Tá se sentindo macho hoje? Então jogue Gaiares!
Por um golpe cruel do destino, os jogos de nave saíram totalmente da moda. Bons tempos aqueles de Zanac, Gradius, Thunder Force, R-Type… mas além de todos esses clássicos, há um belo shooter para Mega Drive que passou batido por muita gente.
Gaiares foi lançado em 1990. Desenvolvido pela Telenet (Valis, El Viento etc.), o “joguinho de nave” chegou ao Mega Drive sabendo que a concorrência era das boas. Como se destacar em meio a tantos shooters de qualidade?
Podemos começar com excelentes gráficos, uma trilha sonora empolgante (como de costume nos jogos da Telenet) e uma saraivada de tiros para todos os lados. A ação em Gaiares é frenética, e você vai suar a camisa para se manter vivo.
As fases são bem variadas e bastante criativas: a nave vai viajar por debaixo d’água, passar no meio de guilhotinas gigantes e lutar para fugir da força gravitacional de imensos ímãs espaciais, tudo isso enquanto “tenta” desviar dos disparos inimigos e destruir algumas naves.
A grande inovação de Gaiares está no sistema TOZ. O TOZ é uma cápsula que flutua ao redor da sua nave, lembrando um pouco a cápsula que acompanha a nave de R-Type, com uma diferença fundamental: quando lançada, ela se acopla à nave inimiga e adquire sua arma. É bastante interessante quando uma nave enorme entra na tela, lança um baita raio laser e você joga o TOZ nela, pegando o laser para você.
As armas adquiridas são bastante variadas: você pode obter uma arma vulcan mais potente, raios laser teleguiados, tiros que giram em torno da nave formando um escudo, spread guns que disparam em todas as direções e muitas outras.
Mas jogo de nave que se preze tem que ter uma alta dificuldade. Aliás, mais do que isso: jogo de nave bom mesmo tem que puxar o cabelo e enfiar o dedo no olho de vez em quando. E Gaiares vai deixar você de olho inchado, com naves que vêm por trás e combates em áreas estreitas. Os chefes de fase são um capítulo à parte: muitas vezes eles tomam conta da tela quase inteira, e é extremamente difícil derrotá-los sem uma boa arma. Aliás, a regra básica contra os chefes é tentar derrotá-los o mais rápido possível, porque a sobrevivência é um misto de habilidade e sorte. Seus disparos muitas vezes tomam quase todo o (pouco) espaço disponível na tela. Na maioria das vezes eles dão algum sinal de quando vão atacar, e aí você deve parar de se preocupar em atirar e correr para se esconder, porque a tela vai endoidar em poucos segundos. Como se já não bastasse, depois de muito penar para derrotar os chefes, o jogo ainda “presenteia” o jogador com um repeteco: na penúltima fase, TODOS os chefes reaparecem, um atrás do outro, para você enfrentar!
A dificuldade é altíssima, mas ainda assim fica a sensação de que é possível, sim, zerar Gaiares. Em alguns momentos o jogo pode parecer desleal, como no estágio em que você só percebe as lanças no solo, ou o teto que desaba, quando já é tarde demais… e talvez seja meio desleal sim. Mas a verdade é que Gaiares é um jogo que exige dedicação. É preciso jogar várias vezes, memorizar os padrões de ataque e as armadilhas das fases. Só zera o jogo quem realmente o conhece de cabo a rabo.
Além da ação frenética, Gaiares também tem uma historinha, contada com as clássicas imagens de meninas japonesas com cabelos coloridos. A Telenet era particularmente boa nessa área, e os personagens têm uma arte caprichada.
Se você ainda não jogou Gaiares, vá correndo corrigir esse erro, é um game de primeira. Mas é jogo de macho, tem que ter raça. Não, não quer dizer que os gays não podem jogar: quando eu digo macho, digo um camarada que não desiste (e tem muito gay por aí que é mais macho que muito hetero).
Gaiares faz lembrar dos bons tempos em que a gente sentia uma satisfação enorme em passar daquela maldita fase que nos prendia há dias…
Update: a banda brasileira de game-metal, Megadriver, tem uma versão guitarrada da música da primeira fase do Gaiares. Tire sua avó do quarto para não matar a véia do coração:
Hm parece que você nunca jogo parodius entao?
É o mesmo sistema desse, acho que é ate no mega driver.
Fellipe[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Na verdade, eu joguei Parodius há muuuuuuuito tempo atrás, no MSX. Anos depois joguei a versão do SNES, que também é excelente. E é bom demais, merece um post aqui no Gagá.
O sistema de armas do Parodius é diferente: os inimigos derrotados deixam capsulas que vão fazendo uma barrinha na parte inferior da tela mudar de posição, com cada posição correspondendo a um tipo de arma (missile, double, laser e outras). Quando chega na posição da arma que você quer você aperta um botão e fica com a arma. No Gaiares você rouba a arma do inimigo mesmo, é muito interessante.
Orakio Rob, “O Gagá”[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Parodius é bom no arcade… É só sacanagem aquele jogo… Eu me lembro de ter baixado pro Mame, vale a pena…
J.F. Souza[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Caraca! Gaiares! Grande jogo!
Realmetne sinto muito a falta de shoot’em up DE VERDADE com os que vc citou (eu ainda incluiria Axelay, muito interessante).
Mas Gaiares realmente era especial. Trilha sonora muito boa, e o jogo especialmente desafiador.
Grande lembrança cara.
antonio[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
@antonio
Ih, rapaz, eu adoro Axelay também, qualquer dia aparece por aqui. Eu adoro a música da primeira fase… e a da segunda… e a da fase da lava…
…
Bom, acho que gosto de todas as músicas 🙂
Orakio Rob, “O Gagá”[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Gaiares é um ótimo shooter mesmo!
E que bom que lembraram do meu preferido, Axelay. Aliás, eu até já fiz uma resenha sobre ele aqui: http://gameretrobrasil.blogspot.com/2008/02/6-um-milho-de-tiros-na-tela-um-chefe.html
Adney Luís[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
@Adney Luís
Que legal o seu blog, Adney! Estou linkando aqui na barra lateral do Gagá, parabéns!
E eu vou chegar no Axelay também… aliás, adoro a música dele, escuto quase todo dia.
Orakio Rob, “O Gagá”[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
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menino! pense num jogo bom danado e apelão. acabei de zerar ele aqui. e cara, eu comecei de meio dia e só fui acabar com o game lá pelas 8 da noite. mas o game é…INACREDITAVEL E FODÁSTICO!!! só a animação do inicio da aventura é de cair o queixo. quem diria que o MEGADRIVE era capaz daquilo. a telenet devia fazer inúmeros games com aqueles gráficos de animação, mas já li aqui o que houve com ela e a sua decadência(pobre Valis).
voltando ao assunto, demorei muito para passar de cada nível, e é cada um mais impressionante do que o outro. o que eu mais gostei foi o nível que tinha que havia uns buracos negros que “puxavam” a nave, sem falar do penúltimo nível, onde se pega a cauda de um cometa..eu embasbaquei quando vi aquilo. nem em gradius vi algo parecido.
e os chefões são impressionantes. eu encarei o esqueleto gigante que tá a foto dele ai no post, levei um susto quando ele apareceu. e a valquiria do 5 estágio era muito apelona..levei 3 horas para passar dessa fase e rezava de pé junto para conseguir vence-la. até que resolvi ir”literalmente” para cima dela com escudo e tudo…num é que funcionou? matei rapidinho. e o ultimo chefão do game também foi um bom desafio, mas acho que a valquiria apelou mais.. e ele tinha umas duas TOZ gigantes ao seu lado, mas no final venci. e essa sensação de dever cumprido me brinda até agora. mó jogaço! recomendo a todo mundo a jogar Gaiares. será uma aventura inesquecível.
leandro(leon belmont) alves[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Eu me amarro no início dessa fase, os gráficos dão um show muito louco.
Orakio Rob, “O Gagá”[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
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