Olá caros leitores do Gagá Games! Aqui é o seu amigo André Breder para trazer até vocês mais uma edição do Recordar é envelhecer! Hoje vou relembrar um game lançado para os fliperamas, que os sortudos que tiveram a chance de jogá-lo com certeza até hoje se lembram muito bem dele: Golden Axe – The Revenge of Death Adder, um Hack ‘n’ Slash realmente inesquecível! Não o conhece? Então tenha uma boa leitura e tenha certeza: após ler este post você irá sair correndo atrás de um emulador de Arcade para conhecer e jogar este excelente jogo!

Introdução

Golden Axe: The Revenge of Death Adder é, para aqueles que o conhecem, a verdadeira sequência do game original. Lançado de forma exclusiva para os Arcades, no ano de 1992, um ano depois de Golden Axe II ter sido lançado para o Mega Drive, este sensacional Hack ‘n’ Slash fez uso da placa Sega System 32, trazendo portanto grandes inovações técnicas se compararmos com os games lançados até então.

O fantástico mundo de Yuria está mais uma vez tendo que enfrentar as forças do mal, pois o maldito Death Adder voltou do mundo dos mortos, sedento por vingança! A legião de seres diabólicos que servem Death Adder se espalhou por toda Yuria, matando e escravizando o seu povo, enquanto Death Adder conseguiu novamente colocar suas mãos sujas no poderoso “Golden Axe”.

Felizmente o lendário guerreiro Gilius Thunderhead, que no passado juntamente com o bárbaro Ax Battler e a amazona Tyris Flare conseguiu vencer Death Adder, retorna para salvar seu povo. Ele se une a novos bravos guerreiros para ser capaz de trazer novamente a paz em Yuria: Goah o gigante, Stern o bárbaro, Dora a guerreira centauro, e o pequeno elfo Little Trix. Fazendo uso tanto da força bruta, como da arte da magia, estes bravos guerreiros partem em uma épica jornada, onde no final terão que fazer com Death Adder volte novamente ao mundo dos mortos!

Sobre o game

Logo de cara, o jogador nota que em Golden Axe – The Revenge of Death Adder a SEGA quis dar um passo além do que foi apresentado no game original, ao invés de repetir a mesmice, como havia feito em 1991 com o lançamento de Golden Axe II para o Mega Drive. Decidiu desta vez não repetir o trio de heróis, colocando 4 novos personagens no game (mesmo que o guerreiro Stern seja praticamente um clone de Ax Battler), já que o velho anão Gilius, o único visto no game original, na verdade se limita a ficar nas costas do gigante Goah. Desta forma temos personagens com habilidades e poderes diferentes dos vistos anteriormente na franquia, o que serviu para dar novo fôlego para a série.

Golden Axe – The Revenge of Death Adder, como todo game de sua franquia, foi feito mesmo para ser jogado de modo multiplayer: aqui até quatro jogadores (sendo que em algumas máquinas havia a possibilidade de apenas dois jogadores simultâneos) podem se divertir ao mesmo tempo no game, tornando a experiência muito agradável. Uma boa novidade é que é possível aplicar alguns golpes em conjunto, o que colabora no extermínio dos inimigos e aumenta também as formas de se divertir com o jogo.

The Revenge of Death Adder trouxe ainda outras novidades em relação aos games da série Golden Axe lançados até então: em alguns momentos do jogo é permitido que o jogador possa escolher por qual caminho seguir, fazendo com que desta forma a vontade de jogar novamente The Revenge of Death Adder se torne imensa, mesmo para aqueles que já tenham terminado o game uma vez, pois em cada nova partida novos caminhos poderão ser escolhidos, trazendo fases e desafios ainda não vivenciados pelo jogador.

Em relação aos poderes mágicos, também houve uma sutil mudança, onde desta vez a magia não se torna mais poderosa de acordo com o número de potes de magia que estão no poder de um personagem. Para se liberar um ataque mágico é necessário conseguir um determinado número de potes, que varia de acordo com o personagem com que se está jogando, e se o jogador preferir pode ir “estocando” os potes de magia (podendo no máximo acumular 99 potes), podendo desta forma ser capaz de liberar mais de um ataque mágico em sequência no jogo.

Os potes de magia podem ser conseguidos ao atingir os duendes que sempre aparecem no decorrer do jogo (sendo que os de cor verde deixam alimentos que restauram a energia perdida); ao destruir certos objetos, como barris; e também ao salvar algum aldeão. E falando em salvar pessoas, no game original em alguns momentos podíamos encontrar com pessoas fugindo das cidades invadidas pelas tropas de Death Adder, e até mesmo nos depararmos com algumas sendo maltratadas. Em The Revenge of Death Adder isto é muito mais explícito e explorado, onde encontramos pessoas aprisionadas e outras fazendo trabalhos forçados, como carregar pesadas estátuas de pedra do maléfico Death Adder. Logo no começo do jogo vemos carroças levando pessoas, o que mostra que Death Adder está mais impiedoso do que nunca, pois desta vez ele não se limita a apenas matar e destruir, como também deseja escravizar todo o povo de Yuria… ou pelo menos o que sobrou dele.

As criaturas que servem de “montaria” para os heróis, uma marca registrada da série, não poderiam faltar, e em The Revenge of Death Adder elas são todas bem diferentes das que foram encontradas nos games anteriores, mostrando criatividade por parte da SEGA. Cada um destes “colaboradores” tem suas próprias características, e são realmente de grande ajuda na eliminação dos inimigos mais petulantes.

