Banner by Andrey Santos, do Cosmic Effect

Este post é parte do Dossiê Zelda que estou preparando para o Gagá Games e o Cosmic Effect. Para acessar o índice deste dossiê e ler os posts que este velhaco escreveu sobre outros jogos da franquia, clique aqui.

Eu tive a oportunidade de jogar e zerar os dois primeiros Zeldas de NES entre 1990 e 1991, na casa de um amigo. Depois disso, acho que levou quase um ano para que esse amigo comprasse seu Super Nintendo com uma cópia de A Link to the Past. E quem não “estava lá” nesse período de transição dos 8 para os 16 bits provavelmente não vai conseguir entender o espanto que aquele jogo nos causou. Mas sou brasileiro e não desisto nunca, então vou tentar explicar assim mesmo.

A proposta de ALTTP parecia ser a de pegar o primeiro jogo lançado para o NES e expandi-lo, forçando ao máximo os limites do Super Nintendo e da própria competência dos programadores. Outros títulos posteriores da franquia ainda explorariam a ambientação 2D nos portáteis da Nintendo, mas de certa maneira, pode-se dizer que ALTTP foi o último Zelda de sua linhagem. Ele não era 2D por nostalgia, ou por estar sendo lançado para um portátil que tinha recursos mais modestos do que os consoles de sua geração; ele era 2D em um tempo no qual o 2D era o sangue da indústria, o quente, o foco desses artistas que faziam jogos.

Os gráficos 2D de A Link to the Past não envelheceram, e continuam belos e inspiradíssimos mais de 20 anos depois

Nesse sentido, ALTTP talvez seja o ápice de sua geração, orquestrando todos os elementos das jogos de aventura bidimensionais com a máxima perfeição, com a tecnologia de ponta daqueles tempos. Depois disso, viria a reinvenção do videogame em 3D, e o 2D passaria a desempenhar papel de coadjuvante como recurso nostálgico ou alternativa à limitação tecnológica das plataformas portáteis. Sacaram o contexto? 

Paixão pela exploração

Com as peças da triforça girando na abertura e a música pseudo-orquestrada que explodia com o aparecimento do nome do jogo, a Nintendo já dava o seu recado: este é o Super Nintendo, e nenhum outro console da atualidade é capaz de fazer as coisas que nós vamos mostrar a você agora.

Quem pegou o bonde andando e só experimentou ALTTP recentemente talvez não consiga entender o peso de dez toneladas que aqueles primeiros momentos de jogo, com a chuva caindo sobre Link, tinham para os jogadores. Não por acaso, todos que viveram aquela época lembram com enorme nostalgia dessa chuva. O cenário escurecido pelo tempo nublado, a música bem discreta e contida, passam a impressão de uma peça de teatro na qual as cortinas se abrem antes das luzes se acenderem. Você comanda Link enquanto ele organiza o palco, adquirindo sua primeira espada, atravessando o primeiro labirinto sorrateiramente, sem enfrentar nenhum chefe e ainda saindo pelos fundos, pouco depois de ter seu primeiro encontro com a princesa Zelda.

Link já começa o jogo salvando Zelda… mas é óbvio que a coisa vai complicar de novo já já…

É no instante em que Link se despede de Zelda, abre as portas do santuário e pisa na grama verde, sob o sol que brilha para o jogador pela primeira vez, que a aventura realmente começa, aos primeiros acordes do famoso tema musical de Hyrule. Quase dá para ver a Nintendo acender as luzes do teatro e dizer “Bem-vindos! O espetáculo vai começar!”

E que espetáculo. Quando as cortinas do mundo se abrem, a vontade que dá é de correr aquele mapa todinho, de cima a baixo, para saber quais são as lindas paisagens e os personagens incríveis que vamos encontrar em cada canto. As muitas cachoeiras que despencam da montanha da morte a noroeste, e as bizarras criaturas marítimas que as habitam (os zora); o mortífero deserto ao sudeste, repleto de abutres e com sua história escrita nas estranhas linhas de um idioma há muito perdido; não faltam pontos de interesse. Para instigar o jogador a desbravar esse mundão logo nos primeiros momentos, o mapa de Hyrule já começa completo, e sua geografia parece ter sido feita sob medida para mexer com a nossa curiosidade.

Impossível não se empolgar quando o tema de Hyrule toca pela primeira vez nesta cena

Em vez de fazer mistério com o que o jogador vai encontrar em uma certa região do mapa, a Nintendo já deixa bem claro que há uma densa floresta a noroeste, e isso só aumenta a sua vontade de ir correndo até lá. Na verdade, quando o jogo realmente começa, é difícil decidir para que lado ir, por onde começar a exploração, porque cada canto do mapa é como um convite irresistível. Pega até mal para a Nintendo de hoje quando comparamos o mundo aberto e instigante de ALTTP ao ambiente bem trabalhado, porém limitado e linear, de Skyward Sword (a propósito, postei uma análise sobre o jogo aqui).

No primeiro Zelda lançado para o NES, o cenário se dividia em várias telas estáticas. Não havia deslocamento da tela: quando você tocava em uma das extremidades dela, o jogo mudava para a tela seguinte, então cada tela era meio que uma caixa fechada. Aqui a Nintendo fez algo parecido, porque você continua navegando “de caixa para caixa”. A diferença é que essas “caixas” agora são maiores do que a tela, e a câmera acompanha Link enquanto ele percorre cada área. Apesar da tela ainda mudar como no NES quando Link chega ao fim da “caixa”, a ilusão de continuidade e unidade do cenário que a Nintendo criou com o deslocamento da câmera funciona admiravelmente bem.

Um labirinto em ruínas, coberto pela vegetação, leva Link à entrada do templo… e o “porteiro” é um macaco!

O mesmo vale para os labirintos, com salas bem maiores e ação em diferentes camadas. Agora Link pode subir escadas e atravessar passarelas enquanto inimigos passeiam mais abaixo. É possível, por exemplo, parar à beira de uma passarela e lançar uma bomba lá embaixo, matando aquelas caveirinhas malditas que estavam te esperando descer. Os labirintos também ganharam vários andares, tornando tudo bem mais complexo.

Felizmente, a Nintendo alcançou aquele equilíbrio perfeito onde os labirintos são desafiadores, mas nunca enlouquecedores. Com alguma atenção e insistência, dá para saber direitinho onde você está, o que não necessariamente quer dizer que seja tudo moleza. Não só há inimigos capazes de atacá-lo de várias maneiras diferentes, como também os habituais puzzles e chefes grandalhões. Ou seja, pegue tudo o que funcionou no nintendinho e dê uma bela vitaminada. Taí ALTTP.

Ao gosto do freguês

É comum os fãs de ALTTP dizerem que o jogo tem um mundo aberto, visto que ele oferece acesso quase imediato a praticamente todos os pontos do mapa. É claro que algumas áreas só terão seus segredos revelados mais tarde, quando você tiver o item certo em mãos, mas há muito que pode ser feito livremente, quando você bem entender. As nadadeiras dos Zoras, por exemplo, podem ser adquiridas a qualquer momento do jogo, quando você se sentir disposto a passear pelas cachoeiras da montanha da morte. Parece mesmo um mundo aberto (ou como se costuma dizer, sandboxing), onde você faz o que quiser quando quiser, e algumas vezes, se quiser.

Dá até para concluir alguns labirintos fora da ordem, obtendo itens de labirintos mais avançados para depois atravessar os outros com mais facilidade. O mundo do jogo está cheio de pequenas histórias, e nem todas são obrigatórias. Por exemplo, você pode terminar o jogo sem resgatar o ferreiro perdido no mundo das trevas — e, consequentemente, não conseguirá turbinar sua espada.

A turbinada na espada vale o trabalho de encontrar o ferreiro desaparecido

Mas o ideal mesmo é ir correndo atrás de cada pedacinho de história que você puder encontrar, com cada personagem do jogo. A trama principal, na verdade, é até bem simples; a graça está nas pequenas histórias, e algumas delas chegam a ser comoventes. Além disso, o final do jogo amarra todas essas historinhas, e quanto mais você ouvir sobre elas enquanto joga, mais gratificante vai ser o encerramento.

Os segredos são abundantes, e por isso é possível que duas pessoas cheguem ao final do jogo com Links bem diferentes. Por exemplo, é preciso procurar bem para achar os locais secretos que permitem aumentar enormemente a quantidade de bombas e flechas que Link pode carregar, transformando-o em um “super soldado”. E o bumerangue vermelho, mais forte que o azul? Será que você vai encontrá-lo? E eu nem falei ainda sobre a criatura escondida que faz o uso de magia cair pela metade, ou da fonte secreta onde você pode jogar seu escudo e receber outro, ainda mais forte, pelas mãos de uma fada. Tudo opcional, apenas para recompensar os mais dedicados.

O bacana disso tudo é que o jogo vai contra aquela tradicional fórmula de outros games, que geralmente dobram a defesa dos inimigos sempre que você pega uma espada mais forte, fazendo com que, no fundo no fundo, você fique no zero a zero. Aqui não, conseguir as 50 bombas ou a espada incrementada em uma sidequest realmente facilita as coisas para você. Talvez você precise repetir a aventura diversas vezes para encontrar tudo.

O jogo oferece tantas possibilidades que você pode até criar seus próprios desafios — um cara no GameFaqs usou um ponto do jogo onde Link perde temporariamente sua arma principal para terminar o jogo sem usar a espada 0_0

Se preferir, você pode usar o bumerangue apenas nos puzzles, já que em combate ele só serve para paralisar os inimigos temporariamente. O mesmo vale para as flechas e o cajado congelante, que muita gente só usa nos puzzles específicos, pois sua quantidade é limitada. Porém, se você fuçar bem e conseguir montar esse “Link super soldado”, entupido de itens, pode relaxar e usar os itens com mais frequência, como parte de sua rotina normal de combate, o que torna o jogo fica muito mais divertido. Cada jogador pode desenvolver um estilo de combate diferente, lançando bumerangues a torto e a direito, dando flechadas à distância, congelando inimigos ou simplesmente investindo no tradicional combate corpo a corpo. Você decide.

Quando os mundos colidem

Melhor que isso, só dois disso, certo? A Nintendo também acha. E ainda nas primeiras horas de jogo, ao escalar a montanha da morte e entrar em um estranho portal, a grande surpresa: um mundo sombrio, feito à imagem e semelhança do mundo da luz. Sim, meus amigos, ALTTP tem DOIS mundões para você explorar. Embora as criaturas e algumas seções sejam bastante diferentes, a estrutura dos dois mundos é parecida, o que gera situações interessantíssimas.

A pirâmide ocupa o centro do mundo das trevas, posição equivalente ao Castelo de Hyrule no mundo da luz

Um dos meus  momentos favoritos é perto do final, quando temos que entrar em um labirinto no mundo das trevas, na região que corresponde ao deserto no mundo da luz. Acontece que o acesso a essa região no mundo das trevas está bloqueado, então você precisa ir até uma certa montanha no deserto no mundo da luz e usar o espelho para viajar para a mesma região no mundo das trevas. Só que quando você se materializa no mundo das trevas, o cenário é bem diferente do que você esperava: chuva forte, trovões e vermes gigantes saltando em um grande lago de lama. O deserto do mundo da luz é um pântano sombrio e letal no mundo das trevas.

Outra coisa muito legal é que algumas das histórias atravessam os dois mundos. Por exemplo, ao entrar em uma clareira no mundo da luz, você verá vários animais reunidos em torno do espírito de um jovem, que toca alguns acordes de sua flauta e desaparece logo em seguida. Ao investigar a mesma região no mundo das trevas, você vai descobrir que aquele jovem perdeu sua forma humana por causa da própria ambição.

Vermes com presas afiadas saltam pelo pântano inundado; chuva e relâmpagos coroam esse breve e impactante momento de A Link to the Past

Em sua forma animal, ele pede a você que retorne ao mundo da luz e use a pá para cavar naquela região para encontrar a flauta dele. Quando você retorna ao mundo das trevas com a flauta em mãos e a entrega a ele *atenção, breve spoiler adiante*, o jovem finalmente pode descansar, transformando-se diante de seus olhos em uma pequena árvore da floresta. É uma história triste e muito bem apresentada pelo jogo. É assim que a história principal de ALTTP é montada, com pequenos fragmentos relevantes que, somados, resultam em algo realmente especial.

Satisfação garantida ou seu tempo de jogo de volta

Por mais que ALTTP tenha um mundo interessante e personagens cativantes, tudo estaria perdido se a jogabilidade fosse ruim. Felizmente, a Nintendo também acertou na mosca aqui.

