Olá amigos. Vamos continuar nos divertindo (ou sofrendo) com a leva de games de hoje na Cruzada Jaguar!

BALDIES

Lançado para o Jaguar CD, este game tenta ser o Populous da Atari. Mas o que ele é na verdade é um desrespeito a qualquer gamer que se preze. É a evidente cara de pau da Atari tentando ludibriar os seus consumidores.

Para começar, este jogo poderia ter sido lançado em cartucho. A justificativa para essa bomba ser em CD são as cinematics, horríveis e desnecessárias. Seu objetivo é criar uma “sociedade” de seres carecas e ajudá-los a evoluírem como espécie. Mas o problema começa com os menus e o cursor em forma de uma mãozinha. É uma dificuldade enorme apontar para algum ícone, e quando você consegue, o cursor foge na hora de dar o comando! Difícil, heim? Os gráficos são medonhos, qualquer videogame de 8 bits faria melhor. O som? Não vou nem comentar. 

BATTLEMORPH

Outra grande roubada do Jaguar CD.

Este game é uma sequência do game Cybermorph, também do Jaguar, sobre o qual vou comentar no próximo capítulo desta cruzada. Os gráficos deram uma leve melhorada em comparação com os de seu antecessor, mas os polígonos e texturas pobres continuam aí. O som deu uma melhorada, mas eu ainda o acho ruim, parece desconectado do jogo, algo que não deveria estar ali. Os efeitos sonoros também subiram um degrau, mas para um sistema de 64 Bits e em CD estão ruins, muito ruins.

A boa surpresa são os controles, que respondem bem e poderiam simplificar a sua jogatina, se não fosse pela câmera, que só funciona em cenários amplos. Como agora você não fica mais restrito a uma superfície, há lugares estreitos como cavernas a serem exploradas e locais submersos que são geralmente estreitos. É aí que a deficiência da câmera aparece, limitando seu ângulo de visão e fazendo com que sua nave se choque contra as paredes, já que você não consegue vê-las. Existem mais missões, e agora é possível escolher uma certa ordem para jogá-las, mas duvido que depois de meia hora você ainda queira jogar alguma coisa. Os inimigos são quadrados com ângulos, e a dificuldade é mediana.

BATTLESPHERE

Vou dizer aqui que este jogo eu não conhecia até jogar no emulador. E foi uma grata surpresa.

Battlesphere é uma amostra daquilo que os jogos de Jaguar poderiam ser. Num primeiro momento lembra o Descent de PC, mas tem umas opções legais, como poder jogar em rede através do Jaglink. Os controles são suaves e o jogo em sí é bastante gostoso de jogar. Trata-se de um shooter em primeira pessoa: atire em tudo o que se mexer, pegue os powers up, equipe sua nave e mande bala!

A trilha sonora é bem feita e deixa o clima no ponto. Os efeitos sonoros cumprem seu papel, apesar de não serem nenhuma maravilha. O ponto fraco é a animação das explosões, muito quadriculadas, lembrando um arquivo mpeg de baixa qualidade.

BLUE LIGHTNING

Em 1995, quem fosse doido o suficiente para gastar 150.00 USD comprando o Jaguar CD levava “de brinde” o Blue Lightning.

Como a primeira impressão é a que fica, logo ao carregar o game vemos uma abertura FMV mais pixelada do que o pior jogo de Sega CD. E já que citamos a Sega, isso aqui talvez lembre o rascunho mal feito e sujo do After Burner. Os gráficos são toscos, não há transparências, a fumaça quando seu avião é atingido mais parece uma bolota de algodão empoeirada. Entre uma fase e outra, além do loading imenso, vemos cenas terríveis de FMV.

Como o jogo segue o mesmo estilo de After Burner, o controle consiste em movimentar o avião pra cima, pra baixo e pros lados, já que sua aeronave segue um caminho pré determinado. Até aí, normal. Talvez por isso o controle ruim não fique tão evidente, mas o jogador mais atento vai notar a deficiência. As músicas são um hard rock sem sal e os efeitos sonoros são o de sempre.

BRAINDEAD 13

Meu cérebro morreu. Treze vezes.

A primeira coisa que eu fiz foi comparar com a versão de 3DO. Este jogo é a pior conversão de todas, para todas as plataformas para a qual ele foi portado, e mostra de forma gritante a falta de poder de processamento do Jaguar. Lançado em CD, Braindead 13 é mais um daqueles baseados em FMV, apesar de ser um pouco mais “solto”. Você escolhe entre dois, três caminhos a seguir em cada evento.