Agora um detalhe curioso em relação ao modo em que a personagem centauro se comporta quando vai fazer uso de alguma das “montarias” do game: originalmente Dora, por causa de sua raça, tem para baixo de sua cintura, a forma de um ser equino, mas ela como num passo de mágica, passa a ter pernas como as de um ser humano, no momento exato quando monta em alguma das criaturas disponíveis no jogo. Essa eu acho que nem o Mister M. consegue explicar…

Uma outra novidade trazida para a série por meio de The Revenge of Death Adder, são algumas pequenas “catapultas” e outras formas de máquinas balísticas, que também são uma verdadeira “mão na roda” para matar os inimigos menores do jogo.

Graficamente The Revenge of Death Adder bota todos os outros games da franquia Golden Axe lançados até então (e até mesmo alguns lançamentos posteriores, como o horrendo Golden Axe III do Mega Drive) no chinelo: tudo está em um nível acima, com cenários cheios de cores vivas e bem diversificados; personagens com sprites bem detalhados e bem grandes na tela; e também bacanas efeitos que dão ao jogador a sensação que certos objetos gráficos (como estilhaços de inimigos) estão sendo jogados para fora da tela! Simplesmente fantástico!

É legal notar pela concepção gráfica do game, que a fantasia retornou com força total para a franquia Golden Axe por meio deste jogo. No game original tivemos o vilarejo em cima de uma tartaruga gigante e também a fase onde os heróis lutavam no corpo de uma águia enorme, já em Golden Axe II, do Mega Drive, tudo foi mais “normal”. The Revenge of Death Adder traz cenários realmente fantasiosos, como floresta de cogumelos gigantes, vilarejo de anões e até a decisiva batalha ocorre nas costas de um dragão.

Agora eu não poderia deixar de citar a animalesca animação que ocorre quando as magias dos personagens Goah e Stern são lançadas sobre alguns inimigos menores: na tela surge uma bacana animação que mostra os malditos soldados do mal virando “churrasquinho” com a magia de fogo do bárbaro, ou estátuas de pedra com a magia do gigante. E falando na magia do grandalhão Goah, eu acredito que na verdade quem lança este poder é Gilius, já que no momento em que a magia é acionada, Goah apenas cruza os braços, enquanto Gilius é quem levanta as duas mãos, como se realmente estivesse invocando a magia. Isto explicaria também o motivo pelo qual o herói do passado agora se limita a ficar nas costas de um gigante, e também porque tal gigante aceita este “peso” nas costas. Uma mão lava a outra…

Em termos de sonoridade The Revenge of Death Adder também faz bonito, com efeitos sonoros muito bem feitos. O som das armas cortando e demolindo os inimigos só incita ao jogador a querer mais e mais, enquanto que o último suspiro de vida dos inimigos (mais uma marca registrada na série) torna a missão de acabar com as hordas do mal algo ainda mais prazeroso. Nada melhor do que ver seus inimigos, um por um, caindo ao solo enquanto gritam de dor!

A trilha sonora é épica, com músicas empolgantes e grandiosas, na maioria da vezes. Mas apesar de toda a qualidade das composições de The Revenge of Death Adder, elas ainda não conseguem ser melhores do que as músicas que compõem a trilha do primeiro game, que são músicas realmente insuperáveis!!

A jogabilidade está tão boa quanto nos games anteriores. São três botões reservados para as ações, que são atacar, pular e soltar magia. Ao apertar ao mesmo tempo os botões de ataque e de pulo contudo, o jogador aplica um golpe mais devastador nos inimigos, mas isso lhe custará um pouco de sua energia, o que torna este movimento algo para ser usado apenas nos momentos de aperto do jogo.
E em relação a dificuldade, The Revenge of Death Adder definitivamente não é para os “fracos”. O número de inimigos na tela é sempre grande, o que faz com que um aventureiro solo tenha bem mais dificuldades do que um grupo de heróis. Alguns inimigos são terríveis, como os guerreiros esqueletos, que assim como já visto no game original, são rápidos e mortais em seus ataques. Os chefes também prometem boas batalhas, principalmente os últimos.

Death Adder, então, é osso duro de roer, e tem ainda que ser encarado três vezes pelos heróis! Na primeira batalha na verdade deve-se antes destruir o escudo mágico que ele carrega, que é capaz de “engolir” os potes de magia dos heróis (impedindo assim que alguma magia seja liberada), e que protege também o maldito de receber qualquer dano. Após o escudo ser destruído é que o jogador poderá ferir o vilão, que então terá que ser vencido duas vezes. O desfecho do jogo revela ainda um final trágico para um dos heróis…

Conclusão

Golden Axe – The Revenge of Death Adder é, na minha humilde opinião, o melhor game da franquia! Mesmo ele não superando o jogo original em relação a trilha sonora, todo o resto está muito superior, e eu o considerado também ainda mais divertido.

Acredito que muitos gamers no Brasil não tiveram a sorte de conhecer este game na época, e o fato dele até hoje se manter como exclusivo para a plataforma Arcade, nunca tendo aparecido em nenhum console, só ajudou a torná-lo para muitos uma “verdadeira lenda”.

Só que hoje temos os emuladores meus amigos, e seu computador pode virar facilmente um “fliperama” capaz de rodar o excelente Golden Axe – The Revenge of Death Adder! Então se você que leu este artigo nunca jogou este game, não perca mais tempo: procure por um bom emulador, uma ROM de The Revenge of Death Adder e seja feliz!

Recordar é envelhecer: Golden Axe – The Revenge of Death Adder (Arcade)

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