Quando analisamos os movimentos de Link neste jogo, fica clara a vasta superioridade do game design da Nintendo sobre todo o resto da indústria de videogames da época. Nenhuma ação possível a Link parece ter sido acrescentada de forma displicente, tudo parece bem integrado e relevante para o jogo, além de muito divertido. O movimento de giro com a espada, que permite acertar os inimigos ao seu redor, é perfeito para um jogo no qual você pode ser cercado por dois, três ou mais inimigos. A satisfação de girar com a espada e repelir todos os inimigos à sua volta é muito prazerosa.

Os chefes são caprichados e exigem que o jogador empregue uma grande variada de ataques

O movimento de corrida com a espada em riste também é um estouro. Ao ver uma fileira de inimigos, você pode simplesmente sair em disparada, “atravessando” todo mundo. O mágico da coisa toda é a forma como a Nintendo evitou que o movimento ficasse esquecido e fosse pouco utilizado, usando como trunfo… um monte de mato! Sim, mato! Hyrule está coberta em grande parte por aquele matinho clássico que você pode ir cortando para encontrar itens. Ao correr com a espada em riste, você vai cortando aquilo tudo que nem um cortador de grama, e os itens vão “pipocando” no rastro que você deixa.

Isso não só é muito útil, como também imensamente divertido. Não dá para explicar, é muito gratificante ir abrindo aquelas trilhas em meio à vegetação, só jogando para entender. Isso faz com que o movimento de corrida esteja sempre em evidência para o jogador, que se familiariza com ele rapidamente e acaba usando-o com alguma frequência em certas situações de combate.

Conclusão

O resultado disso tudo é um trabalho absolutamente brilhante da Nintendo. Um jogo perfeito em ambientação, jogabilidade, gráficos, músicas, tudo. Cada um vai ter sua opinião, e longe de mim querer tomar para mim o título de senhor da verdade, mas se você me perguntar, eu vou te responder que ALTTP é o ápice dos jogos 2D. Eu já joguei muitos jogos, mas até hoje não encontrei um que tivesse uma excelência tão grande em aspectos técnicos isolados e que ainda conseguisse amarrar tudo, fazendo com que cada elemento de jogabilidade parecesse tão vital para a ambientação, e vice-versa.

A Link To The Past é um casamento perfeito entre o joystick e o coração do jogador, e seu brilhantismo parece não ter envelhecido um dia sequer. Se você nunca jogou, faça-o agora e aposto que vai se divertir loucamente. Se já jogou há vinte anos, quando o jogo foi lançado originalmente, eu recomendo que jogue novamente: vai ser como reencontrar sua primeira namorada dos tempos do colégio e descobrir que o amor ainda existe.

P.S.: Quase todas as fotos deste post foram batidas da minha TV para deixar o post com um jeitão bem old school ^_^

Dossiê Zelda: A Link to the Past (SNES)

34 ideias sobre “Dossiê Zelda: A Link to the Past (SNES)

  • 28/05/2012 em 3:41 am
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    Caraca Gagá… Zelda ALTTP é realmente meu favorito. Já tive ele na versão SNES (vendi e me arrependi junto com o meu 1º console e as outras fitas) e me redimi na versão pocket do GBA.
    Me lembro perfeitamente quando vi esse jogo pela primeira vez, na casa de um colega. O engraçado é que essa fita era emprestada de um colega desse meu colega, que havia pego emprestado com o primo dele rsrsrs. O fator em comum entre eles é que nenhum dos dois, e nem o proprietário do cartucho, gostaram muito do jogo rsrs, e por isso eles emprestaram o game nessa reação em cadeia rsrs.
    Quando eu vi Zelda foi amor a primeira vista e jogada. Peguei o cartucho emprestado (o 3º a pegar emprestado rsrs) joguei o que podia, devolvi o game no outro dia, pq o dono queria de volta, e fui direto com minha mãe procurar o bendito game no Shopping Recife. Pra minha sorte encontrei o Zelda logo de cara numa das lojas especializadas em games. De quebra adquiri outro clássico do SNES, Super Ghouls’n Ghosts.
    Adorava jogar Zelda quando chovia, pois trazia toda aquela ambientação para o jogo nas fases inicias (ô tempo bão). Zelda foi um dos poucos jogos que me fizeram ficar grudado horas a fio e me fazer acordar de manhã bem cedinho, aos sábados e domingos (minha me proibia jogar durante a semana rsrsrs) só pra continuar minha aventura. Eu realmente entrei no mundinho de Zelda. E posso lhe dizer com convicção que este jogo, assim como Actraiser, foram os motivos que me fizeram aprender o bom inglês. Tenho saudades carinhosas do ano de 1994 e Zelda em especial. Hoje guardo com muito carinho a minha cópia original que tenho da versão para GBA. Porém, não sei se vc jogou, Gagá. Mas eu me lembro que num dos últimos castelos do Dark World tem uma passagem que só é aberta se vc atirar uma flecha no nariz de uma das estátuas de Ganon. Quando isso é feito a parede se abre e dá acesso a uma nova sala (descobri isso na maior sorte, sem querer ^_^). Bem… das duas uma ou realmente isso foi delírio meu, depois de passar horas a fio jogando, ou esta fase está ausente na versão para GBA. Se alguém, ou vc mesmo Gagá, sabe do que estou falando, se manifestem por favor ^_^
    P.S.: Nem precisa ter lido o post pra ter batido tamanha nostalgia. Só a chamada dele me foi suficiente pra colocar pra fora todas essas boas lembranças. Mas o post está maravilhoso, Gagá. Grande Abraço

