Outro dia, nas minhas andanças pela internet, fui parar no site da revista Retro Gamer. Pelo nome, você já deve ter sentido que é uma revista sobre jogos velhos, correto? E é isso mesmo. Trata-se de uma publicação européia vendida por um bom preço (uns 30 reais contando com o frete), então eu decidi fazer um test-drive e encomendei a edição 58 (a atual) da bendita.
Bom… o que dizer? A revista é fantástica! O papel é de alta qualidade, a parte gráfica idem. As seções são bem organizadas, os textos são escritos por gente que entende mesmo do riscado e há reportagens aprofundadas resgatando do limbo verdadeiras pérolas sobre clássicos do passado. A edição que adquiri traz uma reportagem bisonha sobre Shining Force, contando histórias sobre o desenvolvimento de todos os games da série e curiosidades curiosamente curiosas (sabia que Landstalker era para ser um Shining Force?).
Outra reportagem de destaque é a que fala sobre Panzer Dragoon Saga para o Sega Saturn, onde fiquei sabendo que o desenvolvimento do jogo levou mais de dois anos, contou com uma equipe enorme e custou uma fortuna! Há ainda uma excelente matéria contando a história da Activision, com direito a comentários de David Crane, criador do Pitfall. Aliás, vale destacar que as reportagens principais sempre trazem entrevistas com programadores envolvidos na produção do jogo. Com isso a revista passa longe do lugar comum e revela várias informações que você não encontra em lugar nenhum.
Impagável também a matéria especial sobre jogos com premissas esquisitas, alguns dos “crássicos” selecionados são de rolar de rir, como o jogo em que voce dirige um ônibus escolar pelo deserto de Nevada. O problema é que o deserto tem o tamanho do deserto verdadeiro, e você só pode dirigir a 35 Km/h! Dizem que leva umas oito horas para completar o percurso, e o jogo não tem “pause”!
Há também espaço para o leitor, não só na seção de cartas como na publicação de um “profile” de um jogo. Nesta edição um leitor lembrou do saudoso “Super Sprint”. Os profiles podem ser criados no site da revista. Vai lá, quem sabe o seu não é selecionado?
A Retro Gamer é bem abrangente, cobrindo até aqueles jogos bem antigos, dos tempos do Commodore. Os fãs dos velhos jogos de computador vão adorar a matéria sobre a Microprose, o “revival” de Xenophobe e até um reviewzinho do saudoso Boulder Dash, que chegou ao Virtual Console do Wii. Também há espaço na revista para novas versões de games que marcaram época nos consoles clássicos, como Metal Slug 7 e Bomberman Blast.
Concluindo, eu realmente recomendo a todos vocês que assinem a revista, é um espetáculo. É possível comprar dois CDs que trazem todas as edições em PDF por um preço módico. Eu poderia comentar que ao dar uma busca no google por “retro gamer” e “goomba” vocês vão encontrar os PDFs para download gratuito, mas seria muita canalhice da minha parte. O fato é que, embora os PDFs sejam interessantes, a revista é tão atraente graficamente que simplesmente não é a mesma coisa. Você precisa ter a revista nas mãos para entender do que eu estou falando. Se não tiver grana para isso, obviamente, o PDF vai servir. Nota 10.
Tenho a versão italiana de uma edição de 2007 sobre Street Fighter. Realmente, é de chorar e matar muito nostálgico do coração.
Fico pensando se uma produção deste porte e qualidade encontraria espaço aqui no Brasil. Ainda bem que em outros lugares ela existe e se mantém firme e forte!
Claudio Prandoni[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Muito bom o comentário, gostei dos detalhes, depois informa mais do David Crane?
gamer_boy[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Interessante. Não tinha noção que o público retro-gamer era tamanho na Europa para conseguir sustentar uma revista do gênero (e olha que a EGM vai mal das pernas…). Como sou pobre vou ter que me contentar com as versões em pdf mesmo…
André “Caduco” Breder[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
O David Crane conta que é o único da turma da Activision que continuou trabalhando ininterruptamente com games. Já há alguns anos ele vem trabalhando com jogos pela internet, que segundo ele atraem jogadores casuais, um público bastante parecido com o do Atari.
Ele conta também do dia em que ele e uma turma de feras deixaram a Atari para fundar a Activision. Eles descobriram que os jogos que faziam estavam rendendo vários milhões para a Atari, e que o salário deles não correspondia a isso. Crane foi pedir aumento e o chefe disse que ele e seus amigos erão tão importantes para a Atari quanto o sujeito que encaixotava os consoles. Crane ficou fulo da vida e se mandou.
Após meses indo a pé até o trabalho e almoçando e jantando uma lata de atum por dia porque a grana estava curta, as coisas engataram e a Activision decolou. E a parte do atum não é invenção minha, é sério mesmo 🙂
Orakio “O Gagá” Rob[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
@Claudio Prandoni
Já é um espanto que a Eletronic Gaming sobreviva por aqui, imagine uma revista só sobre jogos velhos… infelizmente, para expandir seus conhecimentos na área, o retrogamer brasileiro vai precisar de um inglês caprichado.
Talvez uma coisa mais amadora, num formato meio de fanzine, desse certo. Quem sabe, um dia, um Gagá Zine? 🙂
Orakio Rob, “O Gagá”[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Baixei as edições 1 e 2 da Retro Gamer (até agora). A primeira achei fraquinha, só o que me interessou mesmo foi uma bela reportagem sobre a série Street Fighter da Capcom. Já a segunda edição curti muito o artigo Top 50 – Game Characters. Uma revista deste tipo no Brasil com certeza não passaria do primeiro número, tendo em vista que o público retro-gamer por aqui é muito pequeno (a grande maioria que viveu as eras 8 e 16 Bits hoje em dia ou estão jogando Xbox 360/PS3/Wii/PC ou nem ligam mais para esse “negócio” chamado videogame).
André “Caduco” Breder[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
André Breder, a revista foi reformulada quando foi comprada pela Imagine Publishing em Outubro/2005 e a partir da edição 19, passa a ter nova linha editorial.
Veja em http://www.imagine-publishing.co.uk/flash/downloads/press/Press28OCT05/IP_28OCT05.pdf
André, passe no Po.B.R.E., tem um mega-presente de natal para você lá! 🙂
gamer_boy[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Legal terem feito uma tradução do SOTN, Gamer Boy. Qualquer dia eu testo para ver como ficou.
Em relação a revista Retro Gamer, estou baixando um arquivo torrent com as 30 primeiras edições da mesma. Está demorando pra c@#@$%* pois tem poucos seeds e peers, mas um dia eu consigo baixar tudo…
André “Caduco” Breder[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Descobri o seguinte, a RevistaX360 é publicada no Brasil sob licença da editora Imagine Publishing Ltd.
É a mesma editora da RetroGamer, mandei um contado para a Digerati Editora e vou aguardar, caso vocês queiram também, entre em contato para ver se sai uma versão em Português. Até podem contratar o Orakio_ROB como editor/tradutor da revista em português! 😀
gamer_boy[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
@André “Caduco” Breder
** Orakio entrando como seeder, espero que ajude. Se der xabú eu depois subo para o 4shared **
@gamer_boy
Já pensou se os caras me convidam para escrever uma matéria especial sobre PS? 🙂
Orakio Rob, “O Gagá”[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
É… sonhar não custa nada mesmo… mas é como eu disse antes: o público retrogamer no Brasil é pequeno demais para sustentar uma publicação desse tipo. Basta ver quantas pesssoas estão comentando este post aqui no Gagá: eu, Orakio, Gamer Boy e Claudio Prandoni. Agora faz um comparativo com blogs ou sites que falam sobre jogos atuais para ver quantos pessoas comentam sobre os lançamentos dos consoles da atual geração: é só dar uma checada no Finalboss por exemplo. O público que curte jogos atuais e pouco se importa com os retro-games é muito maior. Logo se eu fosse um editor de revista, que precisa de ganhar dinheiro para comprar o leitinho das crianças, não iria investir numa publicação para o público retrogamer, pois realmente não iria lucrar com isso.
