Como a maioria de vocês já deve saber, há alguns meses foi lançado um novo jogo para Mega Drive: Pier Solar.

Trata-se de um RPG criado por um grupo de fãs da SEGA, e fabricado com um baita capricho: o cartucho de 64 MB, o maior da história do Mega Drive, vem em embalagem de luxo, especialmente na primeira tiragem, a “Posterity Edition”, limitadíssima e esgotada há tempos. Mas quem ainda não garantiu seu cartucho pode correr atrás da “Reprint Edition”, uma edição mais simples mas ainda assim muito bonita. Volta e meia pintam novas tiragens dessa edição no site oficial do projeto, fiquem de olho.

Mas vamos ao assunto deste tópico: Pier Solar tem opção para jogatina em vários idiomas, inclusive o português. E o tradutor de grande parte do texto (uns 90%, eu acredito) foi o bonitão aqui. Então por que não compartilhar uns “causos” com vocês, não é mesmo?

Eu entrei nessa viagem porque o Túlio Adriano, um dos líderes do projeto, é um velho conhecido. Ele tocava o site SEGANET há alguns anos, e naqueles tempos em que eu cuidava apenas da Gazeta de Algol nós acabamos fazendo amizade. Fazia um tempo que não nos falávamos, e sei lá como ele ficou sabendo que eu tinha me tornado tradutor profissional e perguntou se eu topava traduzir (o termo certo neste caso é “localizar”) o jogo.

Seria um prazer localizar o Pier Solar, mas eu tinha que saber o tamanho do trabalho para poder conciliar com o meu ganha-pão tradutório, já que foi “trabalho de fã” (ao menos garanti a minha “Posterity Edition” gratuitamente). Eu perguntei quantas palavras o script tinha, e ele me disse “são x palavras” (não lembro a quantidade agora). Fiz uns cálculos, achei razoável e topei.

Acontece que novos arquivos foram sendo adicionados enquanto eu trabalhava, e num determinado momento eu já tinha traduzido o dobro do que tinha sido acertado… claro que não foi “malandragem” deles, é que o jogo não estava pronto, e ninguém tinha experiência nesse negócio para imaginar o quanto de texto adicional seria necessário. Dei conta do script principal, que tem o grosso das falas e da história do jogo, dos arquivos com as falas de cada cidade e, depois de traduzir os arquivos com textos das sidequests, pedi para sair, porque a tradução do Pier Solar já estava prejudicando meus outros trabalhos.

Alguém lá da equipe cuidou do restante da tradução e também da revisão, não tenho certeza de quem foi. Vi algumas telas no especial em vídeo do UOL Jogos e pude notar que foram acrescentadas algumas falas – e já notei duas falhas que não foram minhas, mas infelizmente serão creditadas a mim: um “onde você vai” logo no início (era para ser “aonde”) e um “Quartel General” no mapa (faltou um hífen aí no meio). Esses trechos foram acrescentados depois que deixei o projeto, portanto os erros não são meus. Mas é detalhe… via de regra, se vocês acharem um erro no script, a culpa é do revisor.

Tá, pode ser que eu tenha deixado passar alguns errinhos também, mas a vantagem de ter um revisor é que você sempre pode jogar a culpa para ele, he he! 😛 E verdade seja dita, o Túlio perguntou se eu topava jogar uma versão beta para conferir a tradução, mas como não tenho nem Mega Drive nem tempo disponível tive que recusar.

Eu gostei muito da experiência de passar o Pier Solar para português. Tenho muito interesse em trabalhar com localização de jogos, e aprendi muito com esse projeto. Localizar um jogo não é só passar as palavras do inglês para o português: você tem que adaptar algumas coisas e fazer o texto soar natural em português, senão soa “tradutorês”, a gente nota que é uma tradução.

Eu noto muito esse tipo de coisa em traduções amadoras de ROMs. Nas raríssimas ocasiões em que o tradutor não sai assassinando a gramática, ele comete o erro de se prender demais ao texto original, de tentar escrever em português exatamente a mesma frase que está em inglês, deixando o texto “engravatado” demais, artificial, sem brilho. Enfim, o temido “tradutorês”. Tipo traduzir “Would you like a cup of coffee” como “Você gostaria de uma xícara de café” em vez de usar algo bem mais natural e gostoso na nossa língua, como “aceita um cafezinho?” O texto em português não tem que copiar até a estrutura do texto em inglês… o importante é manter as informações e o tom apropriado ao personagem e à situação (formal/informal, divertido/sério), mas fazendo as devidas adaptações. Se eu puder deixar um conselho para os tradutores amadores de ROMs, que seja este: o jogador tem que acreditar que os personagens do jogo conversam diariamente em português sobre álcool e garotas. Seguir essa regra já é um bom começo para garantir a naturalidade e o brilho do texto em língua portuguesa.