A dublagem e a trilha sonora ficaram boas, tocando diretamente do CD. Mas voltando ao processamento do Jaguar, logo na apresentação, quem já jogou outra versão vai perceber de cara: cadê os morcegos que saíam voando do castelo? Sumiram! Por causa do zoom, com os morcegos voando, o gatinho da Atari deve ter miado. Aí algum infeliz passou a foice nos morcegos.

O jogo inteiro sofre de pixelização, algo terrivelmente pior do que geralmente se vê num jogo de Sega CD. Os controles são aquilo:aperte o botão correpondente ao mostrado na tela, mas não se espante se nada acontecer. O lag mora no cabo!

BREAKOUT 2000

Breakout é um clássico da Atari. Quem viveu a era do Atari 2600 provavelmente já jogou. É divertidíssimo, e clássico é clássico, não se discute. Com esse pensamento, a Atari deixou a cargo da Telegames a tarefa de inovar e trazer o clássico revigorado ao 64 bits. Só que isso não aconteceu.

Sabe a bolinha? Continua quadrada! Sabe a música? Não tem! Efeitos sonoros? Já ouvi em outra versão deste jogo! A jogabilidade? Pior. Os controles são lentos para um jogo que exige reflexos e respostas rápidas. Os gráficos são estáticos, quase não há animação e os fundos de tela parecem ter sido retirados da internet. O ponto positivo é que dá pra jogar de dois numa espécie de duelo, até mesmo mirando sua “bolinha” na “raquete” do adversário. O problema é que o jogo de dois tem uma queda grotesca de frames. Para compensar o fiasco, colocaram a versão de Breakout do 2600 no cartucho também, mas não ficou perfeito. Adivinha onde está o defeito?

BRUTAL SPORTS FOOTBALL

À primeira vista, as screenshots acima parecem ser de um jogo de Mega Drive ou de Super Nintendo. E seria um jogão se o sistema Jaguar fosse um 16 bits. Para um 64 bits não deveria ser assim, mas dada a qualidade geral dos jogos do Jaguar, até que este título é simpático.

Para começar, você tem que gostar de futebol americano. Mas aqui as regras não são as mesmas. O grande barato é que os jogadores podem simplesmente se matar! Há power-ups pelo campo que oferecem diversas habilidades, como correr mais, pular mais alto, ficar mais forte, e aqueles que dão armas e escudos. Epa! Armas? Sim! Aqui vale tudo: tem bombas, porretes, armas cortantes e outras doideiras.

Há três modos de jogos: league (campeonato), unfriendly (seria uma espécie de amistoso?) e knockout, onde o objetivo é dar porrada. Foi neste modo de jogo que descobri algo interessante jogando contra a máquina: em um dado momento, o computador arrancou a cabeça do meu jogador e a usou como bola! Fatality!

O som e os efeitos são excelentes (claro, para um nível de 16 bits) e os comandos repondem bem. Aleluia! Esse é bom!

BUBSY: FRACTURED FURRY TAILS

Mais um jogo vindo dos 16 bits, e com o mesmo nível deste. Não que seja ruim, mas na época, quem comprava um 64 bits, queria jogos de nível de 64 bits, certo?

Apesar dos gráficos bonitinhos e das músicas e efeitos sonoros serem decentes, a dificuldade é muito alta! Bubsy não tem medidor de energia, levou um teco é vala! As fases são longas e não há checkpoints, morreu vai pro início. Os itens não têm utilidade, só servem para marcar pontos.

Não dá para escolher o nível de dificuldade, e acredito que quem jogar este game irá largá-lo. Pesquisei pela internet e parece que são 15 fases bem grandes. Mas o que irá testar sua paciência de verdade vão ser os controles, principalmente o pulo, que eu não tenho como descrever. Ele é “pesado” e muito estranho. A queda do personagem é bisonha. Resumindo, tem que jogar pra entender. Sem falar na movimentação do personagem: algo básico como ir pra frente pode ser um verdadeiro tormento por causa de um controle que não te obedece!

Bom pessoal, por hoje é isso aí. Acho que tá bom né? Grande abraço!

