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Pensou que a cruzada NES tinha acabado? Que nada, rapaz, só tirei uma semana de descanso! O Gagá vai levar a missão até o fim, até porque com o passar do tempo os jogos vão ficar cada vez melhores! Se bem que hoje a coisa foi meio… meio… bom, vamos começar essa bagaça que vocês vão entender.

Para começar, eu queria falar de um joguinho que saiu um mês antes do Super Mario Bros e que eu esqueci de mencionar na edição passada: 10-Yard Fight. É o primeiro jogo de futebol americano de NES, originário dos arcades. Dizem que a versão original do jogo foi o primeiro jogo de futebol americano com alguma proximidade do realismo, e eu levo fé. Na versão do NES os gráficos são medianos, a visão é superior e o scroll vertical. O jogo é bem espartano, sem seleção de táticas, sem modo de campeonato ou demais firulas. O que é interessante é que você controla um só jogador, mas quando ele se move os outros jogadores imitam seus movimentos, formando uma espécie de “arrastão”. É divertido usar esse tipo de controle para jogar seus companheiros de equipe de encontro aos adversários. Eu achei muito legal.

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Depois de um esporte másculo como futebol americano, foi no mínimo inusitado topar logo na sequência com dois jogos que podem prejudicar o seu sucesso entre as garotas… o primeiro saiu em setembro de 1985 e se chama Pooyan. Nele você controla… sei lá, ovelhas? Carneiros? No arcade são porcos, mas eu nunca vi porcos dessa cor. Eu só sei que na abertura o lobo corre atrás deles, depois eles aparecem correndo atrás do lobo, e quando o jogo começa você está em uma plataforma movida por roldanas, atirando flechas nos lobos que descem em balões… a primeira metade dos anos 80 foi para o NES como os anos 70 foram para a música: todo mundo se drogava muito e fazia coisas das quais se envergonharia depois 🙂

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Eu adoraria dizer que o jogo é uma metáfora à ameaça comunista, representada pelos lobos vermelhos que querem comer as criançinhas dos capitalistas, mas é mais fácil acreditar que alguém fumou o que não devia nos estágios iniciais de desenvolvimento do jogo

O segundo jogo leva o troféu WTF de hoje: City Connection parece jogo de macho, e você controla um carrinho que vai “pintando” o chão enquanto anda. O objetivo é “pintar” o chão da fase inteira (o “pintar” é só para vocês entenderem a mecânica, é óbvio que o carro não pinta o chão). O carro é muito bem animado, inclusive, é quase uma versão sobre rodas do herói de Prince of Persia. É terrivelmente divertido, eu lembro que eu era viciado nesse treco quando era moleque. Uma coisa que é dez é atropelar o… sei lá, gato ou coisa que o valha que aparece no meio da fase.

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Isso é o mais próximo de atropelar prostitutas no GTA que você vai encontrar no NES

E por que o jogo leva o troféu WTF? Porque na minha humilde opinião, e já entrando na seara do meu amigo Gabriel do GLSToque, o sujeito que fez esse jogo estava doido para sair do armário. Dá uma espiada na abertura “totalmente mulher” do jogo:

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Para não diminuir o “brilho” da abertura, eu até coloque um “selo WTF?” discreto desta vez

Assim, num jogo de carro, você faz uma abertura branca com letras azuis, um “y” escorregando no quiabo e um sujeito loiro de pescoçinho virado para trás, fazendo um “V” com os dedos e um monte de coraçõezinhos? Isso é no mínimo bizarro.

Falando em jogos com carros, curioso o Route 16 Turbo. Você controla um quadradinho minusculamente pequeno em um labirinto, e deve evitar os outros quadradinhos. Mas quando entra num dos aposentos numerados a visão muda, e você descobre que seu quadradinho é um carro, que seu objetivo é coletar a grana espalhada pelas “salas” e que os outros quadradinhos devem fazer o mesmo. O interessante é que enquanto você está na visão que mostra o carro, o jogo continua se movendo na outra visão nos bastidores, e aquele quadradinho que estava perto do seu vai entrar na região em que você está em poucos segundos. Rolam umas perseguições divertidas, que ficam ainda mais empolgante com a constante troca de telas, então eu recomendo a todos esse joguinho da Sunsoft.

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Enquanto você está em uma das telas “em close” (à direita), os carros continuam se movimentando “nos bastidores” e logo entrarão na área em que você está

Muitos jogos interessantes e tão pouco tempo… vamos encerrar rapidinho com mais dois jogos interessantes: M.U.S.C.L.E — Tag Team Match é a fonte de inspiração do excelente Pro Wrestling de Master System. Eu gostei mais da versão do Master System, mas está na cara que o jogo se baseou neste aqui. O segundo é Challenger, que já na abertura afirma ser uma “aventura com ação em tempo real”. É, eu nem imagino o que isso signifique. O engraçado é que ele tenta dar uma cara de filme de ação, com resultados hilários (e provavelmente não intencionais). A primeira fase já abre com um “STOP THE EXPRESS!”, uma mocinha pedindo socorro dentro do trem, um vilão mascarado e um mocinho atirador de facas com chapéu de cowboy. Preciso dizer mais alguma coisa?

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Nesta semana só deu jogo bizarro por aqui, mas semana que vem vamos fechar o ano de 1985 em grande estilo, com alguns dos meus jogos favoritos de NES! Aguardem!

Cruzada NES: atropelando gatos e parando trens com chapéu de cowboy
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