Dungeon Siege é um joguinho superbacana lançado para Windows em 2002. Eu já vi gente compará-lo a Diablo, Baldur’s Gate e outros bichos, e é comum dizerem que se trata de um dungeon crawler. Pelas fotos, sempre me pareceu interessante, mas fui deixando para depois… e o “depois” chegou com o saldão do Steam na semana passada. Comprei o primeiro jogo da trilogia a troco de pinga, uma pechincha. Depois de algumas poucas horas de jogo, sinto que a grana foi bem investida. 

Pelo que joguei até agora, Dungeon Siege é mesmo uma mistureba do que mencionei aí em cima. Quando o jogo começa, a inspiração em Diablo vai logo se apresentando: após uma breve introdução, você já começa a clicar para andar e sentar o pau nos monstrinhos que estão atacando a sua fazenda. Depois de repelir o ataque inicial, você cai na estrada, e aí vai pintando a diferença. Nada de descer, descer e descer num labirintão: você vai é seguir em frente pela floresta, chegando a lugares novos (e claro, topando com umas dungeons pelo caminho).

As florestas do Dungeon Siege têm um charme tremendo, sintam o clima. Além das cores bem escolhidas, a iluminação ajuda um bocado. Os feixes de luz incindindo sobre a estátua, o pequeno clarão que a bola de fogo emite na sua trajetória, o esqueleto mais apagadinho lá no fundo em um trecho onde a vegetação é mais densa; o negócio é nota dez.

Para ser franco, dungeon mesmo eu só vi uma até agora. O grosso da ação, pelo menos nas primeiras horas, se dá mesmo em campo aberto. Já passei por plantações e rios, estourei um acampamento de krugs (tipo uns orcs) e quase me lasquei quando entrei inocentemente na toca de um urso enorme. Também subi uns três lances de escada em uma pequena edificação para enfrentar um líder krug no topo, foi tipo um “drops de dungeon” bem ágil, climático e divertido.

Encontro com o urso sob duas perspectivas, em mais uma montagem “cençassional” do Gagá. A caverna não tem trocentos andares; é uma caverna simples, com o tamanho certinho para a gente acreditar que um urso vive ali.

Felizmente, a ação flui super bem nessas áreas abertas, em grande parte porque a progressão em si é bem linear. Este não é um daqueles jogos de mundo aberto onde você se perde; só dá para seguir em frente, com uma “liberdade controlada” para achar uma coisinha ou outra nos arredores. Não sei se muda depois, mas no início é assim, e eu gosto, porque o ritmo é bom.

Depois de avançar um pouco, cheguei à primeira dungeon, onde enfrentei um gárgula e encontrei uma parceira. Foi aí que as coisas começaram a ficar realmente interessantes: você passa a controlar dois personagens. E é bem simples, porque a inteligência artificial do jogo cuida do grosso da ação do personagem que você não está controlando (dá para alternar livremente entre eles).

Laya mirando uma flecha na testa do bicho feiticeiro enquanto a parceira acerta uma bela paulada no pilantra. O feixe de luz à direita? Um dos guardas sendo revivido por um encantamento.

Há umas poucas opções que regem a maneira como cada personagem vai agir, tudo bem fácil de entender e de configurar. Claro que eventualmente você vai sentir a necessidade de intervir, e aí pinta a influência de Baldur’s Gate: você aperta espaço e a ação para. Com o jogo pausado, você seleciona o personagem que deseja e dá as ordens que quiser. Despause o jogo pressionando espaço mais uma vez e tudo acontece.

Confesso que esse lance de ficar pausando o combate para emitir comandos me enrolava um pouco no Baldur’s Gate. Sou meio lerdo das ideias, e ter que ficar pausando e gerenciando as ações dos personagens a cada cinco segundos me confundia. Aqui, felizmente, é diferente; tudo é bem mais simples, e o processo de pausar e despausar flui com muita rapidez. Estou adorando.

Deveria ser regra: todo jogo de aventura medieval tinha que ter pelo menos um gárgula

Minha personagem principal se chama Laya e é uma arqueira. A outra moça que encontrei na primeira dungeon vai ser uma feiticeira, mas a princípio botei como melee. Quando pinta um grupo de inimigos, eu mando a moça partir para o corpo a corpo e fico de longe com a Laya usando o arco. Contra inimigos mais fortes, eu mando minha parceira fugir, atraindo os pilantras, enquanto a Laya senta as flechas neles. Funciona que é uma beleza, até um loser que nem eu consegue se divertir com o combate do Dungeon Siege.

O jogo já tem 15 anos nas costas, mas vejam só que cena de bom gosto.  A ponte, a chuva, até a distância entre a minha arqueira e o inimigo parece calculada para causar um impacto visual. Vejam a iluminação também: um pouquinho antes da imagem ser capturada, o inimigo saiu da floresta em meio às sombras, mas como não há árvores em volta da ponte, a lua incide bem no centro da ação.

Depois de algumas horas de exploração e pancadaria, cheguei à primeira cidade do jogo. Pelo que entendi, a linearidade da aventura faz com que a chegada a cada cidade seja um momento de alívio. Como você anda mesmo é para frente, sempre há uma boa leva de perigos entre uma cidade e a outra.