Mas não me entendam mal: uma tradução fraca para o português é melhor do que não ter tradução, e eu acho que todo mundo que traduz ROMs por esporte merece ir direto para o céu e virar santo. Sem ironia.

Claro, eu também tropecei em algumas partes, pela falta de experiência. Por exemplo, eu já me arrependi de ter mantido os “oh!” do texto original. Tipo, “Oh! Hoston,  não fique chateado”. Soaria bem mais natural um “Ah, Hoston, não fique chateado”. Esse “oh” é muito mais natural na língua inglesa do que em português, onde ele até marca presença na língua escrita, mas não muito na falada (e os personagens do jogo estão conversando uns com os outros, e não trocando cartas, certo?).

Logo no início, a mãe de Hoston pergunta ao pai do garoto, “sente-se melhor?” A frase está corretíssima gramaticalmente falando, mas não soa natural. Você já perguntou “Sente-se melhor?” à sua namorada ou a um amigo? É claro que não, você pergunta “E aí, melhorou?” Se o Perini, um famoso professor de língua portuguesa, jogasse Pier Solar, diria que esse “Sente-se melhor” da mãe do Hoston seria o mesmo que, em pleno Maracanã, um amigo virar para o outro e perguntar “Empresta-me o binóculo?”. A frase está certa, mas não é adequada e você NUNCA vai ver alguém falar desse jeito no Maracanã, em pleno Fla x Flu.

Enfim, a gente tem que errar para aprender, e eu estou sendo muito cri-cri. É normal o tradutor criticar o próprio trabalho, muitos tradutores não assistem a filmes que legendaram e nem leem livros que traduziram por causa disso, a gente se cobra muito, sempre tem algo que faria diferente se pudesse voltar no tempo, he he… a verdade é que acho que fiz um bom trabalho com a tradução. Pode ter uns errinhos e algumas imperfeições aqui e ali, mas certamente está muito longe de ser uma tradução ruim e entediante. Quem manja um pouco de inglês e está na dúvida entre jogar em inglês ou em português, pode ir sem medo no português que eu fiz um texto bem soltinho, mas sem excessos.  Não é “tradutorês”, ou ao menos assim espero.

Além de ganhar experiência  tradutória, também gostei de localizar o Pier Solar porque houve alguns momentos divertidos e curiosos na tradução.

Por exemplo, em um dado momento do jogo, um personagem ofende o outro dizendo “You spoony bard!” Essa fala é uma referência a um famoso diálogo de Final Fantasy IV onde, no original japonês, um personagem se refere ao outro de maneira bastante ofensiva. Uma fantranslation lançada tempos depois optou por um sonoro “You son of a bitch” (ou “seu filho da…”). O tradutor oficial de FFIV para o inglês, sem saber o que fazer, já que os ocidentais não eram tão liberais com o uso desses termos em jogos como os japoneses naqueles tempos, bolou esse “You spoony bard” doido que não parece ter lá muito sentido, mas para bom entendedor pingo é letra, e dá para notar que é um “You son of a bitch” camuflado.

E o que eu poderia fazer agora, diante de um dilema semelhante? Como traduzir aquele “spoony bard”? Depois de pensar um pouco, acabei optando por uma tradução que também soaria engraçada e ao mesmo tempo ia buscar a intenção de esconder o palavrão, mas deixando uma “pontinha” dele aparecendo: tasquei um “seu filho da truta!” 🙂

Esse é um caso que mostra bem um dos requisitos mais importantes em um tradutor: a cultura geral (mais conhecida nas rodas de samba como “cultura inútil”: envolve saber os nomes dos filmes do James Bond e coisas do tipo). Muitas vezes um texto a ser traduzido faz referências sutis a filmes, livros ou a jogos. O autor do texto original não vai ficar sublinhando e apontando as referências para você. Se você não pescar a referência, vai perder a piada na hora de traduzir, e quem sai perdendo é o leitor.

