Muito bem, amigos do Gagá Games, chegou o post que eu tanto esperava 😀
Hoje falaremos sobre dois títulos: The Secret Monkey Island e MI II: LeChuck’s Revenge, que são os dois primeiros títulos da tão famosa série que ainda há pouco reapareceu nos PCs e consoles, em sua quinta encarnação.
De antemão aviso: Guybrush Threepwood – protagonista dos jogos – é meu herói e, se não tenho um poster dele no quarto… bem, eu tentei convencer minha noiva mas não deu muito certo. De qualquer forma, sou obviamente suspeito para falar sobre estes jogos, entretanto, tentarei controlar a empolgação e ser ao menos um pouco imparcial.
O motivo principal da minha escolha de falar apenas sobre os primeiros dois títulos é simples: a partir do terceiro, a série passou para mãos de outras pessoas, e não digo que desandou, porém descaracterizou-se um pouco. Em partes isso trouxe uma inovação necessária; em partes afastou jogadores antigos. Sou da opinião de que a coisa manteve sempre o “alto” nível (questionável para alguns), mas os títulos em que Ron Gilbert e Tim Schafer trabalharam são tão intimamente ligados que quase chegam a ser um grande adventure, dividido em dois episódios.
Toda história tem um começo
A atração que influenciou o jogo que influenciou o filme que por sua vez veio de um livro e…
Antes de Piratas do Caribe virar filme, febre, jogos, etc, havia uma atração na Disney World com o mesmo nome. Dizem que esta foi uma das fontes de inspiração de Gilbert quando concebeu MI. Ironicamente, quem jogou o adventure e posteriormente assistiu Piratas do Caribe vê a nítida influência do game sobre o longa metragem.
Pegue essa salada e some a uma influência em comum: “On Stranger Tides”, um livro de 1987 foi oficialmente reconhecido como inspiração para ambas as obras acima citadas.
E jogo, não tem?
Ok, estamos em um blog de jogos, logo, deixemos para trás a papagaiada de fanboy e vamos ao que interessa.
Monkey Island é um adventure point and click e, quando conheceu o mundo, o gênero estava em alta. Sua equipe de desenvolvimento trazia na bagagem jogos como Maniac Mansion, Indiana Jones and the Last Cruzade (versão adventure) e Zak McKracken and the Alien Mindbenders. Em outras palavras, os caras eram bons.
A mecânica de jogo você já conhece bem: clique no objeto, clique na ação e por ai vai. Claro que, vale lembrar, em MI as combinações de objetos mais absurdas são as que dão certo e, diz a lenda, quem joga muito fica com um senso de humor próprio – o que não é necessariamente uma coisa boa – semelhante ao dos filmes Monty Phyton…
O que sobra para inovar? História – além de gráficos e músicas extremamente bem feitos, é claro.
Desde os rascunhos tudo era sempre bem feito
Você é Guybrush Threepwood* e começa a história como um aspirante a pirata. Neste primeiro momento, Guybrush é um homenzinho jovem, magrelo e passaria facilmente despercebido em meio a qualquer aglomerado de pessoas. Sua principal arma (utilizada em todos os jogos): a lábia. É com um bom papo furado que você percorre as ruas em Mêlée Island™, primeiro cenário do game. Inicialmente é necessário passar por três provas para, em teoria, tornar-se pirata – ao menos assim pregam os “confiáveis” piratas no Scumm Bar*², o ponto de reunião da escória local.
Infelizmente não posso aprofundar-me muito na história pois seria um baita de um spoiler nada bem-vindo. Apenas resumo da seguinte forma: na pele de Guybrush você conhecerá cenários exóticos no Caribe, se arriscará no campo amoroso e lutará com espadas.
Sobre lutas de espada é necessário fazer uma breve explicação: são duelos decididos na base de quem faz o melhor insulto. É talvez a parte mais interessante do jogo e é dela que surgiram frases clássicas como “Look behind you, a three headed monkey!” ou “How appropriate, you fight like a cow”, utilizadas como tiração de sarro em outros jogos da série e até mesmo em títulos sem ligação com esta.
Curiosa característica, Guybrush é capaz de prender a respiração por dez minutos. Um dos únicos momentos em que se é possível morrer nos adventures da Lucasarts é em MI, caso você passe mais de dez minutos embaixo d’água.
Como a vida de pirata não é simplesmente saquear e beber grog*³, há naturalmente um vilão na história. LeChuck, o fantasma de um pirata que domina os mares caribenhos. Essa pedra no sapato te acompanhará daqui para frente, sendo um antagonista bem interessante e até mesmo carismático. Inicialmente Guybrush não representa grandes problemas para LeChuck, porém ao longo do jogo a história dá suas voltas.
Outros personagens marcantes são a mulher Voodoo – reincidente ao longo da série – e Stan,um vendedor de barcos cujo artifício utilizado nos gráficos de sua jaqueta virou brincadeira em games posteriores. Há também canibais muito peculiares com máscaras de frutas e… enfim, uma lista bastante longa.
Guybrush ao lado de Stan e sua emblemática jaqueta
A trilha sonora – e isso vale para os dois jogos abordados nesta análise – não é boa. É fabulosa, e desta vez mesmo quem não gosta de Monkey Island não pode negar. O clima caribenho é muito bem explorado, hora com tons mais misteriosos, hora mais praianos, por vezes cômicos ou então tensos. Tudo feito com a maestria característica da série.
The Secret of Monkey Island é um adventure memorável, seja por sua luta de espadas na base de insultos, personagens cativantes ou até mesmo pela possibilidade de afundar seu próprio navio!
A história continua
Aparentemente as coisas correram bem – ou próximo disso – no primeiro MI, de modo que você começa o segundo como um consagrado pirata. Mesmo que esse começo seja pendurado por uma corda em um buraco – lembre-se, cordas são os itens mais importantes em adventures :).
Em LeChuck’s Revenge, Guybrush decide partir em busca de um novo tesouro, chamado Big Whoop. Embora você tenha “derrotado” o pirata fantasma, não são todas as pessoas que estão dispostas a acreditar nisso – mesmo nosso herói tendo escrito livros contando detalhes de sua façanha.
Guybrush está com uma aparência mais velha, experiente – e com um sobretudo que eu gostaria de ter em meu guarda-roupa. Mas logo no início da jogatina você perde todos os tesouros acumulados no jogo anterior. A partir daí o trabalho não será pouco.
Os gráficos em LCR estão com uma aparência mais cartunizada, bem caprichados mesmo – muito embora eu prefira o estilo do primeiro game. As inovações visuais invadiram inclusive a interface.
Aqui é possível buscar por livros que o próprio Guybrush escreveu!
A mecânica de jogo… Ok, estamos falando de adventures, então acho que vou parar com essa de “mecânica de jogo”. A coisa continua a mesma, funcional e simples. As ilhas exploradas agora são outras (mas é possível dar uma passadinha rápida em Mêlée Island™), novamente bastante interessantes. Num primeiro momento você está preso em Scabb Island, sob o controle de Largo LeGrande, um pirata metido a durão mas com mais pinta de capanga do que chefe. Posso dizer que essa é a parte mais tediosa da história, porém não chega a cansar. Posteriormente é necessário buscar por quatro partes de um mapa do tesouro, o que te leva a novas ilhas. E, como não poderia deixar de ser, prepare-se para encontrar um LeChuck revivido.
Novamente nos deparamos com itens não convencionais, aventura, romance, lutas, insultos, tudo muito bem desenvolvido numa história que se desenrola de forma fluida. Não vou revelar grandes detalhes da trama, mais uma vez buscando não estragar a diversão de jogadores em potencial, porém enfatizo: LCR, se não for melhor do que o primeiro game da série, ao menos é tão bom quanto. Cabe a você jogar ambos e dar sua opinião. Apenas um detalhe: o final pode decepcionar algumas pessoas. Nada que estrague o jogo, porém me senti obrigado a passar este aviso – no meu caso achei formidável o desfecho da aventura.
Conclusão
Monkey Island é uma série de jogos extremamente querida por possuir personagens carismáticos – o típico protagonista anti-herói e uma trupe à altura – humor atípico, uma história descontraída e prezar sempre pelo extremo capricho em sua produção audiovisual. O que mais vale a pena nisso tudo? Sou da opinião de que as “in-jokes” que pegamos depois de vencer cada um destes jogos são impagáveis.
No início da década de 90 era divertidíssimo poder jogar este tipo de jogos. Cada novo adventure significava meses de diversão, principalmente pelo fato de não existirem “detonados” na internet (“internet, o que é isso?”) e as revistas de games raramente falavam sobre jogos de PC. MI era um título ainda mais longo por contar com combinações não muito lógicas de itens.
O primeiro game da série, além de ter saído para inúmeros computadores, chegou a dar as caras no Sega CD, contudo, não foi grande sucesso de vendas, fazendo com que Indiana Jones and the Fate of Atlantis fosse cancelado para a plataforma da SEGA. Jogadores da nova geração podem não ter muita paciência, porém o simples fato de andar por todos os cenários de um jogo, tentando analisar cada uma das possibilidades de interação já era prazeroso por si só.
E não para por aí: recentemente, os dois jogos de que tanto falei ganharam um remake, disponível até para i-phone, contando com gráficos renovados, mas dando a opção de jogar com os gráficos originais (que recomendo grandemente!).
Peço desculpas se você tem esse visual, mas simplesmente não consigo respeitar o remake de Guybrush…
Curiosidades
* – O nome “Guybrush” era como o arquivo com o sprite do personagem foi nomeado provisoriamente (do inglês, guy=cara, brush=pincel). Contrariando o que alguns pensam, “brush” não era a extensão do arquivo. Threepwood era um personagem com que Ron Gilbert jogava RPG.
*² – SCUMM (Script Creation Utility for Maniac Mansion) é também o nome da engine utilizada pelos adventures antigos da Lucasarts. Sobre ser um ingrediente de Grog, ai não sei mesmo explicar – ver abaixo;
*³ – Grog, a bebida oficial da série, seria supostamente composta de: querosene, propilenoglicol, adoçantes artificiais, ácido sulfúrico, rum, acetona, corante vermelho nº2, scumm (não me pergunte), graxa de carro, ácido de bateria e salame.
Alguamas in-jokes
Thes Secret of Monkey Island:
- Em dado diálogo envolvendo o item “Idol of Many Hands”, há a opção de responder “It belongs in a museum!” (isso pertence a um museu!), frase famosa pronunciada por Indiana Jones;
- Ao tentar cruzar uma ponte, o troll que a guarda lhe diz “None shall pass”, famosa frase do Monty Phyton e o cálice sagrado;
LeChuck’s Revenge:
- [SPOILER] Quando Guybrush entra no quarto de Elaine – o tal “affair” de Guybrush de quem falei por meias frases – ela diz “Of all the parties in all the houses on all the islands in the Caribbean he had to crash mine!”, uma alusão ao clássico Casablanca;
- Em Bloody Lip, quando Guybrush pede por uma dose de Grog, termina a frase dizendo “Shaken, not stirred”, conhecida fala de James Bond.
Termino o post com o famoso SCUMM Bar =)
Estes jogos são sensacionais. Alias, raro alguma coisa da Lucas Arts não ser bom. Terminei os dois jogos e vale muito a pena. Já tem bastante tempo, mas tenho meus saves aqui guardados com carinho.
A maior dificuldade que eu tive foi no MI2, lá pelo final de achar o maldito interruptor naquela escuridão. Quem manja vai entender! 🙂
Belo post. Eu tenho os Tales of Monkey Island (PS3 e PC) e digo que apesar de ser um jogo em 3D, é quase um poit and click e é muito divertido.
Fale na próxima de Sam & Max: Hit the Road!!! “I wanna be to the bathroom!” huahuahua
Falow! 🙂
piga[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Eu acho que nunca fui tão FELIZ jogando um jogo de videogame. =)
Jogo sensacional, um universo criado sem igual.
Julio Soares[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
video game, leitura, fantasia,,,música,,,tudo isso é uma verdadeira cultura digital!!!gostei do post!!!boa, um verdadeiro clássico!!!
helisonbsb[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
ainda tenho que experimentar o Monkey Island…e não gosto tanto do Jack Sparrow, muito estranho pro meu gosto. portanto jogarei por causa das qualidades do mesmo que ouvi falar em outros sites e revistas. não devido ao filme
leandro(leon belmont) alves[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Eu tentei jogar esse jogo no Sega CD e não consegui fazer nada e olha que venci muitos adventures como Scooby Doo Mega Drive, Broken Sword 1 e 2, Syberia 1 2 3, entre outros como a serie fantástica The Secret Files: Tunguska e Runaway the Dream of the turtle, mas estranhamente não consegui andar nesse Monkey Island.
Ricardo (FisherDs)[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Correção saiu Syberia 1,2 e 3 só que era para colocar 1 e 2.
Ricardo (FisherDs)[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Clássicos… perfeitos em todos os aspectos… É o tipo de jogo que dá vontade de jogar até o fim pelo menos uma vez ao ano.
E até hoje a musiquinha das caveiras não sai da minha cabeça! hehehehe
Thiago Righetti[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Um tempo atrás arranjei um tempo e resolvi experimentar. É ótimo, além de ser um bom jogo e desafiador, tem um senso de humor único. O sujeito joga dando risada. Aliás, acho que falta humor nos jogos de hoje, deviam aprender com Monkey Island.
Eu não cheguei a progredir muito, acabei ficando sem tempo. Mas é um jogo que tenho que re-jogar.
Onyas[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Entrei no mundo dos adventures um pouco tarde, mas nem por isso deixei de aproveitar ao menos um pouquinho.O primeiro que joguei foi The Dig e o último foi Sanitarium (recomendo) que é de um período em que os adventures estavam em declínio.Mas Monkey Island nunca joguei ( queimem o herege!).É um gênero que espero que não morra completamente.
Em Sly 3: Honor Among Thieves (PS2) têm uma parte em que acontece um duelo de insultos entre Sly e um pirata.Agora sei de onde veio a inspiração!
Marcos A. S. Almeida[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Tá ae um jogo no qual me envergonho de não ter jogado até o final 🙁
belo post! isso só me faz lembrar que ainda tenho muito o que fazer nessa vida gamer : D
cis_negro[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
@piga
É, Piga, cada vez mais você mostra ser um cara de extremo bom gosto :D.
Joguei “Tales” e curti muito também – embora a batalha final tenha chegado a me dar dó do Guybrush rs!
Sam & Max merece um post muito bem feito e, para tanto, tenho que jogar novamente pois quando zerei ainda não contava com minha primeira dezena de anos de vida hehehe.
@Julio Soares
É verdade, Julio. O capricho era bem característico dessa época em que havia limites no poder de processamento :). A solução era criar grandes histórias!
@helisonbsb
Realmente, um comentário complementa outro – grande jogo!
@leandro(leon belmont) alves
Vale a experiência, Leandro. Tendo um pouco de paciência com um ou outro item muito fora de lugar nos puzzles, é claro.
@Ricardo (FisherDs)
Monkey Island é tão divertido e tem tantas piadas que, no caso de travar, não seria condenável usar um “detonado” pra dar prosseguimento na história.
@Thiago Righetti
O triste é não ter amigos próximos pra cantarolar ou compartilhar in-jokes :(.
@Onyas
Acho que, assim com aconteceu com cinema, quadrinhos e outras formas de arte, talvez os anos “dourados” do vídeo game tenham mesmo ficado para trás. Os desenvolvedores de hoje – salvo alguns que ainda hoje são geniais – parecem ligeiramente preguiçosos.
@Marcos A. S. Almeida
Marcos, se você gosta de adventures e também de títulos mais novos, dê uma olhada em “Dreamfall” . Já não é tão novinho (2006), mas considero a evolução natural do gênero – além de ser um baita de um jogão!
@cis_negro
Curtir jogos antigos é como apreciar carros antigos: O tempo passa mas a beleza continua para quem entende o contexto 🙂
Cassio “Pé na Cova” Raposa[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Eu não usaria o termo “preguiçosos”. Acho que hoje em dia existem tantos recursos disponíveis, a liberdade é tanta no desenvolvimento de jogos, que os desenvolvedores se perdem por esse excesso de liberdade.
É aquele negócio. Me dá limões que eu te faço uma limonada. Mas se você me der todas as frutas que existem eu faço salada, vitaminas, pratos enfeitados e um monte de outras coisas diferentes. Só que o que me mata a sede é limonada, eu quero é limonada, me dê limonada!
Os desenvolvedores antigos tinham bastante limites, usavam então da criatividade para expandir os limites e os jogos ficavam criativos. Ainda era limonada, mas com a dose certa de açúcar.
Onyas[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Eu adorei mesmo esse jogo, mas não joguei pois tem uma parte muitoooo chatinha de passar. Ele chega a ser difícil pois o jogador precisa ter alto nível de criatividade, haha! Adorei ver este jogo aqui…fiquei até com vontade de jogar de novo 🙂
Mahaila[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Já joguei tanto esses jogos que perdi a conta.. o primeiro já zerei MUITAS vezes, o segundo algumas vezes, o terceito (Curse) 2x, e o ultimo (Escape) comecei a jogar e parei.. e recentemente ainda comprei o Tales no Steam mas por enquanto tá lá pegando poeira..
Mas o 1 e o 2 realmente são os clássicos dos clássicos
Fernando[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Totalmente excelente, o duelo de insultos era o melhor! Eu não sabia que foi inspirado no piratas do caribe (parque) e o jogo inspirou o filme, legal isso. Só joguei o 1 e 2 o resto não conheço.
Ah, Fale de Sam & Max e Simon the Sorcerer, outros jogos hilários!
Tiago Almeida[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
Tenho esse game com muito carinho no meu coração, junto com DOTT e Fate of Atlantis… Mas o MI 1 e 2 são demais! Ah, uma curiosidade, na novela PASSIONE da TVGLobo utilizaram a trilha sonora de MI nas cenas no personagem “TOTO” e a Lucas Arts meteu um processo neles!! Abrs!
Denny Naka[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
@Denny Naka
Ta brincando? Não sabia, que coisa, rapaz! Oo
Cássio “Pé na Cova” Raposa[Citar este comentário] [Responder a este comentário]
bons tempos…recentemente voltei a jogar a versão do sega cd!!!!show
helisonbsb[Citar este comentário] [Responder a este comentário]