Bom dia, amigos leitores do Gagá Games!
Hoje falarei sobre um jogo que, mesmo aqui entre a velharada, acho bem provável que muito poucos conheçam.
Para aqueles que se perguntam se existem softhouses que não sejam norte-americanas, europeias ou asiáticas, eis a resposta: Mystic Towers é um jogo lançado em 1994 pela Australiana “Animation F/X” (distribuído pela falecida Apogee) e, não bastando, é o segundo game de uma pequena série estrelada por Baron Baldric, um mago pra lá da terceira idade – provando que ser herói não é só coisa de jovens aventureiros 🙂
O título não se enquadra muito bem em nenhum gênero, fazendo com que, em frase muito bem colocada, o site MobyGames tenha feito a peculiar afirmação:
Fazer a campanha de marketing deste jogo deve ter sido um verdadeiro inferno – MobyGames
Não deixe que fatores negativos te desanimem – garanto que a jogatina vale a tentativa.
Jogabilidade/Mecânicas de jogo
Desde já adianto que MT não é uma daquelas pérolas do game design de que tanto gostamos de falar. Aqui encontramos sim pontos fortes, porém o mais importante peca grandemente: a jogabilidade (alguns diriam “que jogabilidade?”).
O ambiente do jogo é composto de torres de cinco andares cada, apresentadas em perspectiva isométrica. Até aqui tudo bem, e esse é o primeiro ponto que constitui meus motivos para falar sobre o título.
Os gráficos em perspectiva são muito belos. Por belos quero dizer bem feitos, detalhados – e não necessariamente fofos ou tradicionais. Mas a essa altura você já percebeu que não estamos falando de um jogo tradicional em nenhum aspecto.
O problema começa quando tentamos controlar Baldric. Talvez eu que seja lento, mas até hoje tenho de jogar com o teclado virado de lado.
Basicamente você se encontrará em momentos de desespero sempre que tiver de derrotar um inimigo (e enquanto você não destruir o “gerador de inimigos” a tarefa nunca acaba), uma vez que nosso amigo velhinho não se esquiva, de modo que acertar qualquer feitiço é uma tarefa comparável a fazer baliza ou, encarando por outro ângulo, uma implementação action de Sokoban.
A coisa fica menos complicada quando jogamos com um joystick, porém bem sabemos que o típico gamer do mundo dos PCs se orgulha muito de fazer miséria com teclado e mouse.
Vai encarar esses controles?
Segundo ponto de desespero: se você não se alimentar ou matar a sede… ela ou a fome te matam. Ok, muitos jogos seguem nesta linha, entretanto não são raras as vezes em que a gente praticamente sente a boca secando na vida real. Pontos com água ou comida vão tornando-se rapidamente menos constantes conforme você avança pelas torres.
Os muitos feitiços e inimigos do jogo são convidativos e interessantes, então partimos daqui para alimentar nossa vontade de continuar jogando. Há também um fator bastante bacana, que é uma grande interação com o cenário – empurrando objetos, abrindo cortinas e coisas simples que para 94 eram um pequeno luxo.
Armadilhas e campos de força completam a brincadeira, podendo ser considerados um desafio no sentido bom da palavra, ou no lado massante, dependendo do tipo de jogador.
Complementando a explicação sobre como o jogo flui, basta dizer que é uma busca por novos andares em cada torre, tendo de pegar itens em diferentes lugares e saber lidar com cada um deles numa ordem não muito linear. Outra vez, pode ser um deleite… ou não. Porém não desanime e não se esqueça da regra de ouro dos jogos antigos: “não basta divertir; tem de ser difícil!”.
Gráficos/Áudio
Como já falei meio por cima, MT é um jogo bonito – bem feito graficamente falando. Não são todos os desenvolvedores que se utilizam de perspectivas isométricas e conseguem fugir daquele visual “comercial da fox” que deixa todos os jogos de celular de menor orçamento com a mesma cara.
Água! Água!
A interface não é brilhante, porém não faz feio. Funciona bem e não pega nada da área jogável.