Cruzada Jaguar: algumas boas surpresas… e outras nem tanto
Tags:

12 ideias sobre “Cruzada Jaguar: algumas boas surpresas… e outras nem tanto

  • 11/07/2011 em 6:28 am
    Permalink

    salve Piga!! graças a Deus você não desistiu(ainda) da jornada do Jaguar.que não é pra qualquer um encarar.sobre os jogos, eu gosto de futebol americano. eu que já baixei o Jaguar só para você não ir sozinho nessa empreitada. vou dar uma chance a Brutal Sports Football.

    e aos outros:

    Blue lightning deve ser como você falou ai, uma imitação tosca de After Burner,que é um jogão.
    e esse Baldies achei engraçado as imagens, vou conferir esse também

    Braindead 13 é de aventura/plataforma,shooter ou o que? e olha que esse é uns dos jogos do console que ouvi falar vagamente num passado distante…o tal Battlesphere parece ser legal, me lembra um jogo que tinha no N64…não tô lembrando o nome, mas era legal tambem. e naquela época tinha esse negocio de console se conectar a internet??!! aposto que era só para bacana que podia jogar online na época do Jaguar.

    e tu tem razão sobre Bubsy, é ruim que doí. baixei ele aqui e chega ser mais dificil que o battletoads do NES com os bug do jogo. AAARRGHH!

    continue Piga na jornada Jaguar,você é nosso héroi. he,he,he.

      [Citar este comentário]  [Responder a este comentário]

  • 11/07/2011 em 9:25 am
    Permalink

    Caro Piga, não morreu ainda né rsrsrsrs ainda bem.
    Eu fiz antes essa cruzada (porque quando emulamossem tempo nósvemos umpor um dos jogos e estou fazendo isso com o Magic Engine agora) e tive tonturas bravas, você deve ter rido as traças por causa da falta de respeito dessa empresa emfazer isso para seus consumidores.
    Esse console só vale pela curiosidade e alguns raros games que compensa o martírio.

    Espero que você sobreviva e boa sorte.

    Ulisses Old Gamer 78

      [Citar este comentário]  [Responder a este comentário]

  • 11/07/2011 em 10:25 am
    Permalink

    Isso que eu chamo de “Passagem Para o Paraíso”…

    Porque no caminho, você paga todos os seus pecados…

    Só de pegar esse joystick(?) do Jaguar é dose, imagina jogar toda a porcariada dos jogos…

    Só o CEO da Atari pra falar que “o Jaguar é muito mais poderoso do que o Sega Saturn…”

    Abraços

      [Citar este comentário]  [Responder a este comentário]

  • 11/07/2011 em 3:11 pm
    Permalink

    Posso falar de dois jogos da lista:

    • Brain Dead 13 joguei muito no Saturn e PSX, jogão, um daqueles jogos que vc precisa escolher uma direção pra cena transcorrer, difícil pra caramba e engraçado pacas!

    • Esse Bubsy eu nunca joguei, mas terminei o Bubsy 2 no Mega Drive na época. Não é um jogo para qualquer um não, é difícil, o personagem tem um controle péssimo e o design das fases é horrível. Talvez eu experimente esse algum dia.

    Boa sorte na jornada, pelo visto vai precisar 😀

      [Citar este comentário]  [Responder a este comentário]

  • 12/07/2011 em 4:23 pm
    Permalink

    @leandro(leon belmont) alves
    Braindead 13 é um jogo FMV (full motion video), ou seja um jogo baseado em um filme que você vai apertando os botões conforme for aparecendo na tela.

    @Ulisses Old Gamer 78
    Ao contrário do jaguar, o PC-Engine tem muita coisa boa. Boa sorte na cruzada!

    @Man On The Edge
    O ceo da Atari hoje em dia deve tá limpando banheiro…. 🙂

    @Tchulanguero
    Isso mesmo. Nenhum console em termos de hardware é ruim. O que deixa um console bom ou ruim são os jogos que nele rodam. Não adianta um console ser mais poderoso que os computadores da Nasa se não tem jogo que presta.

    @Mauricio “Nightstalker” Cruz
    @Becker
    @Daniel Paes Cuter
    @Cosmão
    Obrigado pela força galera!

    @Tonshinden
    Sorte sua, caso contrário você entraria pro hall dos infelizes donos de Jaguar.

    @morbius
    Vou dar uma olhada no meu set de Mame e ver se acho o Brutall Sports Football lá.

      [Citar este comentário]  [Responder a este comentário]

  • 13/07/2011 em 11:48 am
    Permalink

    O Jaguar é o melhor exemplo de que não se deve lançar um produto com SDK incompleto e um suporte inexistente aos parceiros desenvolvedores. Um dos carinhas que desenvolveram o Battlesphere afirmava que poderia ser feito muito mais com ohardware do Jaguar caso ele tivessem suporte da Atari e os SDK fossem completos ao invés de projetos de SDK.

      [Citar este comentário]  [Responder a este comentário]

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *