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Treasure of the Rudras foi um dos últimos RPGs lançados pela Square para o Super Famicom. Como o jogo nunca foi lançado fora do Japão, passou despercebido por muita gente. Nesta série de quatro posts, nosso amigo Thiago “Senil” vai nos apresentar a este interessante jogo da Square, que curiosamente não virou franquia e até hoje foge ao “radar” de muitos amantes do gênero.

— Orakio “O Gagá” Rob

“Na Jade do Renascimento reside o Corpo do Conhecimento… o Conhecimento reside no Perseguidor da Verdade que buscará o mistério da criação.”

rudras-surlentÉ praticamente impossível falar muito da história deste jogo sem estragar algumas de suas surpresas. Como boa parte dessas surpresas em Treasure of the Rudras residem na história, vou ser sucinto, e assumir o risco de que a trama pareça uma tolice, ou que sua atmosfera pareça por demais simples. E convenhamos, é o que parece mesmo.

O mundo foi criado há milhares de anos. Sua história é compreendida por algo que chamam de Grande Ciclo, que se repete a cada quatro mil anos. Terra Firma sempre teve que suportar o terrível destino de ter suas condições favoráveis à vida destruídas e reestruturadas a cada ciclo completo. O final de cada Grande Ciclo traz junto de si o começo do seguinte.

O primeiro desses ciclos iniciou-se com a criação de um povo chamado de danan. Cultos, sábios e dotados de grande poder mágico, foram capazes de perceber e profetizar os Grandes Ciclos antes mesmo que o primeiro deles se completasse. Seu Rudra criou-os como a primeira espécie dominante do planeta. Temendo sua extinção total, os danans desenvolveram uma forma de elevar porções de terra ao céu para que ao menos parte de seu povo resistisse até que suas profecias sobre o fim dos ciclos se completassem.

O encerramento do domínio danan foi violento. Ao soar o sinal do Relógio do Destino, o Rudra do povo marinho despertou e realizou sua tarefa de destruir para criar. A vida como conheciam desapareceu. E ele estabeleceu uma nova forma de vida dominante de seres que habitassem as águas e se assemelhassem ao que nós, em nosso mundo, chamamos de sereias e tritões. Estes se ocupavam não em conhecer melhor o mundo e sim em preservá-lo, de mantê-lo lindo como era. Em vão.

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À esquerda: a descoberta da Lago Stone dos répteis. À direita: Surlent lembrando da razão pela qual se aproximou de Muench e de sua pesquisa.

O Grande Ciclo havia somente retornado e não se extinguido. O Rudra dos répteis foi igualmente impiedoso. Dizimou quase toda a população do povo marinho. Alguns se salvaram fugindo para locais mais profundos onde não poderiam ser encontrados, ou lugares altos criados por um povo mais antigo, onde pudessem estar a salvo.

O fim se aproximou novamente. E a nova raça foi trazida pelo Rudra dos Gigantes. Estes dominaram a terra com sua força e poder avassaladores por mais quatro mil anos até que o último Rudra conhecido se apresentou.

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À esquerda: o Eclipse que prenuncia a iminência do fim da espécie humana. À direita: o fatídico encontro de Surlent com sua jade, a do Renascimento.

O Rudra dos humanos trouxe fim à civilização hercúlea dos gigantes; nem as águas profundas, nem as terras em altos céus e nem os alertas dos danans puderam salvá-los da extinção quase completa. E trouxe uma nova espécie, uma raça dominante que possuía características semelhantes e também diferentes das que anteriormente tiveram a sua chance. Podiam ser sábios, podiam se preocupar com a preservação de sua terra, podiam ser arrogantes e obstinados. E estavam no ano 3999 de um mundo devastado pela poluição desenfreada e diante da descoberta das Lago Stones, contendo os Rudras das épocas anteriores.

Uma nova espécie esperava para despertar e trazer não só destruição e morte, mas também vida e renovação. O Grande Ciclo está prestes a se reiniciar. Porém, os danans profetizaram sobre quatro “portadores de jade” que poderiam modificar todo o destino do mundo. O que farão a respeito?

No próximo post, os personagens de Treasure of the Rudras. Quarta-feira, no Gagá Games!

