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Aproveitando a onda futebolística criada pela Copa do Mundo, hoje vamos analisar Super Sidekicks 3 — A Próxima Glória, lançado pela SNK para o NEOGEO em 1995. Esta versão é um belo update da anterior, mantendo atributos que deram certo e ainda acrescentando novas e bem vindas opções, que viriam a imortalizar a franquia.

Super Sidekicks 3 não tem por objetivo simular uma partida real de futebol. Pelo contrário: situações totalmente fictícias e hilariantes costumam acontecer. Não se impressione ao ver dribles mirabolantes, comemorações de gol exageradas e atletas soltando “fogo pelas ventas”.

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A visão do gramado é fixa e lateral (com rápidas mudanças de ângulo em ocasiões, como faltas, penalidades máximas e cenas especiais). Há 64 seleções à disposição, distribuídas em 8 regiões: Europa A, B e C, África, Américas, América do Sul e Ásia A e B.

Há seis modos de competição diferentes. Além do mundial (estilo Copa do Mundo), temos Copa da Europa, Copa América, CONCACAF, torneio africano e Asian Cup, e você pode selecionar qualquer uma das 64 equipes para disputar estes campeonatos. As melhores performances (vitórias, gols pro e gols contra) ficam registradas no ranking de seleções. Há também um Top 10 para os artilheiros.

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O game atribui pseudônimos aos jogadores que remetem aos nomes reais. Por exemplo, nosso Romário se chama Roman, Roul é Raúl da Espanha, Dahlgren seria Dahlin da Suécia e Klinger nada mais é que o Klinsmann da Alemanha.

Eu adorava os gráficos na época e ainda hoje gosto do estilo usado pela SNK. O campo é construído com a técnica multicamadas (como o chão em Street Fighter 2), dando a impressão de profundidade ao ambiente. Os personagens são bem desenhados e diversificados por estilo de cabelo, cor de pele e técnica. O juiz é uma figura participativa com erros e acertos; ele até se atrapalha as vezes, caindo ao chão ou interceptando lançamentos por estar mal posicionado. As animações de torcida, com seus papéis picados, penalidades máximas, faltas na entrada da área, entre outras situações de jogo, parecem ter vida, mantendo a adrenalina do gamer sempre alta durante toda a experiência.

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Os efeitos sonoros acompanham a excelente qualidade do visual. A torcida grita e incentiva. O som do chute é peculiar, mais parecendo um tiro de escopeta. A movimentação dos atletas, o trilo do apito e os tombos também acompanham seus respectivos ruídos. Para não perder o pique da competição, algumas músicas em ritmo acelerado, à lá “tema da vitória”, tocam entre os confrontos.

A jogabilidade é simples e direta (ao bom e velho estilo ARCADE), com apenas três botões se faz tudo – diferente das sequências exageradas e dos inúmeros comandos presentes nos FIFAS e PES modernos. O botão A chuta pro gol e realiza lançamentos em profundidade, o B é o responsável pelos cruzamentos e o C faz dribles e adiantadas (toques curtos). Com o manche, as famosas gingas e saltos acontecem naturalmente.

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Não espere melzinho na chupeta em SS3 não, pois o desafio deste game é uma pedra no sapato, exigindo muito treino. Conseguir a taça no level 4 (Normal), principalmente no modo Word Cup, não é para qualquer um. O goleiro do time rival parece uma muralha e, diferente do arqueiro da sua equipe, raramente toma um frango. À medida em que o campeonato se desenrola, o desafio cresce exponencialmente, chegando a um nível em que cada milímetro da grama é disputado com sangue, suor e lágrimas.

O que me faz voltar ao SS3 e insistentemente jogá-lo até os dias de hoje é, além das qualidades anteriormente citadas, todo um clima de emoção que o jogo transmite. Um sentimento parecido com o do torcedor presente em estádios, que teme cada ataque adversário e vive um sentimento gostoso de conquista a cada gol do seu time. A narração em português “brasileiro” é outro fator motivante — aliás, várias línguas podem ser selecionadas além do nosso idioma: espanhol, francês, inglês, italiano e japonês. Com a exceção da última, todas as línguas possuem narrações personalizadas. Depois do português, o espanhol é o que mais escolho, devido ao grito de gol contagiante.

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Não é necessário ser dono de um NEOGEO para conhecer SS3. Além dos emuladores, o Wii e o Playstation 2 receberam o título através do pacote chamado SNK Arcade Classics volume 1 (já falei dele aqui).

Se você curte rolar a pelota no mundo do divertimento eletrônico, não pode deixar de conferir Super Sidekicks 3. Apesar de não simular uma partida real, o game consegue transmitir a essência do futebol — a emoção. Diferente dos títulos modernos, que me parecem cada vez mais enfadonhos pela complexidade dos comandos, SS3 é simples e direto em sua jogabilidade. Super Sidekicks 3 é um clássico que envelheceu bem, resistiu ao tempo, mantendo-se agradável aos olhos. Méritos para a SNK, que com sua equipe de programadores e seu hardware imortal, produziu pérolas como esta.

Super Sidekicks 3 — A Próxima Glória (NEOGEO)
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