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  • 28/05/2012 em 8:10 am
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    A Link to the Past é o jogo da franquia que possui um lugar especial no meu coração! Não digo que é o melhor, mas é o mais especial pra mim, pois foi o primeiro Zelda que joguei.

    O ano era 1996 e eu tinha acabado de sair da casa dos meus pais, na Bahia, pra ir morar com parentes em Gov. Valadares, Minas Gerais, afim de realizar um curso técnico (e acabar ficando por lá até 2007). Eu morava na casa dos meus tios. Eu, o Alisson, meu primo, e o Rodrigo “Cuei”, um amigo, conhecemos o Zelda numa das idas à locadora Chisté Video, num final de semana.

    Pegamos o jogo meio que por acaso. E foi a melhor coisa que fizemos. Eu jogava e o Rodrigo e o Alisson assistiam e davam pitacos. Era eu quem traduzia tudo pra eles, num inglês meio que quebrado, pois eu estava aprendendo inglês na época, justamente motivado por causa desse jogo! Como o jogo era alugado, costumávamos jogar apenas nos finais de semana. Lembro da emoção que era ao chegar com o jogo em casa, torcendo pro save ainda estar lá, e ligar o console e, PLIM! O jogo nos saudava com o logo da Nintendo, a tela de abertura e, “para a nossa alegria”, o nosso save ainda estava lá! Acho que éramos os únicos da cidade que alugavam aquele cartucho! 🙂

    Levamos diversos finais de semana pra terminá-lo. Lembro que empacamos feio numa hora em que era necessário tocar a flauta em um lugar específico pra que um dos templos aparecesse. Descobri isso conversando com um outro amigo sobre o jogo. Ele já tinha zerado e me falou que eu deveria fazer. Fiquei louco pra que chegasse logo o final de semana pra poder alugar o cartucho e fazer o teste da flauta! Bingo!

    E sobre esse lance da chuva, é bem engraçado! Pois costumava chover nos finais de semana durante as jogatinas. E ao me lembrar disso, eu consigo meio que voltar no tempo e sentir exatamente como eu me sentia naquela época ao jogar o jogo. Os cheiros, as sensações, a emoção de jogar o jogo. Era como se eu tivesse de volta a 1996!

    Dei uma pausa na minha maratona Zelda por causa do Shadowrun do SNES e do Mega Drive. E eu estava justamente no LttP quando pausei! Terminei mês passado o SR do SNES e ontem fechei o do Mega Drive (dois JOGÕES!!!). Agora vou voltar ao Zeldinha! E que venha a chuva e as emoções trazidas por ela!

    []s

    bootsector

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  • 28/05/2012 em 8:34 am
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    caraca Gagá, as fotos desse post ficaram incríveis. acho que está duas vezes melhor do que num emulador. devo estar na metade do game agora,foi o primeiro jogo da franquia que tive contato na locadora do seu Nau, esperando você falar dos outros Post de Zelda.

    Hee-Hoo 🙂

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  • 28/05/2012 em 9:34 am
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    Oh my, sensacional Gagá! É tão bom ver a empolgação genuína em cada palavra do texto sobre um jogo, ainda mais um tão especial para você. Assim como seu post sobre Sonic (também em “ritmo de dossiê” 🙂 ), você traz uma perspectiva nova e empolgante sobre um velho conhecido, fazendo valer a pena cada palavra sobre um jogo tão popular. E ainda aprendi vários aspectos que me interessam particularmente (dungeons na medida certa, por exemplo).

    Realmente você nos levou para os anos 90, localizando muito bem o jogo: como o ápice da era 2D. Rapaz, depois de ligar os pontos a gente vê que é isso mesmo. A arte pixelada de ALTTP era ainda uma “obrigação”, no sentido de ser o formato em questão. Isso que você colocou explica o fato de toda vez que olho para um jogo atual a base de pixel art, aquela arte não tenha muita graça, ou pelo menos, falte alguma alma. Dá sempre um clima de “gimmick”, por melhor e mais “datada” que o designer em questão tenha feito parecer. No case do Link to the Past, dá vontade de imprimir cada tela de Hyrule e colocar na parede da sala, simples.

    Cada um tem sua lembrança deste jogo, e você conseguiu unir muitas delas no post. Meu caso, que só joguei na época em locadora e por isso não conseguia ir muito longe, tinha a sensação de que nunca mais iria jogar algo igual. Mais uma vez, a tal chuva foi um toque tão brilhante no início e as dungeons iniciais eram sedutoras ao extremo.

    O cartucho está encaixado aqui no SNES faz uns 2 meses, depois deste post não tem como segurar mais. Aliás, taí: se tem um jogo que REALMENTE eu peguei para jogar até o final por causa de um post, foi após o seu sobre Ocarina of Time (tem uns dois anos isso já? Rs…), acho que a “mecânica” vai se repetir. Valeu Gagá e bônus pelas fotos que você fez da TV do seu amigo em 1991, direto do túnel do tempo!

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  • 28/05/2012 em 5:43 pm
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    @SonicTales
    Inesquecível a chuvinha, né?

    @John
    Eu é que agradeço pelo apoio, John, volte sempre!

    @Albatross
    @bootsector

    Não sei sobre essa sala secreta, tenho que dar uma pesquisada… agora fiquei curioso!

    E valeu pela hihstória, adoro ouvir essas coisas. Eu lembro direitinho de quando joguei ALTTP com o meu amigo no SNES dele, o negócio foi insano. A gente tinha passado meses em cima dos dois primeiros Zeldas, e o de SNES era uma cosinha-tão-bonitinha-do-pai… os gráficos eram fora da realidade para a gente.

    @Kleber ( snake wings)
    Calma, não chora não ^_^ Ô nostalgia boa!

    @leandro(leon belmont)alves
    Algumas das fotos tão com scanlines por causa daquele aparelhinho mágico da loja do bootsector (banner aí na barra direita do blog), em outras eu não tinha ligado o treco então forcei com um filtro do GIMP. Ficou bacana, né?

    Tô no meio do Link’s Awakening, provavelmente vai ser o próximo.

    @Cosmonal
    Aê, que bom que gostou ^_^

    As fotos infelizmente não são da TV do amigo, he he… aí já seria demais! Veja a explicação que dei ao Belmont aí em cima, depois te explico como faz o lance do GIMP. Ou então compre o aparelhinho mágico do Bootsector, he he…

    Joga sim que é bom demais, velho! Jogão!

    @PH
    @helisonbsb
    @Fernando Lorenzon

    É difícil para mim escolher um Zelda favorito, mas esse aí está, no mínimo, empatado com Ocarina e Majoras na liderança. E Fernando, eu comprei um Wii em grande parte por causa dos jogos de GC, visto que não tinha console da Nintendo desde o N64. Vale muito a pena a compra, e parece que o preço do Wii vai cair para 99 dólares. De repente anunciam algo na E3, fique de olho!

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  • 28/05/2012 em 6:41 pm
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    Brilhante, esse jogo é muito bom!!!
    Eu até com um pouco de inveja ouso citar que o OoT copiou toda a base dele, só modificando detalhes e gráficos é claro, mas a ideia toda tá ali, um mundo com 3 dungeons principais, outro mundo com 7, seria como o link pequeno o light world e o link adulto o dark world. Mas claro OoT é um grande jogo também, embora eu prefira aLttP. Belo post, que mostra bem o que a palavra Nintendo representa pra mim(é muito amor no coração, euhuehehe)

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  • 28/05/2012 em 7:10 pm
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    As fotos com scanlines foram uma uma, Gagá!
    Não vou comentar sopre alttp pois simplesmente não há comentários. Sua análise já ilustra bem o sentimento vinculado ao jogo!
    Esse é daqueles que fico no máximo dois anos sem zerar de novo, mas, em janeiro – quando zero novamente Chrono Trigger, Cross, FF6, Snatcher e… Enfim, às vezes, não escapa da minha “rejogatina” anual!
    Belo post e belo jogo. Um dia compro um Snes pois o cartucho já tenho completinho XD.

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  • 28/05/2012 em 9:28 pm
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    Foi exatamente esse game que me levou num caminho sem volta pro Mundo dos RPG’s, apesar de ele ser um Action-Rpg né, detalhe haha’
    Aconselho todo Gamer a joga-lo ! Não jogar Legend of Zelda ‘A Link to the Past pra Super Nintendo e um pecado gamistíco sem perdão !

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  • 29/05/2012 em 8:47 am
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    Meu primeiro contato com a série Zelda foi com ALTTP. Numa época que eu não entendia inglês direito, achei o jogo bastante difícil e só terminei graças aquele detonado da Ação Games, que foi dividido em várias edições. Alguns anos depois, já com um certo domínio da lingua inglesa, joguei novamente a vera e foi muito gratifcante.

    @Fernando Lorenzon
    Valeu por avisar. Eu não tinha ouvido falar a respeito disso. Eu estou no aguardo do Wii-u. Ainda não há confirmação da Nintendo se vai ou não vai ter retrocompatibilidade com o Wii / Cube. Mas não descartei a hipótese de pegar um Wii também. Estou querendo um console Nintendo só por causa das franquias da Nintendo mesmo. Meu último console foi o Super Nes de fato, pois tive o N64, o Cube e um GBA, mas praticamente não joguei nenhum deles. Só tive pra “colecionar”.

    Falow! 🙂

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  • 29/05/2012 em 9:28 am
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    Parabéns Gagá!
    Perdoe-me por nunca ter jogado ALTTP mas reconheço a grandiosidade da história e de todos os detalhes criados pela equipe pra tornar essa série um dos grandes clássicos dos games.
    E sua descrição já faz qualquer um que nunca jogou este jogo procurar um logo uma oportunidade de experimentar a aventura.
    Parabéns!

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  • 29/05/2012 em 10:29 am
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    @Juliano
    Pois é, o que eu acho bacana no Ocarina é que ele se mantém bem fiel aos princípios da franquia. É o mesmo jogo, só que 3D, né?

    @Cássio “Pé na Cova” Raposa
    Muito legal isso de você zerar novamente alguns jogos todo ano, acho que vou instituir um lance desses aqui em casa…

    @Fernando Lorenzon

    @piga

    Ah, é, tem esse lance! Da última vez que li, disseram que era só para modelos europeus de Wii, mas se o preço cair mais provavelmente vai rolar em outros países também.

    @Sirlon Hayate
    No meu caso, foi o primeiro Zelda. Meu amigo comprou o original de NES, com mapa e tudo, e a gente pirou com aquele pacotão. Não entendíamos PN de inglês, mas era irresistível.

    @Bruno
    É um dos meus favoritos também, Bruno, e certamente foi um dos mais mágicos, daqueles que a gente lembra direitinho da sensação que teve quando jogou na época.

    @Daniel Paes Cuter
    Dá para fazer scanlines nos emuladores, mas é que eu joguei no Virtual Console do Wii. Nada contra os emuladores, mas jogar na TV da sala com todas as limitações de saves é vital pra mim, he he!

    @Andrey
    Andrey, só por esse banner sensacional que você fez você já tá perdoado! Sem ofensa, mas quando abri o email com a imagem a primeira coisa que pensei foi “Ah, Andrey, vai pro inferno!” ^_^ Se inveja matar, se cuida porque um piano pode cair sobre a sua cabeça a qualquer momento! Thanks a lot!

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  • 29/05/2012 em 3:09 pm
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    Cara… esse é um dos poucos jogos que eu não me canso de jogar.

    Para mim ele é imortal. Gráficos ótimos, música inesquecível, dungeons de quebrar a cabeça… perfeito.

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  • 31/05/2012 em 9:34 am
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    Fala Gagá. Grande resenha e estou ansioso pela resenha de Wind Waker.

    Vamos ao comentário: O ápice do 2D… Esse comentário me incomodou e, ao mesmo tempo, me intrigou. A Link to the Past tem seu mérito. Esse game com certeza melhorou muito a ideia dos primeiros jogos do NES e lançou a franquia num patamar impensável até então. Particularmente é um Zelda que gosto muito, mas que ainda não terminei. Acho muito imparcial colocá-lo como ápice dos jogos 2D pois na minha opinião, o Zelda do SNES teve uma forte mídia favorável, o momento certo para ser lançado, entre outros fatores que que muitos jogos não tiveram.

    Sabe qual é o jogo que eu classifico como o ápice dos gráficos 2D no SNES (e na era 16bits)? Super Mario World 2: Yoshi’s Island. Gráficos (o traço infantil é marcante), trilha sonora, level design, fator gameplay, replay, etc. Ele se encaixa perfeitamente no que eu te falei acima. Faltou o momento certo. O jogo infelizmente veio no fim da vida do SNES, quando as atenções de todos estavam mais voltados para 3DO, Saturn, PSOne… Se mudássemos em dois anos o lançamento do game, garanto que seria um sucesso do nível de DKC ou mesmo um Chrono Trigger.

    Enfim, sou muito fã da série Zelda – e curto muito os jogos para portáteis, coisa que muita gente não entende – gostei da matéria e A Link to the Past é uma aventura que pretendo desbravar com calma no sofá de casa num futuro breve.

    Um forte abraço e parabéns pelo Dossiê!

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  • 31/05/2012 em 10:05 am
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    @Albatross
    O conceito de “ápice do 2D” é extremamente subjetivo, então é normal que alguns discordem, no prob!

    Na verdade, quando falo nesse ápice, eu me refiro não só à qualidade dos gráficos mas também a todo esse lance midiático de ter saído na hora certa e tal… é meio como um ápice histórico. Você está certíssimo, é que a sua avaliação está mais concentrada no mérito dos gráficos e do jogo em si, a minha dá mais ênfase a todo esse momento histórico.

    Só complementando, uma coisa que me agrada muito nos gráficos do ALTTP é como ele lida bem com a profundidade, com aqueles labirintos com passarelas mais altas e outras coisas interessantes. Eles realmente fizeram o 2D ser o mais 3D que podia, he he…

    Quanto ao Yoshi’s Island, os gráficos são mesmo um estouro, eu adoro esses trabalhos mais exóticos. Mas acho que no caso dele nem foi uma questão de momento errado: acho que o jogo é tão extravagante que jamais seria bem recebido. É uma daquelas doideiras deliciosas que volta e meia algum ser iluminado consegue convencer uma megaempresa a bancar ^_^

    Aliás, esse Yoshi’s Island merecia um belo post… joguinho injustiçado, todo mundo ficou com a impressão errada quando falaram no chip FX e tal… hmmm…

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  • 30/09/2012 em 2:55 pm
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    Cara eu tenho minhas dúvidas sobre meu jogo preferido de SNES…

    Mas Zelda – ALTTP com certeza é um dos meu preferidos, não vou dizer o maior, porque quando me lembro de Yoshi’s Ysland, Metroid III, Donkey Kong, Super Mario, Contra III e muitos outros sempre fico na dúvida… 😛

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  • 05/11/2012 em 2:27 pm
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    Ae Gagá! Sempre me amarro nos teus posts.

    Zelda 3 foi um dos jogos mais emocionantes de snes que joguei. Explico. Da minha turma 90s, antes da Internet e da ampla divulgação de informações, o limite da turma em nível de completude não era 100% em zelda 3. Fizemos uma aposta pra ver quem conseguiria achar todos os corações primeiro, mas por meses, faltaram 2. E eu fui o primeiro do grupinho a desvendar tudo! hehe

    Ae, pra quem quiser contribuir com um site livre sobre dossiês de jogos e ser o primeiro a escrever um dossiê sobre Zelda ALTTP, segue:

    http://dossiegamer.wikidot.com/dossies:zelda-a-link-to-the-past

    Abraços

    Duds

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