Pode parecer que não tem nada de muito especial na cena, mas na verdade tem: Dungeon Siege tem esses cenários naturais com árvores imensas, você se sente pequeno ali. Eu gosto muito dessa sensação de escala, é uma coisa que não se vê com frequência nos games. Parece que a trilha vai levar a gente para uma floresta superdensa… e é exatamente o que vai acontecer, você se sente mesmo dentro de uma floresta.

Tive que parar a jogatina assim que cheguei à cidade, mas vou retomar no fim de semana e devo fazer outro post falando mais sobre o jogo na semana que vem. E vocês? Alguém aí já jogou Dungeon Siege?

Utilidade pública!

A versão de Dungeon Siege à venda no Steam é meio capada. O jogo tem uma expansão, Legends of Aranna, que vinha incluída no pacote, mas de repente o Steam tirou de circulação. Fora isso, o jogo tem uns bugs que travam tudo e é meio infernal fazê-lo funcionar bem. Digo, SERIA meio infernal, porque tem um pacotão da alegria feito por uma boa alma (brasileira!) que resolve as pendengas todas e ainda bota a expansão para funcionar. Obrigadíssimo, Killah!

As florestas perfeitas de Dungeon Siege

17 ideias sobre “As florestas perfeitas de Dungeon Siege

  • 30/11/2017 em 10:22 pm
    Permalink

    Onde tem Gagá, dungeon e krugs (!) tem de ter uma personagem chamada Laya!

    Sempre quis conhecer Dungeon Siege, o nome é convidativo demais e pelas fotos e sua descrição o jogo é de babar. As músicas do Jeremy Soule devem dar um super clima de Oblivion/Skyrim hein Gagá? E dá pra fazer um “gauntlet/diablo” (a velha encurralada de inimigos em fila indiana) com sua arqueira naquele trecho da ponte por exemplo? (curiosidade apenas).

    Torcendo pra que vire uma série de posts dele!!!

      [Citar este comentário]  [Responder a este comentário]

  • 01/12/2017 em 7:34 am
    Permalink

    Ulisses 8Bits,

    Pois é, eu acho que os caras tinham total consciência de que fizeram algo bonito e usaram isso propositalmente em alguns trechos. Show de bola.

    Eric Fraga,

    A música é exceleeeeeeeeente, é claro! E até o momento não rolou de eu ser atacado por trocentos inimigos ao mesmo tempo como em Gauntlet, mas acabei de encontrar um terceiro companheiro na cidade, então presumo que a quantidade de inimigos vá aumentar.

      [Citar este comentário]  [Responder a este comentário]

  • 01/12/2017 em 7:55 am
    Permalink

    Não conhecia esse game Gagá e que bela surpresa eu tive ao ler esse post, ja adicionei a minha lista de desejos na steam só para ficar na espreita de novas promoções e assim que tiver com certeza vou pega-lo, obrigado por essa indicação! ^_^v

      [Citar este comentário]  [Responder a este comentário]

  • 10/12/2017 em 5:52 pm
    Permalink

    Ainda tenho esse jogo aqui comigo, na caixa e tudo, gostava muito. Era legal montar a equipe, e podia inclusive comprar um burro pra ajudar a levar os equipamentos, e se um inimigo chegasse perto, o burro dava coice…hahaha

      [Citar este comentário]  [Responder a este comentário]

  • 26/01/2018 em 7:08 pm
    Permalink

    Joguei umas boas horas de Dungeon Siege na época, achei bonito mas por algum motivo o jogo não me prendeu tanto. Joguei DS3 inteiro no PS3, acho que peguei de graça. Tem os bons diálogos da Obsidian, mas ainda assim achei o jogo meio sem graça.

    Falar em RPG com grupo e realtime+pausa lembei de Dragon Age: Origins, um jogão.

      [Citar este comentário]  [Responder a este comentário]

  • 27/01/2018 em 10:58 am
    Permalink

    Marcelo,

    O burro dá coice? Lol! Parei minha jogatina assim que comprei o bichinho, agora tenho que retomar, he he!

    Andrei Formiga,

    Dizem que o DS3 é meio-nada-a-ver, os fãs da franquia costumam espinafrar o jogo. Quanto ao Dragon Age, joguei um bom pedaço no Xbox 360 (fui até uma parte em que você entra no sonho de alguém, não lembro dos detalhes) e gostei pra caramba!

    Comprei o DA: Inquisition outro dia, e sei que muitos fãs da série não gostam dele, mas é bem a minha praia. Gosto desses jogos com jeitão de “MMO single player”. O problema é que meu note não segura direito o jogo, então tá na fila esperando eu conseguir grana para um desktop decente.

      [Citar este comentário]  [Responder a este comentário]

  • 27/01/2018 em 11:40 am
    Permalink

    A versão de DA: Origins nos consoles é bem diferente da versão PC, a história é mais ou menos a mesma mas o sistema no PC é mais “hardcore”. Depois mudaram o sistema para ficar uniforme entre as plataformas (uma das coisas que geraram muitas críticas no DA II). Se um dia resolver jogar de novo, recomendo a versão do PC.

    Gostei bastante do Inquisition na época, mas ainda acho o Origins o melhor da série.

      [Citar este comentário]  [Responder a este comentário]

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *