“Para quem quer fazer exercícios de reflexão”

Olá crianças!

Sabem quando dizem que é muito difícil descrever aquilo que está bem ali, debaixo de nosso nariz? É mais ou menos isso que a afeição representa. Claro que essa analogia é um pouco torta porque “algo sob nossas narinas” é algo que não podemos ver, mas que está ali de algum modo. E dizer que “algo como o aroma poderia indicar que algo está lá” não ajudaria porque um odor pode chamar muito mais a atenção que outros sentidos. Essa analogia é imperfeita porque não vemos a afeição por vê-la todos os dias.

“Que nossas afeições não nos matem, nem morram.” (John Donne)

O óbvio é o mais difícil de descrever. Santo Agostinho já dizia que sabia tudo sobre o que era o tempo; até que alguém pedisse a ele que o explicasse. Durante minha dissertação, ficou evidente que com a descrição de algo como o jogo passa pelo mesmo problema. Por isso que quem descreve (ou tenta descrever) o óbvio não fala obviedades.

Antes de começar a pensar sobre o que seria “afeição” queria ressaltar que vou citar poucos exemplos. Optei por falar de maneira geral de cada amor e, perto do final do post fazer alguns comentários com exemplos tirados de games. Não quis deixar o post longo demais e queria que vocês mesmos pensassem em alguns exemplos para discutirmos nos comentários.

Para C. S. Lewis, a afeição é o mais humilde e o mais difundido dos amores. Buscando o termo equivalente no grego antigo, descobre storge que definiria “o amor dos pais pelos filhos” e também o caminho contrário. Por isso, a imagem que sintetiza esse amor seria uma mãe amamentando seu bebê, ou uma gata num cesto cheio de filhotes ronronando e lambendo-se. Contudo, ele faz questão de afirmar que isso se estende para além da mãe e da criança. Ou seja, não é uma outra forma de considerar o tal “instinto maternal” (conceito que até merece certas críticas). Qualquer objeto pode gerar este conforto peculiar deste amor que é o menos parcial dos amores ao ignorar barreiras de idade, sexo, classe e instrução: ele pode existir entre pessoas que vivem em “mundos” diferentes e até mesmo entre animais de diferentes espécies como cães e homens, cães e gatos etc. Une pessoas que, se somente estivessem juntas pelo que gostam e apreciam, jamais estabeleceriam qualquer elo de ligação.

Uma característica essencial dos objetos de afeição é que eles são familiares. Enquanto que muitas vezes podemos dizer o momento exato em que nos apaixonamos, ou que iniciamos uma amizade, não saberemos nunca dizer quando começa uma afeição. Em suas próprias palavras: “percebê-la é perceber que ela já existe há algum tempo”. Segundo ele, o adjetivo “velho”, em seu melhor sentido, é perfeito neste amor. Além disso, pontua que geralmente, é apenas pela ausência ou perda que fazem com que percebamos estar ligados por afeição. Vivendo de coisas humildes e sem se dar muita importância, acaba sendo um amor modesto, furtivo e encabulado.

Gillian Seed e Metal Gear: espécimes de mundos totalmente diversos (um humano e outro um robô). Podem ler sobre Snatcher aqui.

Estas são suas características “puras”, contudo é muito difícil que exista sozinho. Embora fazer um amigo não seja afeiçoar-se, quando este se torna um “velho amigo”, tudo o que nada tinha a ver com a amizade se torna familiar e querido pela familiaridade. Algo análogo acontece com o eros. A afeição se mostra nos momentos em que “não é preciso conversar. Não é preciso fazer amor. Não é preciso fazer nada, exceto, talvez, alimentar o fogo”. Essa mistura entre amores é perfeitamente expressa pelo uso do beijo: comum entre amantes unidos pelo eros, mas também na afeição. Essa sua intimidade com outras formas de amor, contudo, pode causar problemas e em nossa época em que o eros se tornou uma divindade, muita gente confunde afeição e amizade com o erótico. Uma pena, em muitos sentidos.

A afeição não discrimina (no sentido de criar e estabelecer diferenças – que é o sentido mesmo de “discriminação”) e “se dá bem” com pessoas pouco promissoras. E é essa afeição que permite que comecemos a ver algo de especial nelas. Ela expande nossa mente por ser a mais universal, a menos exigente e a mais ampla forma de amor. Cruzamos uma fronteira quando deixamos de nos incomodar ao pensar que “não é meu tipo de pessoa” e acrescentamos a esta frase, uma outra em que dizemos: “mas é boa à sua maneira”. Por isso, a afeição pode amar o que não tem atrativos e possui tanto o “amor necessidade” como o “amor doação”. Isso significa que não só quase toda pessoa pode ser objeto de afeição, como quase toda pessoa espera sê-lo. Não é bem uma uestão de direito do tipo “eu tenho o direito de ser amado!”, mas é uma expectativa bem razoável.

Contudo, como toda forma de amor, possui seus desvios.

Shadow, em Final Fantasy VI, tem uma relação de afeição com seu cão Interceptor.

O ciúme, que não é exclusivo do eros, aparece na afeição. No caso, está estreitamente ligado à dependência do velho e do familiar. A mudança é perigosíssima para a afeição e não queremos que velhos rostos se tornem mais radiantes ou mais bonitos. Duas crianças que crescem juntas dividindo tudo até que um deles, num lampejo, descobre a música, a ciência ou a religião: a outra é deixada para trás e não pode mais participar disso. Lewis afirma que nem mesmo a infidelidade de uma mulher consegue despertar um abandono tão triste e um ciúme mais feroz que este: é um ciúme da própria coisa e geralmente se mostra como zombaria. “Você e essa sua religião, heim?” ou algo do tipo. Diabolicamente, pode acontecer que toda uma família de descrentes se afaste de seu único membro cristão: é reação semelhante à deserção ou ao roubo: “oubaram ele de nós!”. Claro que este caso pode ser igualmente compreendido pelo seu inverso (um descrente em uma família religiosa). Esse é o desvio que se refere à sua porção de “amor necessidade”.

Por outro lado, o “amor doação” também tem sua possibilidade de desvio. A afeição dá tudo de si aos outros para que não precisem de qualquer doação; o erro está em dar e querer sempre se manter necessário. Nós trabalhamos a afeição para que nos tornemos supérfluos e a recompensa reside justamente quando podemos dizer “não precisam mais de mim”. Isso acontece com frequência na relação de um mestre por seu pupilo (professores e alunos, por exemplo) em que o docente tem a necessidade de ser necessário.

A afeição, que surge também em nossa relação com os animais, afeta a forma com que “gostamos de bichos”. Às vezes, experimentamos o genuíno isolamento humano em relação a outras espécies: não podemos ser estes animais, mas podemos estar com um deles. O cachorro, por exemplo, é um embaixador no mundo humano. Nessa relação sincera, o homem preenche uma lacuna no universo com um cachorro. Mas às vezes, a afeição dirigida a um animal é ruim: um homem pode fazer com que o animal sempre precise dele, criando necessidades que só ele pode satisfazer. O “melhor” é que nunca saberá se o cachorro, ou gato perceberá que está sendo usado. Em determinadas situações, até o mais oprimido dos homens pode gritar até estourar seus pulmões alguma verdade enquanto que os animais não falam.

Em Phantasy Star III, a afeição cresce mesmo entre pessoas tão diferentes como orakianos, layanos e andróides. Rhys, por exemplo, afeiçoa-se de Lyle.

Para Lewis, a falta de uma certa “afeição natural” é uma degeneração extrema porque é este amor o responsável por nove décimos das felicidades sóbrias e duradouras que temos em nossa vida natural. Contudo, classificar seus desvios de “neuroses” é infeliz na maioria dos casos porque, embora às vezes seja verdade, essas “anormalidades” não ocorrem por serem sintomas de uma patologia (ou uma patologia nela mesma). E, se for uma doença, ela deveria se chamar “ser um homem decaído”. Nesta perspectiva, render-se a elas não é uma doença, mas pecado. E nisso a medicina nada pode ajudar porque busca restaurar as funções “normais”; contudo, avareza, egoísmo e autopiedade não são exatamente anormais no mesmo sentido de um astigmatismo, ou uma pedra nos rins. Afinal, quem chamaria de normal alguém isento de todas estas fraquezas? Notem que ele afirma que a medicina tem uma função específica e que não é somente o corpo; ele não trabalha aqui com aquele dualismo espiritualista e materialista corriqueiro. Isso só seria verdadeiro se pensássemos “normal” e “natural” como “não decaído”. Só ouvimos falar de um homem assim e, convenhamos, não era bem a imagem de sucesso estabelecida por psicólogos que seria: um cidadão integrado, equilibrado, adaptado, bem casado, empregado e popular. Em suas próprias palavras: “você não está muito bem ‘adaptado’ ao seu mundo quando esse mundo lhe diz que você ‘tem demônio’ e termina pregando você numa estaca de madeira”.

Deste modo, não basta que a afeição seja somente sentimento: para produzir felicidade, devemos acrescentar a ela bom senso, reciprocidade e “decência”. “Bom senso” diz da importância da razão. “Reciprocidade” da justiça (que estimula a afeição quando esta desaparece e restringe-a em certos casos). E tudo isso é bondade (que envolve paciência, abnegação, humildade e intervenção de um tipo de amor muito superior ao que a afeição pode ser em si mesma).

Leon: um dos generais do Império em Langrisser II (ou Der Langrisser). Podem ler sobre o jogo em posts meus aqui e aqui.

A leitura sobre esse amor acabou fazendo com que me lembrasse de um texto de Chesterton em que ele comenta algo sobre aquele dito popular que afirma “Pedra que muito rola, não cria limo”. Atualmente, isso é visto como um elogio à inconstância e ao contínuo movimento; mas Chesterton avisa que em sua origem era justamente o contrário. A afeição passa pelo mesmo caminho: ela cria raízes e torna as coisas familiares, amando-a em sua familiaridade.

Para concluir, C.S. Lewis faz um alerta: se tentamos viver só de afeição, ela nos faz mal. E esse “fazer mal” é o amor-afeição com sementes de ódio e, se a afeição se torna a soberana da vida humana, elas germinam: “o amor, ao transformar-se num deus, transforma-se num demônio”

Dos exemplos que foram vendo durante as imagens (cujas legendas tentaram explicar a razão da escolha), essa questão da familiaridade e a aproximação de mundos diferentes é emblemática. Temos um humano comum que cria afeição por um pequeno robô: Gillian Seed não gosta de MetalGear por ele lhe ser útil; alguns eventos durante o jogo tornam a relação deles muito mais clara. Em Final Fantasy VI, Shadow depositou toda sua afeição (já em sua forma “doentia” provavelmente) em seu cachorro: distante de todo contato humano que não consistisse em assassínios, usou seu animal de estimação para suprir suas necessidades – e ele não teria como reclamar disso. Em Phantasy Star III, podemos pressupor isso entre Orakio e Rulakir (talvez Orakio ainda amasse seu irmão, mesmo ele tendo “decaído” às forças malignas) e entre os mundos de andróides, orakianos e layanos (cada um dos três grupos e seus conflitos e diferenças específicas).

Medion encontrando Synbios pela primeira vez no segundo cenário de Shining Force III.

Os exemplos mais emblemáticos eu optei por deixar para o final. Em Langrisser II (ou Der Langrisser), fora do jogo eu aprendi a respeitar Leon, um dos nossos inimigos durante todo o caminho. Dentro do jogo, fica bem clara a afeição mútua que existe entre Elwin e Leon: ainda que ambos discordem em muitas coisas (inclusive do lado em que escolhem lutar), esse amor entre eles ficou muito claro para mim durante todo o jogo, especialmente se você não se alia ao Império nas versões deste jogo em que tal é possível.

Outro exemplo poderia ser a relação entre Lord Synbios e o Príncipe Medion em Shining Force III. Mesmo sendo de dois grupos distintos (a República e o Império, respectivamente), eles se ajudam mutuamente, desconsiderando suas diferenças até que, a certa altura dos eventos, passam a se considerar amigos.

Notem a dificuldade de separar a afeição de outros amores. Quando formos falar dos outros, talvez isso fique mais claro.

É isso por hoje! Até o próximo post!

Academia Gamer: Os Quatro Amores – Afeição (Parte 02 de 05)

10 ideias sobre “Academia Gamer: Os Quatro Amores – Afeição (Parte 02 de 05)

  • 08/06/2011 em 9:51 am
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    Visse? A maioria dos jogos que você citou são RPG. Então fica mais fácil de identificar.

    Tem jogos em que essa afeição pode ficar implícita, como a relação Ryu e Ken em Street Fighter. O jogo em si não dá para tirar muita coisa, mas a história oficial e os filmes posteriores demonstram que, mesmo rivais, um adquiriu respeito pelo outro durante os anos de treinamento. O mesmo ocorre entre Sagat e Ryu, a rixa entre os dois também pode ser considerado um tipo de afeição.

    Em Ico, a afeição cresce durante o jogo entre os dois personagens. Na série Zelda, principalmente em Ocarina of Time, fica evidente a afeição entre Link e a égua Epona, para citar um exemplo com animais. Acredito que nestes dois exemplos a relação acaba sendo mais sincera, porque não é feita por palavras, já que um não compreende o outro, e mesmo assim conseguem criar um vínculo. No meu entender isso demonstra que a comunicação visual é tão forte quanto a verbal, pois linguagem do amor é universal.

    Foram os exemplos que vieram à minha cabeça no momento.

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  • 08/06/2011 em 1:13 pm
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    @Onyas
    hehehe Sim, fica mais fácil mesmo. E é o estilo de game que eu mais jogo, então são sempre os primeiros a me ocorrer. Por isso que acho legal que coloquem mesmo seus próprios exemplos por aqui, porque acabam me fazendo lembrar de outros e, claro, enriquece o texto. Azar de quem não lê os comentários, também. hehe

    Muito bons os exemplos que deu. Realmente o Ryu com o Ken e o Sagat são exemplos emblemáticos neste sentido. Isso que entendo como “respeito”, principalmente devido a muitos adversários que possamos ter (na vida real ou não) passa um pouco pela afeição. Em jogos de luta, isso é bastante comum ,ams aparece em outros g~eneros também.

    Link e a Epona também é um exemplo interesante. Não tinha pensado nisso para dizer a verdade, mas acho extremamente válido. Tentei pensar em algum jogo com animais, mas só me vieram à cabeça jogos cujos personagens não conheço muito bem (com exceção do Shadow). Por exemplo, o Galford de Samurai Shadown; a Nakoruru do mesmo jogo etc.

    O fato de falarem ou não, não importa. A afeição não requer que algo seja dito e, mesmo que algo seja expreso em palavras, não importa muito. O silêncio e a ausência de palavras é o mais característico da afeição. A familiaridade não requer formalidades e nem um falatório educado e sem sentido. Isso geraria desconforto, que é tudo o que a afeição não traz.

    Lendo seus exemplos, lembrei do Sonic e do Tails. Em uma das versões da história como se conheceram fala que o Tails ficou tentando acompanhar o Sonic depois que ele derrotou o Robotnik uma vez. Acredito que, pelo jeitão meio esnobe do ouriço, deve ter havido primeiro uma afeição entre eles (que são bem diferentes entre si). Da mesma forma com o Knuckles.

    Fora do âmbito dos games, a relação entre o Batman e o Robin (ou melhor, do Bruce Wayne e os trocentos Robins hehe) deve ter algo de afeição. O que muitos encaram como amor erótico. hehehe Mas isso eu deixo para comentar melhor depois.

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  • 08/06/2011 em 1:48 pm
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    Muito interessante!
    Gostaria de sugerir o tema: Morte, assim que acaber essa série sobre o amor.
    Mas a morte/tensão criada no jogo. Não é você que morre, e sim o personagem e isso nos casa angustia.
    Exemplo: Quando você percorre toda uma fase até o final e percebe que com um erro pode botar tudo a perder e ter que voltar ao inicio e sem nada do que conquistou. Isso era muito mais sério em jogos antigos do que nos novos com save points. Ex: ninja gaiden.

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  • 08/06/2011 em 2:59 pm
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    @Guilherme
    Acho que já falei um pouco disso em algum post anterior. Deixe eu confirmar aqui qual foi.

    *pesquisando

    Aqui: http://www.gagagames.com.br/?p=24238

    Com certeza a morte em um jogo causa angústia. Mostra um pouco da fragilidade do jogo e da facilidade que é sairmos dele. Um pouco como a vida: basta um milésimo de segundo para não estarmos mais aqui.