Esse tipo de situação tornou a acontecer quando uma vendedora de cabelos vermelhos em uma loja de Pier Solar usou a frase “Later, Ace!” para se despedir do grupo. É uma referência à vendedora de armas de Phantasy Star II, que tem o mesmo tipo físico e se despede com a mesmíssima frase. Fui procurar a tradução da Tectoy, e usei a mesma tradução no Pier Solar (se não me engano foi “Até mais, campeão”, ou algo do gênero). Mais uma vez, se eu não tivesse essa “bagagem” gamer comigo, a referência teria sido perdida.

Só mais um causo: lá pelas tantas, aparece no jogo a famosa NPC que, no primeiro Phantasy Star de Master System, pergunta se o jogador gosta dos jogos da SEGA/Tectoy. Os fãs mais dedicados de Phantasy Star a conhecem pelo nome de “Gamer Miki”. Só que a turma do Pier Solar trocou o nome dela para… Mikomi! Eu mandei um email para o Túlio e avisei que ia usar Miki mesmo, já que “Mikomi” ia soar um tanto pornográfico em português…

Ah, caso vocês procurem meu nome nos créditos no final, não procurem por “Gagá”, mas sim pelo meu nome real, Roberto Bechtlufft. A turma do jogo esqueceu de digitar o último “t”, mas tendo um nome grande desses com apenas duas vogais é difícil culpá-los, não é mesmo? 🙂

“Causos” tradutórios de Pier Solar
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38 ideias sobre ““Causos” tradutórios de Pier Solar

  • 20/04/2011 em 2:32 pm
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    Lendo esse seu texto acabei me lembrando do velho poema que nós todos já vimos algum dia na escola:
    Dê-me um cigarro
    Diz a gramática
    Do professor e do aluno
    E do mulato sabido
    Mas o bom negro e o bom branco
    Da Nação Brasileira
    Dizem todos os dias
    Deixa disso camarada
    Me dá um cigarro

    Ele acaba representando bem um dos temas citados em seu texto: o da diferença entre escrita e fala. Sinceramente só fui dar mais atenção a esse tópico quando entrei na faculdade.
    É bastante interessante você ter dado esse retorno aos leitores do blogue e possíveis jogadores de Pier Solar. Sempre achei notas tradutórias bem importantes, porque acabam dando uma visão por trás do texto que, na maioria das vezes, é imperceptível aos leitores.

    Essa das referências retiradas de outros jogos… minha nossa! Provavelmente tudo isso ia passar batido por mim! Nunca pensei que iria dizer isso, mas estou precisando fortalecer minha cultura inútil! 😛

    É isso aí! Apesar d’eu não ter comprado o jogo, o agradeço pelo esforço de localizar esse belo jogo para a nossa língua portuguesa!

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  • 20/04/2011 em 2:46 pm
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    Dicas extremamente importantes para tradutores novatos… não só de games, mas de QUALQUER COISA.

    Até agora meus olhos sangram quando eu lembro que alguém traduziu “we have to try harder” (algo tipo “temos que nos esforçar mais”) no literal: “nós temos que tentar mais difícil”. coisa triste de ler

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  • 20/04/2011 em 2:57 pm
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    Aê Gagá! Parabéns pela tradução (opa, localização, foi mal). Gostaria muito de jogar Pier Solar porém não tenho mais meu Mega. Gostei muito da sacada das referência a outros jogos, tenho uma boa memória mas assim já é pedir demais. Um grande abraço e que você possa continuar a vencer cada vez mais na sua vida. Até a próxima.

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  • 20/04/2011 em 3:16 pm
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    Fala gagá. Na localização não rolou nenhum “é nóis” ? Nem “É nóis no céu e Deus no corcel”? Uma frase boa é “cumpadí, dez centavo pro almoço ou eu esfaqueia tú!” ou senão “sou poliça! Otoridade!”?

    Falando nisso, já temos a rom rolando pela net? Pois pra mim não adianta o cartucho pois não tenho mais o Mega….

    Falow!

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  • 20/04/2011 em 4:30 pm
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    Rapaz, só há uma coisa a dizer: caiu do céu essa amizade de vocês, Pier Solar localizado pelo Orakio é pra se juntar às melhores localizações dos tempos da Brasoft por aqui, como Full Throttle e Grim Fandango. Sim, digo isso com toda certeza, mesmo sem ter jogado o Pier Solar ainda, porque eu já vi o trabalho de localização do Roberto Bech… com meus próprios olhos, anteriormente. Quando eu pôr as mãos na minha cópia, vou escolher português com vontade.

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  • 20/04/2011 em 11:09 pm
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    Interessante essas histórias de bastidores. Isso me lembrou um nerdcast recente sobre anime onde os participantes comentaram da dublagem bem localizada de Yuyu Hakusho. Quem se lembra deve ter notado a quantidade de gírias bem cariocas na dublagem brasileira. Muito mais realista que os típicos diálogos cavalheiros assim: “Oh, não! Ele vai atacá-lo usando sua técnica secreta!”

    E por falar em localização, algo que sempre me incomodou é a quantidade de erros de português contidas em localizações brasileiras. O Starcraft nacional possui um erro gramatical logo no primeiro texto. Isso foi o suficiente para eu imediatamente baixar a versão americana. Como eu tinha a licença, não considero este caso como pirataria.

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  • 21/04/2011 em 1:32 am
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    Ainda bem que o Orakio tem ciência de que vou para o céu. XD

    Traduzir textos é uma das partes da tradução de uma ROM, mas nem de longe é a mais difícil, com certeza a parte do ROMHack em si é a mais complicada, na verdade, isso é muito relativo, em um RPG com ROMHack fácil, os textos podem ser considerados a parte mais difícil.

    Em minhas últimas traduções, tenho pensado mais ou menos desse jeito, não penso em “traduzir”, mas sim em “adaptar” para o português, de forma que soe tão natural quanto para o inglês, a tradução fica mais fluída, mas também um tanto trabalhosa, sem dúvidas, já que é necessário tomar cuidado para não utilizar gírias regionais.

    Ah sim, comprarei o Pier Solar quando tiver dinheiro, claro. =P

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  • 21/04/2011 em 6:18 am
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    O Fernando ali em cima foi feliz em citar o Yu Yu Hakusho, a localização feita foi um dos motivadores do sucesso do desenho por aqui. E o Lobim disse tudo: não é “traduzir”, e sim “adaptar” o conteúdo. Ou, usando o termo mais correto, “localizar”.

    Parabéns pelo trabalho Gagá, e pela sensibilidade ao falar de quem faz traduções mal feitas. Porque de uma forma ou outra, quem traduz um jogo ou um texto abre as portas de um mundo totalmente novo para quem não conhece outras línguas, e isso é muito bacana.

    Quanto a questões culturais, ainda no futebol que você citou. Quando um jogador chuta e a bola passa perto do gol, o pessoal aqui solta um “Uuuuuhhhh!”. Já na Europa eles soltam um “Ooooohhhh!”. Acho isso muito curioso.

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  • 21/04/2011 em 8:59 am
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    @Eduardo Shiroma
    Esse textinho aí é ótimo, Shiroma, eu adoro.

    Sobre ROMs do Pier Solar: além do jogo ter lá uns mecanismos de proteção, parece que os emuladores teriam que ser adaptados para rodá-lo, e se não me engano a turma que produziu o jogo avisou que os desenvolvedores de emuladores não estão afim de “estragar a festa” embutindo suporte no código. Parece que tão cedo não vai rolar ROM.

    Sim, só a primeira edição tem tradução em português 🙁 As reprints só trazem texto em inglês e mais umas opções, infelizmente. Mas se alguém quiser pagar uns quinhentos reais no meu Pier Solar Posterity Edition lacradinho eu aceito ^_^

    @Samir Rolemberg

    @Lobim

    Vocês vão pro céu mesmo. É o máximo quando alguém, de graça, decide trabalhar para que a turma que não manja de algum idioma possa curtir um jogo. Quem dera houvesse uma tradução cheia de erros de Tengai Makyou na internet.

    E como a recepção foi boa, de repente eu preparo um texto mais específico depois, mostrando as ferramentas que uso para traduzir jogos e dando umas dicas mais técnicas.

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  • 23/04/2011 em 9:47 pm
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    Eu zerei ontem e vou postar um review amanhã no warpzona. Umas das coisas que ia reclamar era justamente da tradução, que tem um punhado de erros dos mais diversos, mas já imaginava que era problema de revisão mesmo. A localização ficou muito boa, tem gente (principalmente otakus e fãs de anime, por motivos óbvios) que reclama de localizarem coisas como piadas e etc, o que é ridículo, porque eu sou brasileiro e não necessariamente vou achar graça em qualquer trocadilho que japonês fala, por exemplo.
    A Working Designs também caprichava nessas localizações, colocando umas coisas memoráveis como o Ghaleon ser fã de ABBA no Lunar 2, entre outras.

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  • 26/04/2011 em 12:12 am
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    Um post que reúne duas das minhas maiores paixões: games e linguagem!

    O que eu acho mais intrigante é que ao tratar da reprodução da oralidade a preocupação se dá justamente com que ela caiba também ao plano escrito.
    Ou seja, por mais que traduza uma frase, cabe a você fazer com que ela caiba no espaço destinado, além de manter os padrões formais.
    Usar a interjeição “Ah!” em vez de “Oh!” é um exemplo perfeito:

    Cabe no mesmo espaço, reproduz com mais naturalidade a língua oral e ainda sim se adequa a variedade linguística padrão. E tudo isso em um game, onde a linguagem eletrônica é a que comanda…

    Parabéns, Gagá, isso é pra poucos, não se cobre tanto =p

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  • 26/04/2011 em 10:29 am
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    Olha mano, estou até com medinho do que vai virar quando eu e o Diegohh terminarmos a tradução de um RPG clássico que teve remake no GBA, estou até com medinho kkkkk

    Sobre seu trabalho de localização, é um assunto bem legal porque tira o mistério por trás dos textos dos jogos. O problema maior é que as empresas por trás dos jogos não acham que a localização para atender o maior número de pessoas necessária, tomara que com essa geração nova e as que iram vir isso mude.

    No caso do romhacking, a maior dificuldade é a engenharia reversa e a porquice por trás dos programadores alucinados em entregar no menor tempo, já vi muito game com fases e textos inteiros suprimidos, e uma programação tão ruim e cheia de remendos que você pensa que está me futucando um vespeiro, vide a programação idiota por trás do Final Fantasy X, que tem uma compressão de texto que não comprime nada, ao contrario, deixa o console mais abarrotado de trabalho para descomprimir texto que não precisava de descompressão.

    Gaga, ajude mais ainda a comunidade dos romhack0s Brazukas, visto que precisamos muito de gente boa como você em nosso meio. Meus parabéns pelos resultados obtidos nos PS de PS2.

    Um grande abraço

    []´

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  • 26/04/2011 em 1:04 pm
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    Mestrechronos :

    Alias eu tenho uma dúvida com o Pier Solar: Ele foi prensado novamente sem a tradução em português – todos sabemos disso – mas porque isso ?

    Porque eles não pegaram “o arquivo” da primeira prensagem para gerar essa segunda prensagem ?

    Boa pergunta!

    Renatogh :

    Fala gaga, blz? Lembro quando anunciaram esse jogo, tinha até reservado grana pra comprar, mas, demorou uma eternidade e ele não saiu…. Onde posso compra-lo agora? Abs

    Vê lá no site oficial. Só vende lá.

    Aglio :

    Parabéns, Gagá, isso é pra poucos, não se cobre tanto =p

    A cobrança é inevitável e até sadia, he he… o sujeito só não pode ficar neurótico e achar que sempre ficou uma droga.

    Alessandro :
    Gagá, tu trabalha como tradutor mesmo, ou isso é tipo um “bico”? Como que faz pra trabalhar com tradução?
    Abraço

    Trabalho sim, a tradução paga as contas todas e o alpiste dos passarinhos. É uma profissão como qualquer outra, você “abre o escritório” às nove e vai até as seis da tarde. A diferença é que geralmente você trabalha em casa, e o cliente manda um email dizendo “tenho trabalho x de tantas mil palavras para entrega no dia tal, você pode fazer?”

    A profissão não exige diploma de nada, supostamente qualquer um pode ser tradutor, mas é claro que um diploma ajuda (eu me formei em inglês na UFRJ). Se quiser trabalhar com isso, estude muito inglês (ou o idioma que preferir) e estude duas vezes mais português.

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  • 26/04/2011 em 1:06 pm
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    spyblack :

    Gaga, ajude mais ainda a comunidade dos romhack0s Brazukas, visto que precisamos muito de gente boa como você em nosso meio. Meus parabéns pelos resultados obtidos nos PS de PS2.

    Um grande abraço

    []´

    Você deve saber que estou traduzindo o Phantasy Star Geneation de Play2. Assim que acabar, vou fazer uma série de posts contando uns truques tradutórios e mostrando o programa que uso para traduzir e outros bichos. Aguarde!

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