras que eu digo:
Gagá Games — desde 1892 ajudando as pessoas a redescobrirem jogos perdidos.
ANTIDEUS[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
@Sabat
Pois é, existe. hehehe Eu particularmente acho adventures para consoles mais divertidos que os de PC. Mas devo ser uma das única pessoas a achar isso. huahauhauha
@ANTIDEUS
Valeu pelo acréscimo! Quando li isso em alguns lugares, pensei que poderia ser alguma pequena referência que passou despercebido por mim quando o joguei há bastante tempo atrás.
O Senil[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Pingback:Gagá Games » Sega no Kandume vol. 2 (Sega CD)
Aí Senil, saíram novas traduções lá no MIJET:
http://mijet.eludevisibility.org/
00_Agent[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
@00_Agent
Valeu pela informação (e desculpe pela demora em responder)! Ainda rpeciso dar uma olhada para ver se ficaram realmente boas.
O Senil[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
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