As torres são repletas de objetos e diferentes mobílias; os monstros, além de numerosos (um total de 30), só não são mais apreciados quando jogamos pois em geral bate o desespero do tipo “eu vou morrer eu vou morrer eu vou morrer”. Uma experiência quase tensa.
Como estou habituado a fazer, tenho muito o que elogiar no quesito “trilha sonora”. Os desenvolvedores capricharam, com músicas que traduzem perfeitamente o clima desejado — novamente com aquela levada misteriosa ainda meio anos 80. Talvez os efeitos sonoros não sejam dos mais requintados, entretanto o jogo não depende muito deles. No fim das contas a lembrança é bastante agradável num geral.
Mas e a história?
Aqui não há muito o que ser dito. Baldric é um conhecido mago e, ao ser procurado pelos aldeões locais, decide derrotar os monstros nas torres da região… ao que parece você possui essa aptidão graças aos seus ancestrais.
Talvez quem acompanhou o primeiro jogo da série saiba complementar esse pequeno e único parágrafo com o qual ilustro a história. Exatamente por isso, numa inversão da ordem habitual, apresento por último esse tópico.
Conclusão.
Conheci Mystic Towers por uma dessas revistas de CD-ROMs repletos de demos e sharewares. Desde o primeiro contato sabia que um dia iria me dedicar para o título pelo simples motivo de ser um jogo visualmente atrativo. Esse fator por si só já o destaca dos demais jogos da época.
A questão da jogabilidade teve que esperar um dia eu ter um joystick. Quando esse dia chegou, perdi um feriado inteiro mas conduzi Baldric à vitória 😀
Valeu a pena? Claro! Experiências de jogos atípicas são sempre construtivas. Gostei muito da trilha sonora e, depois de pegar os macetes da jogabilidade, o lance de catar um item aqui e usar acolá acabou tornando-se divertido.
Há muitas salas, inimigos e, mesmo a mecânica sendo meio quadrada, você não enjoa – apenas se cansa, mas isso já é outra coisa.
Caso deseje dar uma espiada nos levels mais avançados, há um modo “aprendiz” que possibilita jogar um pedaço de cada torre.
Mystic Towers: Não é RPG, não é um jogo de ação e mais parece Sokoban. Você joga com um mago extremamente idoso que passa metade do jogo a se coçar e, se consegue provar algo, certamente é que não sofre com claustrofobia. Interessou? Dê uma olhada na versão shareware, disponível no site da 3D realms.
DOS-BOX na mão e boa sorte!
rapaz, parece ser bem complicado. é daqueles que se respirar, morre. e controle complexo(pelo menos, eu achei) faz ainda ser mais difícil…mas como o raposa falou: tem que ter dificuldade para ser divertido
leandro(leon belmont) alves[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Velho, só quem viveu a época mesmo sabe como era emocionante quando a gente conseguia um desses CDs cheios de jogos desconhecidos… na maioria das vezes era tudo uma porcaria, mas a gente ficava empolgado mesmo assim ^_^
O jogo pode não ser extraordinário, mas até que é charmoso. De repente experimento depois.
Orakio Rob, “O Gagá”[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Mas ah se eu tivesse esses aparelhos modernos nestes tempos, ia expandir e muito o meu vício, muito boa a matéria
Juliano[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
já comprei muito dessas revitas com cd rom,,,bons tempos!!!!lembro de uma vez que ali no cd tinha darius gaiden pc,,versão sega saturn,,,completo e outros jogos de DOS,,,,,,cara bons tempos,,,infelizmente não tenho mais esse cd,,,mas existem muitas bancas que vendem ainda,,,aquelas famosas promoções de três revistas no preço de uma,,bons tempos mesmo,,,tinha uma lapada de jogos em cd,,,ridge racer pc e clássicos como duke nukem,,,muito jogo e pouco tempo para jogar,,,o bom daqui do site é que nós acabamos de conhecer algo que é antigo,,,,jogo antigo para quem nunca viu é uma verdadeira novidade,,,valeu pelo post!!!!dukaralho!!!
helisonbsb[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Eu sou um pouco mais ancião no quesito jogos de PC. Lembro que no auge do meu vício, as revistas com CD-ROM ainda estavam começando, na verdade só existia uma, a “Revista do CD-ROM”, que eu não gostei na época, fora a Computer Games que não vinha com CD.
Minha fonte principal de jogos eram três. Um vizinho (bem mais velho que eu, eu tinha uns 14 anos e ele já tinha 30) que trabalhava com informática e sempre conseguia umas novidades. Outra era o seu Lang Shareware, um pirateiro de renome, o melhor que o RJ já viu, que tinha uma sala comercial na Ilha do Governador em frente o relógio do Cacuia e que a Policia Federal fechou em 99. E por último, os amigos, que copiavamos o que a gente não tinha. 🙂
Esse jogo eu nunca ouvi falar. Mas lembrou um jogo de ZX-Spectrum, o Knight Lore, que o Tandrilion postou aqui. http://www.gagagames.com.br/?p=13184
Falow!! 🙂
piga[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Eu sou um pouco mais ancião no quesito jogos de PC. Lembro que no auge do meu vício, as revistas com CD-ROM ainda estavam começando, na verdade só existia uma, a “Revista do CD-ROM”, que eu não gostei na época, fora a Computer Games que não vinha com CD.
Minha fonte principal de jogos eram três. Um vizinho (bem mais velho que eu, eu tinha uns 14 anos e ele já tinha 30) que trabalhava com informática e sempre conseguia umas novidades. Outra era o seu Lang Shareware, um pirateiro de renome, o melhor que o RJ já viu, que tinha uma sala comercial na Ilha do Governador em frente o relógio do Cacuia e que a Policia Federal fechou em 99. E por último, os amigos, que copiavamos o que a gente não tinha. 🙂
Esse jogo eu nunca ouvi falar. Mas lembrou um jogo de ZX-Spectrum, o Knight Lore, que o Tandrilion postou aqui. h t t p : / / w w w . g a g a g a m e s . c o m . b r / ? p = 1 3 1 8 4
Falow!! 🙂
piga[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
@leandro(leon belmont) alves
Realmente os controles eram o principal fator para assustar o pessoal…
@Orakio Rob, “O Gagá”
É realmente charmoso e me ganhou pelo charme – dizem que com a idade o charme fica mais importante que a própria beleza Oo…
@helisonbsb
Foi nessas revistas que consegui grandes clássicos que jogo até hoje, era realmente muito legal!
@piga
hehehe, em Sampa havia o “equivalente” do Lang Shareware, mas ele atendia numa sala “comercial” num labirinto do sexto andar de um prédio condenado no centro. Ir até lá parecia que era pra vender seu rim…
Cara, eu lembro quando uma ou outra revista arriscou vir com disquetes de jogos! Na verdade comprei uma com um jogo medieval que nunca mais consegui lembrar o nome, mas era muito bacana 🙂
Abraço!
Cássio “Pé na Cova” Raposa[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Cara me lembro que eu joguei a primeira vez num cd com 60 jogos eu acho, tinha muita coisa boa. Cyber Dogs, Puti Puti, Jack In The Dark, Jazz, tinha um pong versão Mortal Kombat, e tinha MT que eu fiquei horas jogando, quando eu vi esse post eu nao imaginava que mais alguem tinha conhecido esse jogo hueahuehuahueahu.
Otimo post como sempre Raposa. Abraço!
Pedro Ivo[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Pelo que vi nas fotos, achei o jogo feio pra caramba, Immortal dá de 10 a 0. Deu vontade de jogar isso não. =/
Jet Fidelis[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
@Pedro Ivo
Eu sinceramente acreditava que nenhum leitor teria jogado também :D.
Obrigado pelo comentário!
@Jet Fidelis
Jogos antigos são realmente uma questão de gosto, não é mesmo? Há quem ame Ultima IV, porém eu acho tão feio que não consigo jogar… Mas nem por isso deixa de ter seu valor histórico 🙂
Cássio “Pé na Cova” Raposa[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
hmm esse eu passo tb, não curti muito.
cis_negro[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
NOssa esse jogo é demais, otimo perfeito p epoca, infelizmente perdi o meu cd e faz anos que não jogo
Priscila[Citar este comentário] [Responder a este comentário]