    Dá uma lida neste post anterior e, se não for exatamente isso que tratei, poste outro comentário que eu vou me organizar para falar de novo a respeito disso. É um assunto importante para mim também e muito relevante.

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  • 14/06/2011 em 3:46 pm
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    Tenho outras sugestões de temas sim, mas nenhuma me vem a cabeça agora.
    Mas voltando ao tema da morte, ontem eu assisti ao episodio 9 do game of thrones,[spoiler]
    e a morte de um personagem querido
    me fez pensar sobre isso. A alguns episodios atrás um personagem querido(ou não) também morreu( o personagem é uma peça de xadrez importante). Mas a forma injusta da morte do ultimo episódio, [/spoiler]
    me fez pensar o quanto somos apegados a esses seres que não existem, seja em série, filme, livros ou jogos.
    Para ilustrar isso um exemplo:
    Imagine que esteja jogando Resident evil, onde em uma jogada errada pode levar o seu personagem a morte e até perder a cabeça numa serra elétrica. A “nossa” morte artificial pode ser terrível mas é sempre possível voltar o jogo a um ponto anterior e refazer o seu passo.
    Agora imagine a situação onde a morte é irremediável, como a da Aerith em FF7. Por mais que se volte não podemos avançar no jogo sem que passamos pela situação de perde-la. Por isso também acho que série Dragon Ball é extremamente falha nesse ponto, já que sepre que alguém morre é possível ressuscita-lo com as esferas do dragão.
    Acho que me alonguei demais nesse post e disvirtuei o seu texto. Até mais.

    PS: Sempre assino como Guilherme, mas acabo mudando o email e apareço como uma pessoa diferente.

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  • 14/06/2011 em 4:29 pm
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    @Guilherme
    hehe Eu li algumas críticas sobre os livros desse cara e parece que ele adora matar personagens. Acho que a morte é algo relevante em qualquer história em que possa aparecer. Vou citar a seguir um SPOILER de Crônicas de Nárnia: por exemplo, quando Aslam morre na mesa de pedra. [SPOILER END]. Mas acho que o excesso também pode ser danoso.

    A morte acaba sendo um limite nos jogos. Se você “morre”, você “sai do jogo”. Na vida, é algo mais ou menos assim. Saímos do jogo do mundo quando morremos.

    Dragon Ball é realmente ruim neste sentido. hehehe A morte lá não significa absolutamente nada. E isso é uma pena.

    E não precisa se preocupar em mudar o tema do post. Os comentários na Academia Gamer servem para isso mesmo: para conversarmos sobre o que for surgindo.

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  • 16/06/2011 em 9:56 pm
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    Interessante.Mas o que vou escrever não sei se tem a ver com este artigo,mas algum tempo atrás aconteceu um fato que mudou a minha vida: a morte da minha cachorra,…para alguns poderia ser um animal, que você poderia comprar outro, mas para mim era mais do que isso era uma vida, triste em saber que não poderia mais passear,ouvir os seus latidos,brincar com ela,etc,quando a encontrei morta na casinha,me veio a mente a cena em Sephiroth mata a Aerith em FFVII, naquele instante senti o meu coração despedaçado e cheguei até a entrar em depressão…depressão esta que só consegui me curar graças a minha família…Uma coisa que aprendi com isso é que o maior tesouro que a vida nos dá é a família…

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  • 17/06/2011 em 12:21 am
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    @Dark Rock X
    O pior é que entendo perfeitamente. Sofri um baque semelhante e nem faz tanto tempo assim quando um cachorro querido lá de casa faleceu, prestes a completar um ano de vida.

    A minha experiência e a sua só mostra que a afeição é um amor grandioso e, embora não possamos participar do mundo de um animal completamente, nós os “humanizamos” com nossa afeição (não no sentido de colocar roupinhas e coisas do tipo).

    Sua tristeza após isso é perfeitamente compreensível. E é bom que a experimentemos porque sem isso não damos valor e não honramos aquilo que perdemos. Depois, as lembranças dolorosas surgem mais espaçadas e, curiosamente, vêm mais como alegria pungente por recordarmos mais dos momentos bons que compartilhamos com aquele que amamos.

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