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Como eu já disse no post do beat’em up Renegade, o Brasil e o mundo viviam a onda Karatê Kid nos anos 80, e qualquer filme de briga com apelo oriental acabava caindo no gosto da galera. Foi assim que artistas como Van Damme, o lendário Chuck Norris e o semi-deus das artes marciais, Bruce Lee inspiraram moleques como eu a sonhar com uma vida de heroísmo e justiça. As empresas de games, espertas, aproveitavam-se também desta euforia e lançavam para os computadores e consoles jogos que se assemelhavam com os sucessos das telas de cinema. Desta forma o Zx Spectrum, conhecido como TK-90X no Brasil, recebeu uma versão de Bruce Lee (jogo de luta e plataforma), produzido pela Ocean e licenciado pela Datasoft em 1984.

A “história” transcorre com Bruce Lee coletando uma série de artefatos que abrem passagens secretas e possibilitam o progresso da partida. Durante toda a aventura, um ninja e um lutador de sumô chamado Yamo tentam impedir que o herói cumpra seus objetivos. Armadilhas marotas e puzzles inteligentes também estão presentes, portanto, todo cuidado é pouco! Os cenários retratam ambientes asiáticos, com montanhas e arquitetura típicas do outro lado do mundo.

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A jogabilidade baseia-se em alguns movimentos especiais executados pelo manche e por apenas um botão. O chinês bom de briga dá socos, chutes, pula e se abaixa. Tais skills são exigidas em diferentes momentos do game. Infelizmente, os confrontos são repetitivos (por conter apenas dois adversários) e pouco profundos, podendo decepcionar àqueles que esperam ver Bruce Lee demonstrar toda a habilidade exibida na TV.

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O design das fases explora, de uma forma bastante competente, o gênero plataforma, sendo necessário pular buracos, resistir a esteiras que te puxam rumo a facas afiadas e ter um rápido senso de percepção para não ser pego em emboscadas. Pena que o game seja curto, sendo possível concluí-lo em menos de uma hora. Para dar mais longevidade, tudo se repete novamente num nível de dificuldade maior cada vez que o último chefe é derrotado. Existe ainda a opção 2 players, que acrescenta replay value, permitindo a um dos jogadores atuar como um dos rivais de Lee.

Os gráficos e o som cumprem o seu papel. Não são dos melhores vistos no Spectrum, mas não são tão ruins. O título da Datasoft ainda foi lançado para diversos outros sistemas na época, a exemplo do MSX e do Commodore 64 (figura a seguir). Curiosamente a maioria das outras versões têm um visual mais pixelado e não repete a bem sucedida jogabilidade presente no speecy.

Em 2008 os programadores TREVOR (SMILA) STOREY e STUART COLLIER fizeram um remake bacana com gráficos mais modernos para o PC, que pode ser baixado neste site http://bruce.ovine.net/.

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Apesar de frustrar um pouco as expectativas no quesito luta, Bruce Lee tem suas qualidades no quesito plataforma. O game consegue criar situações desafiadoras, onde raciocínio rápido e técnica são essenciais para a sobrevivência. A aventura é curta, porém viciante. Frequentemente, quando me sobra uns minutinhos, eu acabo executando esta ROM novamente no meu Dingoo. Há vários outros modos de se conhecer este entre outros clássicos de Spectrum; além do Dingoo ou qualquer portátil chinês, no PC há uma série de emuladores e até sites em flash como o http://www.zxspectrum.net/ que funcionam perfeitamente. Convido-te a adentrar o mundo Sinclair, onde poucos kbytes se transformam magicamente em grandes experiências gamísticas!

Quem nunca sonhou em ser Bruce Lee? [ZX Spectrum]
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