Mascote da Sega? Sonic. Mascote da Nintendo? Mario. E o mascote da NEC?

Aí danou-se, metade do grupo não sabe. Aliás, metade dessa metade nem sabe que a NEC era a fabricante do PC Engine (lançado nos EUA como Turbografx-16), um console de 16 bits que não agitou muito as massas aqui do nosso lado do mundo, mas que fez um baita estrondo lá no Japão.

No finzinho de 1989, e portanto mais de um ano antes do primeiro jogo do Sonic, a NEC e a Hudson decidiram que seria uma boa criar um mascote para fazer frente ao Mario, estrela do console rival Famicom/NES. Quem viveu essa época deve estar pensando, “tá, a NEC e a torcida do Flamengo”, porque TODO MUNDO começou a tentar emplacar mascotes nos anos 90: a Sunsoft lançou Aero, a Accolade lançou Bubsy e muitos outros seguiram o mesmo caminho. Mas enquanto boa parte dos jogos com mascotes se revelaram enormes porcarias, a Atlus e a Red Company desenvolveram esta pequena pérola.

Bonk (ou PC-Genjin no Japão, um trocadilho com PC Engine) é um homem das cavernas baixinho, careca e cabeçudo. Em seu primeiro jogo, Bonk’s Adventure, o esquentado herói tem que salvar a Princesa Za (sim, todos os inimigos têm nomes engraçadinhos). Bonk pode andar para o lado e, quando as fases permitem, para cima e para baixo. Até aí, você pensa, morreu o Neves. E eu penso, quem diabos é esse tal de Neves?

Mas Bonk’s Adventure é um baita jogo de plataforma, entupido de personalidade. Ele se destaca em meio ao mar de títulos medíocres do gênero, e você certamente deveria conhecê-lo, seja no próprio Turbografx-16 ou, como eu fiz, no Virtual Console do Nintendo Wii. 

Antes do CD Rom do Turbografx ser lançado, os jogos do console da NEC vinham todos no formato de cartão, ou HuCard (à esquerda). Só pelas fotos do verso da caixa de Bonk’s Adventure já dava para notar a variedade e a loucura do jogo (à direita).

Começando pela parte técnica, os gráficos são muito bons para sua época, e continuam bastante charmosos até hoje. Os cenários têm cores bonitas e um traço muito característico, que lembra o de desenhos animados. Os sprites são grandes e a galeria de inimigos é muito divertida e original: tem criatura que nem saiu do ovo  ainda, e um chefe-dinossauro-boxeador.

As fases são bem variadas, começando de forma bem tradicional, passando por um estágio vertical em uma cachoeira (que Bonk escala… com os dentes!) e pelo estômago de um enorme dinossauro (você entra pela boca e sai pelo… é, é isso aí mesmo que você está imaginando), até literalmente sair de órbita para enfrentar o último chefe. Há alguma repetição de cenários em alguns momentos, e as fases são um pouco irregulares: umas são muito curtas, outras muito longas, mas nada que comprometa a qualidade e a diversão.

Os gráficos de Bonk’s Adventure são muito bons. À direita, desbravando o estômago de um enorme dinossauro… eca!

Vale lembrar que nessa época o maior rival de Bonk era mesmo o Mario 3 de NES, visto que o Super Nintendo ainda não tinha sido lançado. É claro que não vou fazer a covardia de comparar Bonk’s Adventure a Mario 3, que é um clássico imbatível, mas em termos gráficos dá para notar a vantagem que o Turbografx tinha sobre o NES. Os gráficos estão no nível do que você veria no Mega Drive, embora a música não seja muito inspirada (eu até tiro o som quando jogo, a trilha me irrita um pouco).

Mas o que torna o jogo realmente divertido é o ataque de Bonk: pressione o botão de ataque durante um salto para que nosso herói gire e desça que nem um míssil na direção do inimigo, acertando-lhe uma bela cabeçada! E o melhor de tudo é que, enquanto o inimigo abatido voa pelos ares, você pode sair correndo e dar um salto para atingi-lo com outra cabeçada por baixo! É quase como fazer embaixadinhas com os rivais. Em alguns trechos, se você for rápido no gatilho, dá para ir quicando de inimigo em inimigo.

Em alguns estágios você pode seguir por caminhos diferentes. Já pensou em dar uma cabeçada em um jacaré?

O jogo tem uma boa quantidade de fases e a dificuldade é na medida, crescendo aos poucos até ficar razoavelmente complicada perto do final. Como os continues são infinitos, dá para insistir um pouco nos momentos finais até dominar a coisa toda e zerar. Mas as fases têm vários segredos (há dois itens raros muito bem escondidos que aumentam a energia de Bonk, além de passagens para fases de bônus), e como a mecânica do jogo é divertida eu já terminei umas cinco ou seis vezes sem enjoar.

Estou muito curioso para jogar a continuação Bonk’s Revenge, que parece ser ainda melhor. Fazia tempo que eu não me divertia de verdade com um título de plataforma, então não posso deixar de recomendar a todos que deem umas partidinhas de Bonk’s Adventure. Além das boas horas de distração na frente da TV, você ainda vai presenciar uma breve aula de história gamer ao conhecer o mascote do tão subestimado e misterioso Turbografx-16.

Bonk escala uma parede… com os dentes! E à direita, o bizarro dinossauro boxeador.

Eu acho que Bonk’s Adventure envelheceu muito bem, e não acredito que ninguém vá achar o jogo datado. Quem quiser algo mais moderninho pode experimentar o remake lançado para Playstation 2 e Gamecube. Eu não joguei, mas ouvi umas críticas à jogabilidade, e não recomendo a versão para o Game Boy original, que joguei por uns dez minutos e logo deixei de lado. Na dúvida, siga com o original e seja feliz.

Bonk’s Adventure: cabeça-dinossauro!
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37 ideias sobre “Bonk’s Adventure: cabeça-dinossauro!

  • 04/08/2011 em 6:18 am
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    joguinho massa, e criativo. nunca vi ninguém escalar as plataformas com os dentes.^^ vale a pena dar uma baixada aqui para zerar ele.

    e quem é esse tal de Neves que você falou aí?

    abraços!!

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  • 04/08/2011 em 9:20 am
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    Gagá o Bonk é uma das séries favoritas por qual tenho grande apreço.

    Destaque vai para o Bonk 3 o melhor da série mas por incrivel que pareça eu gosto muito desse primeiro onde za zerei até de trás pra frente no magic engine (emulador para pc).

    Falou tudo, Bonk arrebenta!

    Ulisses Old Gamer 78

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  • 04/08/2011 em 12:32 pm
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    Eu havia jogado esse jogo a algum tempo, emulado infelizmente, primeiro eu joguei a versão do NES (caso nao saibam ele tem um port pro NES), e depois com o Mednafen testei do PCE.
    Fiquei de cara como pode um jogo, tão antigo ser tão “no sense”, o infeliz fica dando cabeçadas, escalando com os dentes, e nao foi mensionado no texto, ele tem power ups que o tornam nervoso, originalidade ao extremo nesse jogo.
    O PCE tem varios titulos bons, é um console 16-bits com alma de 8, pena é o excesso de shooters.

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  • 04/08/2011 em 4:22 pm
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    Comprei Bonks 1, 2 e 3 na PSN Japonesa, aliás só lá tem uma penca de jogos de PC-engine. Apesar de ter esses jogos no fullset do emulador, como eu tive esses jogos originais na época do meu Turbografx-16, me deu vontade de comprá-los, ainda mais que os 3 jogos saíram a 1800 ienes (aproximadamente 40 Reais).

    Diversão garantida! Falow!

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  • 04/08/2011 em 5:29 pm
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    esse eu ja conhecia (só por emulador ) mas me lembro q foi uma das primeiras coisas q emulei quando desobri a emulação zerei todas versões eu viajo no power up q deixa ele nervoso asahshash divertdo a beça mesmo ^^

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  • 04/08/2011 em 9:43 pm
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    Fico pensando : Se o PC Engine tivesse vingado junto com Snes e Mega ?
    A plataforma me surpreende até hoje ! O console tinha 8 bits e os games, quando eram bons, eram uma coisa absurda ! Até os meia-barra meio-tijolo do console chamavam a atenção e com o CD Rom então ? Nossa !
    E os games originais do Bonk são sensacionais até hoje.
    É uma pena que ele tenha feito mais sucesso no japão. Por consequência disso, a maioria esmagadora dos games saíram somente no idioma japonês. Tem uma versão de Might and Magic em CD bem legal, mas só existe em japonês e nenhum louco botou a mão na massa para localizar para o inglês.
    Fora outros games fantásticos.

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  • 05/08/2011 em 1:39 am
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    falando do pc engine e o pc engine cd rom cara me surpreendo com cada jogo fantastico q ele tem estou jogando uma das varias versões do ranma 1/2 os dialogos são todos dublados uma qualidade incrivel e o YS 3 quase chorei com akela abertura super ultra majestosa dignissima perfeita e as OSTs do mesmo ?
    SIMPLESMENTE S-O-B-E-R-B-O

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  • 05/08/2011 em 12:34 pm
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    @Orakio Rob, “O Gagá”
    é seu gagá se num fosse o senhor jamais teria descoberto esse game fantastico me lembro numa bela manha no twitter vc postou o link com as osts eu como coleciono ost fui ver e pensei ´´minha nossa de onde é essa ost fabulosa pode algum game ter tamanha beleza instrumental?´´ num pensei 2 veses me descobri em outro mundo o fantastico mundo de YS !!!!!!!!!!!!! obrigado de novo!!!

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  • 05/08/2011 em 3:03 pm
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    A franquia Bonk’s é bem divertida, pena que as melhores versões ficaram no PC Engine, e por consequência disso, a maioria dos gamers não jogaram. Ainda bem que hoje em dia existe a emulação para salvar a pátria.

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  • 05/08/2011 em 3:54 pm
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    Que vontade de conhecer o Bonk agora! A fase com os jacarés… toda Pitfall + Jungle Hunt? 😀 e a trilha parece que é um ponto fraquíssimo hein Gagá, chega a jogar no mute? E esses plataformas adoram ter trilhas ótimas… taí uma exceção à regra, pelo jeito.

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  • 05/08/2011 em 5:04 pm
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    Bem discordo do Fagner falando que tem shotters em excesso do PC Engine, mas a grande maioria como Gate Of Thunder e Lords Of Thunder e Ginga Fuukkei Densetsu Sapphire (que é um dos mais raros desse maravilhoso console) são games que tudo é no máximo e são maravilhosos.

    E como o Lobim disse repito em coro UM DIA TEREI ESSE GAME E NÃO FALTA MUITO OK.

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  • 05/08/2011 em 8:17 pm
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    Eu não joguei a versão do PC Engine, mas terminei algumas vezes a versão do Famicom, o FC Genjin: Freakthoropus Computerus (dessa vez o trocadilho ficou por conta do FC). Realmente é um jogo bastante divertido; lembro-me que da primeira vez, fiquei uma madrugada inteira jogando, até terminá-lo.

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  • 06/08/2011 em 3:58 pm
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    Eu me arrisquei a jogar este mesmo game no emulador de PC Engine, e realmente é muito bom, bem melhor que a versão NES que eu ja havia jogado um pouco antes!
    Gagá realmente se empolgou com o jogo XD terminou 5 vezes seguidas XD kkkkk

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  • 06/08/2011 em 5:12 pm
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    Sabat :
    Gagá realmente se empolgou com o jogo XD terminou 5 vezes seguidas XD kkkkk

    Esse negócio é bom demais! É muito divertido dar cabeçadas nos inimigos. Tô doido para pegar a continuação no Virtual Console.

    @Eric Fraga
    @Tandrilion, o Matusalém
    Eu já vi gente elogiando, mas nem forçando muito a amizade eu consegui gostar da trilha. A música da primeira fase é um negócio extremamente enervante.

    @Tonshinden
    Cara, eu nunca joguei Monster Hunter, mas tem um para o Wii que tô namorando há meses… vale a pena mesmo? Tipo, eu não gosto de Pokémon, será que vou gostar do MH?

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  • 07/08/2011 em 12:27 pm
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    Gagá, BOnk é muito bom mesmo, mas pirei foi no dia que joguei Air Zonk – o priminho de óculos escuros hehehe. PC Engine tem algumas pérolas realmente (inclusive as engraçadas, tipo Strip Fighter).
    Aliás, tem um jogo que acho que era de PCE, que você controlava uma mola que se grudava nas plataformas; Alguém se lembra? Queria muito saber o nome pra jogar novamente.

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  • 10/08/2011 em 12:36 pm
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    Na verdade o PC Engine não era um videogame de 16 bits. Ele possuia dois processadores de 8 bits trabalhando em paralelo. Aí, somando 8 mais 8, muita gente dizia que ele tinha 16 bits. É que ele era tão superior a NES e Master System, que era comparado com Mega Drive e SNES. Mas era 8 bits.

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  • 10/08/2011 em 5:52 pm
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    @Guilherme
    O Turbo tinha uma GPU (a.k.a. “placa de vídeo”) 16-bit, um argumento de hardware, no contexto de um videogame, que o torna uma “máquina 16-bit” – uma vez que jogos eletrônicos são ALTAMENTE dependentes de gráficos. A CPU dele era 8-bit realmente, porém rodava a 7 MHz – o do SNES rodava a 3 MHz, pra efeito de comparação – o alto desempenho do SNES era devido somente à sua GPU, ultra-powered para a época. Clock bruto, nessa época, importava mais que o fato do tamanho da palavra máxima da CPU. Esse lance de “bit” em processadores se refere ao chamado “word size”. Mas é necessário levar em conta, por exemplo, se o barramento segue o mesmo tamanho (ex: processador 16-bit com barramento 8-bit é um gargalo; o Mega era “bem 16-bit” até aí, pois ambos eram 16-bit. Mas se áudio fosse tão importante em jogos quanto gráficos… o processador de áudio do Mega era 8-bit. E aí, como é que ficaria? :D).

    O “bit da CPU” não é uma definição precisa de desempenho final, ainda que sempre tenha sido usado pelos fabricantes para efeito de marketing e comparação – o que não deixa de fazer sentido. Ele (o TG-16) não tem duas CPUs de 8-bit – e mesmo que tivesse, não seria possível gerar um word de 16-bit “somando as duas CPUs”. Pra se ter uma idéia, existem relatos de benchmark no TG-16 que deram MIPS (milhões de instruções por segundo) maiores que o SNES.

    Na prática: a GPU dele era fabulosa (ah, e 16-bit…) o que o tornava um sistema de videogame “classe 16-bit”. Ou seja: do ponto de vista da indústria dos videogames, o PC Engine é sim um “console 16-bit” 🙂

    Uma situação hipotética (e bem exagerada, só pra ilustrar) que explica bem essa idéia: pense em um 6502 (CPU do Atari, 8-bit) do Atari 2600 com uma nVidia GTX580 no mesmo sistema. Daria pra chamar essa máquina de “videogame 8-bit”? 🙂

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  • 10/08/2011 em 7:36 pm
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    Quando li o comentário do Guilherme, pensei: “ih, é mesmo, vou lá consertar”. Aí li o comentário do Eric e fiquei confuso de vez 😛

    O assunto é meio polêmico. Acho que o TG-16 é considerado de 8 bits por causa da CPU, mas cada um tem um critério diferente, né? Trecho da Wikipédia:

    “Although touted and marketed at the time as a next generation “16-bit” console, the TurboGrafx-16 was, in fact, built around an 8-bit microprocessor as its CPU. While its CPU was technically 8-bit, the overall speed of the hardware was somewhat comparable to contemporary 16-bit machines. Sometimes criticized as an inaccurate gauge of overall speed, NEC touted the TurboGrafx-16 as having a higher MIPS rating than both the Genesis and Super NES. While true, drawing direct comparisons between the TurboGrafx-16, Genesis, and Super NES CPUs is difficult due to differences in architecture, bit bandwidth, speed measurements in MHz/MIPS, and the way those measurements are related to overall speed due to said architectural differences. Any attempt to make direct comparisons should generally be considered highly dubious. The reality was that there were many things the Genesis and Super NES CPUs did better from a programming standpoint than the TurboGrafx-16 CPU and vice versa. NEC’s marketing department played on the fact that the TurboGrafx-16 was designed with a dual 16-bit graphics chipset, and chose to view it as a hybrid system. This proved to be a bit of a marketing gaffe, and backfired on NEC in the North American market somewhat as more and more people learned the TurboGrafx-16 was, in reality, an 8-bit system.”

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  • 10/08/2011 em 9:01 pm
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    Joguei poucos jogos do PC Engine, mas putz, a trilogia do Bonks é sensacional. E eu gosto das músicas hehehehe

    Muito bom jogo.

    E não vale ser Jaguar! (Dois chips de 32 bits pra dizer que é 64? Mesmo esquema aqui, até onde eu sei).

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  • 11/08/2011 em 11:22 am
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    @Orakio Rob, “O Gagá”
    Exatamente Orakio! Inclusive, eu havia lido o tópico também antes de comentar. Se você observar bem, o tópico também não define se é uma coisa ou outra – ainda bem que ele não faz isso, porque seria arriscado!

    Como você falou, a unidade central é o principal elemento de comparação. Porém, na prática, os videogames com o tempo (depois da 2a geração) se acomodaram em “classes” como citei ali. Por isso que o TG-16, por exemplo, não dá pra chamar de “sistema 8-bit” em minha opinião (e de muitos) por causa da GPU – que o deixava com “cara de 16-bit”. Isso porque a rigor, o lance do “bit” na CPU é o tamanho da palavra. Só que videogames após as duas primeiras gerações, se distribuiram em mais de um processador. Como gráfico em videogame é, de longe, o que mais demanda do “poder dos bits”, rs, olhe mais de perto sempre para quem os processa – eles vão ajudar a definir melhor o desempenho final daquele sistema.

    Até hoje é assim: PS3 x Xbox 360: GPU do console da Microsoft é superior ao do PS3, em geral o da MS se sai melhor nos ports. SNES: CPU “terrível” e uma GPU e subsistema de áudio (que ainda evoluía no videogame daquele tempo, portanto era uma variável de desempenho que tinha sua importância ainda) incríveis – principalmente GPU. Resultado: mais MIPS no SNES do que no Mega Drive, que tinha uma CPU de 32-bit, pra quem não sabe… (mas que rodava em modo 16-bit) e, principalmente, clock bem mais alto que o do SNES.

    No final das contas, quem tem mais MIPS (que é o mais importante dos valores que se usam para medir desempenho de sistemas computacionais) quase sempre se sai melhor, mas como o próprio tópico reforça, pode ser dúbio. Benchmark de hardware é como medir desempenho de Internet ou da economia mundial… é um troço que deveria ser extremamente objetivo porque é baseado em números, mas acaba não sendo.

    Anyway, a NEC não era louca não: o projeto era de um videogame “16-bit class”, ainda que a CPU não gerasse números maiores que 2 elevado a oitava potência! 🙂 Foi um projeto inteligente como o do Super Nintendo que, pra mim, é o melhor projeto de hardware de videogame já feito (levando em conta a época de cada um), ainda que possuindo uma CPU “minguada”, que nem chegava a míseros 4 MHz em plena década de 90. Sem problemas: o trabalho pesado era da GPU, e a da Nintendo era poderosíssima. Bom exemplo: Donkey Kong Country. Só vimos jogos com aquele poder na geração “32-bit”… Até Comanche do PC, que era um jogo de helicóptero incrível, uma revolução gráfica no PC, chegou a quase ser portado para o Super Nintendo. Comanche no PC precisava no *mínimo* de uma CPU com 40 MHz, porque as GPUs do PC na época eram frívolas. Ou seja: ia rodar no SNES, que tinha uma CPU de 4 MHz.

    Enfim, assim como o TG-16 era um “16-bit”, o Jaguar era um “32-bit”, se muito…

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