Eu considero heróis caras como o Orákio ou o Samuel do Retrobits, que tiram dinheiro dos seus próprios bolsos para manterem no ar sites/blogs sobre retrogames. Eles com certeza fazem isso pelo amor aos retrogames, pois se dependessem desses sites para ganhar dinheiro, hoje estariam jogados numa esquina pedindo esmolas.
A realidade, infelizmente, para nós saudosistas e retrogamers de plantão é: ser retrogamer no Brasil é fazer parte de uma minoria. Logo esperar que um dia alguma editora venha a publicar uma revista destinada unicamente a nós, é quase como sonhar em ganhar na Mega Sena.
André “Caduco” Breder[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Realmente, uma revista dessas não vingaria no Brasil. Se a EGM não vai tão bem assim das pernas…
Mas para nós, saudosistas, isso realmente vale ouro! Vou ver se entro pra equipe aí que tá baixando o torrent com várias edições!
Quanto ao Gagázine, poderia ser algo legal de ser feito em PDF mesmo. Nem que fosse num esqueminha de livreto e com uma periodicidade bimestral ou trimestral!
@André Breder
Herói já é demais… eu acho que sou, assim como o Orakio, um saudosista viciado e dependente! Simplesmente não quero ver essa cultura morrer (isso que dá ser filho de professor de história!) e estou fazendo a minha parte (nem que esta consista mais em manter uma estrutura pra galera!)
Abraço!
Samuel Batista[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
@Samuel Batista
Já ouvi muitas definições para “retrogamer”, mas “um saudosista viciado e dependente” foi a melhor de todas 🙂
A idéia do zine em PDF é interessante, e estou pensando no assunto, vamos ver no que dá.
Orakio Rob, “O Gagá”[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Essa revista eu conheço há algum tempo. Já postei no meu site a edição nr 01 (http://gamehall.uol.com.br/insertcoin/2007/09/revista-retro-gamer/) que achei ótima. Infelizmente não tenho esperanças de que uma pérola como essa seja publicada no Brasil devido a fraca cultura que temos aqui em relação aos retrogames pois a explosão do VG aqui só ocorreu depois que o Playstation já estava quase morto, ou seja, apenas os jogos de 2000 pra cá estão “vivos” na mente da maioria dos jogadores. De qualquer forma não custa nada pressionar um pouco a Digerati pra ver se ela não toma coragem e tenta lançar pelo menos uma amostra da mesma aqui. O Felix gamer_boy já deu a dica. Vamos encher o saco da editora!
http://www.digerati.com.br/site/contato.php
Fabio[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
@Fabio
É isso aí, Fábio, vamos bater com nossas bengalas nos portões da Digerati! 🙂
Vocês têm razão, vou escrever, não custa nada.
Orakio Rob, “O Gagá”[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Pingback:Gagá Games » Revista Retro Gamer, Março de 2009
Avisando, ainda não desisti..
Em último caso, torço pelo FanZine
gamer_boy[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Pingback:Gagá Games » PETIÇÃO: Revista Retro Gamer no Brasil
Pingback:Petição pela revista Retro Gamer no Brasil « Hadouken
Pingback:PETIÇÃO: Revista Retro Gamer no Brasil « Vídeo Game Brasil
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Acho improvável que essa publicação ainda esteja disponível em pleno 2022, mas é o tipo de material que me apetece, assim como esse blog. Bom saber que existem PDFs disponíveis para matar as saudades.
Dark[Citar este comentário] [Responder a este comentário]