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Sean e seu grupo buscam agora as armas das antigas lendas para, fortificadas com o nome perdido de poder possam ter meios de derrotar o mal que assola Alisa III.

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Depois de termos descansado um pouco em Mystoke, ainda um pouco atordoado por tudo que ouvi no Castelo de Refúgio, não sabia bem por onde começar. Já tínhamos duas das cinco armas, mas ainda nos faltavam três delas. Ao amanhecer, Mieu deve ter percebido que ainda estava ocupado com estas questões sentado em minha cama sem dizer uma palavra sequer. Ela então sentou-se ao meu lado, colocou a mão em meu ombro e me disse que ela sabia onde encontrar mais duas. Escondendo um pouco minha revitalização, perguntei com a voz baixa onde seria.

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Ela então respondeu que teríamos que primeiro obter a espada de Orakio em um templo submerso junto ás terras de Landen. Segundo ela, quando andava com meu avô, um velho que lhes ajudara a navegar por ali disse que naquele templo seu antepassado teria selado o mal com a sua espada. Eu disse a ela que tudo bem então, que poderíamos seguir para lá sem mais demora. E assim o fizemos.

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Conseguimos alcançar o templo e adentrá-lo graças as imensas possibilidades oferecidas pelas transformações de Wren. Não foi difícil encontrar a espada negra de Orakio presa em uma pedra. Com as mãos livres, Wren foi quem pôde retirá-la dali. Ele mesmo leu algo que estava escrito na pedra: “Eu prendo Dark Force” e, para nosso infortúnio, ouvimos uma voz grave e tenebrosa ressoar por todo lugar ignorando a água ao nosso redor.

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Ela dizia mais ou menos isso: “Finalmente estou livre de meus grilhões! Tremam tolos, pois agora eu vago pelos mundos uma vez mais! Tenho outras coisas a tratar, mas nos encontraremos de novo”. Essa promessa fez um arrepio frio percorrer a minha espinha; duvidei mais uma vez se somente essas armas seriam suficientes para derrotar esse mal. Além, é claro, de não me sentir muito bem por ter libertado aquele ser. Mas mesmo selado com a espada de meu longínquo antepassado ele podia exercer influência sobre o mundo; seria melhor destruí-lo e mandá-lo de volta ao lugar de onde veio. Naquele instante pensei que estava fadado a completar uma tarefa iniciada anos atrás por dois grandes líderes rivais.

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Contudo, o arrepio frio que me perpassou antes foi logo suprimido por um outro, quente e intenso preenchido de raiva, ódio e frustração. Não sei bem dizer até hoje se isso foi ocasionado pela passagem de Dark Force perto de mim ou se foi somente meus próprios sentimentos aflorando naquele lugar. Não seriam esses sentimentos o alimento do Dark Force?… Isso era confuso para mim. Só sei que repentinamente, senti-me capaz de canalizar tudo isso em alguma espécie de técnica de ataque que não conhecia. Mas retive a minha mão, pois sabia que ela poderia condenar não somente a mim mesmo como também todos os membros do meu grupo. Eu sentia que ela teria a força de dezenas de milhares de cavalos e cavaleiros digladiando-se em uma batalha final em algum vale estreito e rochoso. Tamanho poder afetaria tanto os adversários como os próprios companheiros.

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Quando estávamos andando novamente, perguntei a Mieu onde deveríamos ir agora. Ela nos disse então que deveríamos seguir até Aridia encontrar Miun. Então subitamente me lembrei que a vimos vagando pelo deserto. Não lhe dei muita atenção devido a tudo que se passava em minha cabeça no momento e cheguei até mesmo a esquecê-la. Meu pai também havia me contado dela. Supostamente ela esperava por Orakio. Será que ela poderia me confundir com ele e ceder-me sua garra? Assim que nos aproximamos dela, hesitante ela virou-se para mim com parte de seu rosto destruído e corroído, correu mancando até bem perto de mim.

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Fitou profundamente os meus olhos e, neste instante, percebi que ela deveria ser do mesmo modelo de Mieu graças à semelhança delas. Ela então abaixou a cabeça e viu a espada negra de Orakio que eu agora portava. Ela então exclamou, exultante: “Orakio! Você retornou!”. Ela me abraçou e depois de soltar-me, continuou dizendo: “Estou tão feliz que tenha podido ver você antes que eu…”. E silenciou-se caindo sem funcionar no chão.

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Laya e Kara, mesmo não tendo vivido com andróides ao redor delas ficaram surpreendidas com aquela situação. A irmã mais nova da líder layana chegou a derramar algumas lágrimas fitando para aquele corpo desfalecido no chão. A irmã de Lune, o famoso general arquirrival do andróide Siren, voltou as costas para aquela cena e para todo o grupo. Creio que também tenha chorado, à sua maneira. Mieu pediu ajuda de Wren para ver se poderiam fazer alguma coisa, mas esses esforços foram em vão. Mieu estava claramente triste com isso e provavelmente só não derramava lágrima alguma por não piscar. Eu também fiquei abalado. Sabia que Mieu tinha a capacidade de expressar sentimentos (um pouco diferente do calado Wren), mas Miun demonstrou naquelas últimas palavras e nos seus mil anos de espera um amor de devoção que jamais imaginei ser possível de observar em formas de vida criadas por nós, fossem monstros ou robôs.

Wren retirou a garra de Miun e entregou-a a Mieu que, em honra a ela, equipou-a o mais depressa que pôde. Juntamente com meu amigo andróide, carreguei o corpo de Miun até Hazatak para ser devidamente enterrado já que nada mais poderia ser feito por ele. Só que não poderíamos abandoná-lo ali. Não tocamos no assunto das outras armas durante o restante do dia e da noite. Teríamos tempo para isso quando a aurora chegasse uma vez mais.

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Diário de Bordo: Phantasy Star III – A terceira geração (08)
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