Treasure of the Rudras: O Grande Ciclo
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15 ideias sobre “Treasure of the Rudras: O Grande Ciclo

  • 26/04/2010 em 5:31 pm
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    @GLStoque
    hehehe Eu mal tenho tempo para jogar coisa alguma. Estes quatro meses que fiquei sem postar foram dedicados, de quinze em quinze minutos, a pouquíssimos jogos. Este foi um deles. Os outros virão a seguir.

    E, de fato, ele é muito bom e bonito.

    @Doidao66
    Pelo Oráculo não deve ser difícil de achar. Mas um site bem legal que pode visitar é o http://www.fantasyanime.com

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  • 27/04/2010 em 6:45 pm
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    @Tallarico
    hehehe De fato jogar tudo de uma vez é um pré-requisito. Com a jogatina picotada que fiz da última vez, foi difícil ir lembrando de tudo que tinha acontecido e ir amarrando a teia do enredo.

    @Sabat
    huahuahuahuah O fato de não aparecer mais no MSN para bater papo com você me ajudou nisso. 😛 Zoeira. hehehe

    Quanto aos gráficos, eles só parecem padrão. O que realmente importa são os movimentos (que imagem alguma pode mostrar direito). Todos os inimigos têm animações próprias, os personagens também e por aí vai. Li em algum lugar que usaram uma tecnologia semelhante ao Super Mario RPG, mas não sei confirmar isso ou não.

    @maxi2099
    Cara, nunca joguei… Mas admito que é um dos que mais tive curiosidade de jogar para SNES desde que comecei a caçar games para esse console. Acabava priorizando outros e deixando de lado. Estou até devendo uma tentativa ao Secret of Evermore. hehehe Mas é uma boa dica, vou dar uma olhada nele depois com calma; quem sabe faço um review (ou, se arrumar tempo, um diário hehe).

    @J.F. Souza
    Grande Yoz! Sinto falta dos seus textos também; como meu irmão de pena, advirto: nunca abandone papel e tinta. Faz falta para quem o lê e para você, que escreve.

    @Orakio Rob, “O Gagá”
    É uma das coisas mais legais mesmo. Essa chamada ao jogo é muito interessante. Porque, como jogador, você já sabe que aquilo aconteceu várias vezes e que vai, com certeza, acontecer de novo. Mas não pensem que fica só nisso; como falei, boa parte das surpresas reside no enredo e, com certeza, se referem às razões desse Ciclo.

    Quanto á religião indiana, eu já li algo a respeito. Mas faz muito tempo e não lembro qual religião indiana é e qual seria o “motor” da repetição dos 70.000 anos por vez.

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  • 29/10/2011 em 2:58 am
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    Atrasado pra mais de metro mas como resolvi dar uma cavucada no baú de roms, sabia que eu tinha uma trupe de rpgs de japas de snes que eu tinha aplicado a tradução, só que deixei os jogos encostados, hoje ao investigar essa pasta de rpgs, notei que eles são muito bons. Joguei algumas horas de Dual Orb 2, que tem gráficos muito bonitos principalmente na hora do fight, mas o jogo que me pegou mesmo foi o Treasure Hunter G, e quando li que era da Sting e tinha estilo de luta semelhante a Yggdra Union, comecei a jogar e não parei mais, rpg estratégico que agora só paro depois de terminar. É bem inusitado no jogo que a interação dos personagens não é tão previsível quanto outros jogos.

    Mas o motivo real de eu estar comentando aqui é mesmo sobre o jogo do post(que dei umas olhadelas mas não muitas, temendo spoiler talvez), foi o último que testei e queria um parecer sobre o mesmo, umas mini dicas podia ser. Falando se o gameplay dele é longo, vale a pena jogá-lo, pelo que vi tem três histórias iniciais o que me deixou curioso, não sei se juntarão depois ou serão histórias antagônicas, essas dúvidas aí. Vi isso acontecer em um outro jogo que joguei por um tempo depois abandonei, acho que o nome é Seiken Densetsu 3, acho que tem a ver com os Secret of Mana.

    É isso aí Senil, tomara que possas resgatar essa matéria bem velha pra me esclarecer tais questões retrogamers. Valeu!

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  • 29/10/2011 em 11:35 am
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    @Juliano
    Se você ver meu nome lá em cima na resenha de algum jogo, pode ficar tranquilo porque não solto spoiler nenhum. hehehehe Portanto, pode ler os posts com calma que não vão atrapalhar em nada sua compreensão e futura diversão com o jogo.

    Mas vamos às suas perguntas!

    Treasure of the Rudras não é muito longo não. Número de horas fica difícil de considerar porque nunca contei (e quando joguei da última vez, joguei tão picotado em vários dias que nem teria mesmo como fazer). E com certeza vale a pena jogá-lo; eu o considero um dos melhores RPGs do SNES (mesmo o estilo sendo diferente, na minha lista de preferências do console, está junto com Chrono Trigger – o que não é pouca coisa hehe): ele tem muitos detalhes e novidades que compensam como, por exemplo, o sistema de Mantras (as magias do jogo) que você tem que digitar e qualquer coisa que digite vira uma magia. hehehe

    Além, claro, da coisa bacana que é poder ir levando três personagens principais diferentes. Logo ao ir em “Novo jogo” você escolhe qual deles quer jogar primeiro, pode jogar com cada um até seu final e depois trocar de personagem, ou ir alternando durante o jogo mesmo. Como a cronologia do jogo passa por dias (anoitece e amanhece dentro do game), pode ser interessante jogar o “dia 1” com cada um deles separadamente também.

    Os grupos se esbarram durante o jogo todo e quando você chega na quarta etapa do game (daí quatro posts nesse especial hehe), eles se reúnem.

    Tem pouco a ver com o Seiken Densetsu 3 em que você escolhe os três personagens dentre seis (um principal e outros dois auxiliares), até porque é um RPG mais tradicional.

    Em um dos posts eu destaco as músicas porque são realmente muito boas. Eu escuto a OST do game direto: é muito divertida.

    Espero ter ajudado. hehehe

    Caramba, faz tempo mesmo que joguei isso… Preciso jogar de novo! 🙂

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  • 29/10/2011 em 3:14 pm
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    Valeu Senil, agora com essas ultimas palavras, realmente coloquei o jogo como próximo da lista, meio que vai dar uma pena deixar o Dual Orb 2 para outra prioridade, já que ele saiu perdendo em relação ao Treasure Hunter G mas de repente termino ele antes, e daí sim vou pro Treasure of the Rudras.

    Esse 16 bits meu videogame favorito só me dá trabalho(diversão).

    Ah… e postei aqui porque sempre vejo que tu responde o pessoal, só não sabia que poupavas os leitores em relação a spoilers, isso é ótimo. Até porque fui ver uns vídeos bem interessantes do ludobardo só que a pior parte era que contém muitos spoilers, mesmo ele mandando muito bem abordando as narrativas dos jogos.

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  • 29/10/2011 em 3:49 pm
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    @Juliano
    Disponha cara! Eu preciso jogar uma série de games de SNES também, mas acabo deixando para depois (acabo preferindo jogar de novo games que já curto ou alguma coisa inédita para mim de algum console da Sega – agora estou no Shining Force II, por exemplo que já joguei umas três vezes, mas não tocava nele há anos). O Treasure Hunter G é um exemplo, juntamente com o Secret of Evermore e o próprio Seiken Densetsu 3 que cheguei no último labirinto e parei de jogar por alguma razão qualquer e perdi o pique. hehehe

    huahauhauha Eu entendo perfeitamente isso daí!

    Eu sempre respondo sim, mesmo quando nenhuma pergunta é feita. hehehe Eu gosto desse bate papo que a seção de comentários possibilita. Até por isso que comento bem pouco em outros posts (não gosto de comentar e ficar sem tempo de participar da conversa que acaba surgindo e tal).

    E quanto aos spoilers pode ficar tranquilo. Eu tomo muito cuidado com isso sim. Memso quando conto algo da história de um game (que, como vimos já, algumas vezes é o elemento essencial de certos jogos), tento enfocar somente aqueles aspectos que o jogador descobre por si mesmo na introdução, ou jogando os primeiros cinco minutos (naqueles que não têm introdução, por exemplo).

    E se ler posts antigões meus (mais velhos que esse até hehehe), pode comentar que eu respondo também sem problemas!

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