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Sean e seu grupo somente haviam visto e ouvido falar daqueles templos de Laya antes. Agora, teriam que entrar em um.

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Somente nossos passos ecoavam conforme subíamos os degraus que nos levavam à entrada daquele templo… Eu imagino o que meu avô, sem sangue layano, pensaria ao tentar ousar dessa maneira. Ao entrarmos fomos recepcionados por algumas pessoas. Isso nos pareceu muito estranho já que aquilo tudo parecia um mundo isolado por si só e como humanos comuns poderiam ficar ali tanto tempo? Isso só parecia possível se fossem robôs ou andróides, mas mesmo que parecessem homens velhos, por que algo de fabricação orakiana estaria guardando o tesouro de Laya?

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Seja como for, logo ao nos verem, todos aqueles homens nos saudaram e disseram uma porção de coisas que, uma a uma, foram me estarrecendo. Não tanto quanto a destruição de Azura, mas as coisas sem sentido que diziam parecia fazer sentido a algo muito maior que meus olhos ainda não haviam contemplado no momento. O primeiro me disse que estavam ali protegendo Laya por mais de mil anos. Porém, ao contrário dos mitos aterrorizantes acerca de Lune, ele nos deu a seguinte explicação: ela estava em sono criogênico desde a guerra, aquele embate épico entre orakianos e layanos que terminou somente em fachada com o desaparecimento de Orakio e Laya. A primeira coisa que me ocorreu foi que provavelmente ali eu veria Laya, aquela que alguns de meus antepassados chamavam de bruxa.

Talvez tendo percebido meu desconforto, uma outra pessoa me disse que a princesa que estavam cuidando ali era a irmã mais nova de Laya e que, estranhamente, carregava o mesmo nome da irmã famosa. Em seguida, pude ficar sabendo que Laya, a antiga, confiou o futuro à sua irmã mais nova. Segundo me disseram, eu encontraria a chave para a verdade em Mystoke no domo de Frigidia. Mas teria que levar Laya comigo.

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Indo adiante naquele templo, eu a encontrei. Ela já havia sido descongelada e estava nos aguardando, escorada sobre um tipo de desnível azulado no chão. Ao nos ver, ela se aproximou de nós e disse que era muito jovem quando sua irmã lutou contra Orakio e que ela havia partido, e desaparecido, com um cavaleiro que carregava uma espada negra. Ela queria conhecer a verdade. Como eu também tinha esse desejo em meu coração, o que eu poderia fazer a não ser dizer sem palavras que nos acompanhasse? Ela apanhou ser arco longo e flechas com um daqueles que a protegiam pendurando-os em suas costas com cuidado. Aquele era um arco muito bem trabalhado. Ele parecia ser feito de madeira, mas uma madeira diferente. As cordas que o prendiam apreciam magníficas e novas, assim como cada uma de suas flechas. Ao me ver fitando seu armamento, ela me disse: “Esse é o arco de minha irmã…”. Eu assenti com reverência e parei de ficar prestando atenção àqueles detalhes.

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Enquanto voltávamos a Aridia, Laya parecia ir recobrando as forças a cada passo. Era como se o gelo que ainda permeava sua alma começasse a desaparecer. A viagem de volta ao deserto foi tranqüila para mim dessa vez, mas ela parecia ter ficado encantada tanto com nossa forma de transporte como com aquele estranho fluxo de água. Uma vez caminhando sobre areias escaldantes, seguimos a direção indicada por um dos guardiões do tesouro de Laya até alcançarmos uma caverna. Uma vez lá, não sabíamos o que fazer já que nenhuma jóia que havia em minha família poderia nos ajudar ali.

Laya deu um passo para frente, para dentro daquelas trevas que nos envolveriam por alguns instantes. A escuridão aprecia recuar dela enquanto alguma coisa brilhava timidamente em seu bolso. Ela então retirou o que parecia uma estrela de cristal cheia de pontas que pareciam brilhar de cores diferentes dependendo do ângulo que se olhava para ela. Ela pediu com um gesto que nos aproximássemos dela e, mais uma vez, adentramos em uma caverna daquelas que nos ligaria a um outro domo. Como esperado, o caminho não foi fácil…

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Ao finalmente chegarmos à saída, tivemos aquela mesma sensação experimentada quando saímos daquele mundo inferior fresco para a sequidão de Aridia. Saímos dos desertos quentes para uma terra fria, com o chão coberto de neve e temperatura baixíssima. Lembro de Laya ter dito algo como: “Ainda bem que não está  nevando.” E, de fato, ainda que frio, podíamos ver nosso caminho, e as montanhas ao longe. Enquanto tremia e esperava que não tivesse que andar muito até chegar a Mystoke, ela procurava alguma coisa próxima à saída da caverna e de lá tirou dois grossos casacos feitos de peles e me ofereceu um dizendo para Wren e Mieu: “Suponho que não precisem de um, mas se quiserem, posso arranjar”.

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Enquanto andávamos ela me explicou que como a diferença de temperatura entre Frigidia e Aridia era extrema, seu povo mantinha aquele compartimento para facilitar a vida daqueles que fossem de um domo para outro. Agora ela era nossa guia. E era muito grato pelo fato dela saber o caminho. Seguimos a margem de um lago imenso congelado durante muito tempo. Não foi um caminho rápido e nem fácil. Até tive um momento de esperança quando vi uma cidade ao longe, mas ela me alertou: “aquela cidade fica em uma ilha no meio desse lago de gelo fino e não é para lá que vamos.

Quando finalmente pude ver uma outra cidade, nem esperava que fosse nosso destino, mas Laya andava em direção a ela. De longe, já percebíamos que ela tinha alguma coisa de diferente. Além disso, conforme andávamos, víamos também uma estranha construção, de metal e rocha que flutuava sobre o lago. Seria impossível alcançá-lo sem ser voando, mas deixamos para nos preocupar com o que tínhamos em mente no momento. Ao finalmente entrar na cidade, a diferença era óbvia. Mesmo sendo encravada entre gelo e neve, era uma cidade quente quase que magicamente. Cogitei a possibilidade de ser alguma variação menos destrutiva das técnicas que os layanos podiam usar. Seja como for, era como se nos esperassem ali. Ou melhor, era como se esperassem por Laya.

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Diário de Bordo: Phantasy Star III – A terceira geração (04)
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