Olá amigos do Gagá Games! Aqui é o retrogamer André Breder para trazer até vocês mais uma edição do Recordar é envelhecer! Hoje vou relembrar aquele que é considerado por muitos como o maior clássico do Atari 2600: Pitfall!, a obra prima do genial designer David Crane. Tenham todos uma boa leitura e até a próxima!

Introdução:

Muitos gamers mais novos pensam que o gênero ação/plataforma começou com Super Mario Bros… ledo engano. Antes da grande obra de Shigeru Miyamoto ver a luz do dia, outros games do gênero haviam surgido, e apesar de indiscutívelmente a primeira aventura dos irmãos Mario no Reino dos Cogumelos ter sido sim, o game que deu abertura para que milhares de outros similares surgissem no mercado de games, o jogo da Nintendo não foi o primeiro grande sucesso dentro do gênero plataforma… Pitfall! do Atari 2600 surgiu antes, e fez um enorme sucesso, tendo vendido mais de 4 milhões de cópias ao redor do mundo! David Crane, uma das mentes brilhantes por trás da Activision, foi o responsável pelo jogo, e mostrou ao mundo que o gênero plataforma tinha tudo para, no decorrer dos anos, se tornar facilmente como o tipo de jogo preferido entre os gamers.

Hoje em dia, o primeiro Pitfall! é claramente um game ultrapassado, mas na época em que foi lançado, o “longínquo” ano de 1982, ele foi um game que inovou todo um conceito, fazendo com que os gamers fissurados pelo Atari 2600 logo o tornassem como um dos games mais vendidos do console, e abriu terreno para que novos games de plataforma fossem criados. Se hoje temos o personagem Mario como um dos ícones do univeso dos games, muito se deve ao sucesso obtido antes pelo explorador Pitfall Harry…

Sobre o game:

O modo de jogo de Pitfall! é simples: o jogador deve guiar o destemido explorador Pitfall Harry em uma floresta cheia de perigos, mas que também guarda muitos tesouros. Cada partida tem um total de 20 minutos, e é durante este tempo máximo que o jogador deverá tentar ser capaz de recolher todos os 32 tesouros do jogo, sendo que cada um deles rende muitos pontos. O placar do jogador começa já com 2000 pontos, mas ele perde pontuação cada vez que é acertado por um tronco (seja ele rolante ou estático) ou quando cai em um buraco que o leva para o subsolo.

No total, Pitfall! traz 256 telas diferentes. Cada tela traz consigo, obstáculos ou inimigos que são os mais variados possíveis, como areia movediça, rios, troncos rolantes, cobras, escorpiões e os famigerados crocodilos, sendo que estes últimos são responsáveis por um dos momentos mais antológicos do jogo: Harry tem muitas vezes, como a única forma de atravessar um enorme rio, a necessidade de pular nas cabeças de um trio de crocodilos, que abrem e fecham sua enorme boca de tempos em tempos. Basta saltar no momento errado ou um mal posicionamento na cabeça destes terríveis reptéis para fazer com que o explorador perca uma vida.

E falando em vidas, Harry tem apenas três vidas, ou seja, tem que ser muito “craque” para ser capaz de sobreviver no game até que o tempo de 20 minutos se esgote, já que não há pontos de vida, bastando um mero “esbarrão” em um inimigo ou uma queda em um rio para perder uma das preciosas vidas de Harry.

Durante sua travessia na floresta, o jogador terá meios mais úteis para atravessar certos perigos, como o cipó que é realmente uma mão na roda para se atravessar rios ou areia movediça com segurança. Outra possibilidade de assegurar a sobrevivência de Harry, é tentar seguir pelo subsolo algumas vezes, mas o jogador deve ter ciência que nestes locais um grande perigo o aguarda: um maldito escorpião gigante!

E como se isso não fosse o bastante, os subsolos são também locais cujo espaço físico é muito limitado, já que várias paredes de tijolos vermelhos são encontradas nestes locais, tornando impossível o jogador seguir todo o jogo neste tipo de área.

Graficamente Pitfall! mostra que David Crane e sua equipe tiveram um capricho imenso com o game, mesmo com todas as limitações do Atari 2600. O cenário do game é bem feito, e o design de Harry e de seus inimigos da selva também ficou excelente, estando em um nível nunca antes visto no Atari 2600.

Mas o que chama mesmo a atenção é em relação a animação dos objetos gráficos do jogo, com destaque para o protagonista, que corre, salta, desce e sobe escadas, tudo sendo mostrado com grande perfeição e realismo na tela.

Na época era difícil acreditar que um game do Atari 2600 pudesse ter uma animação tão perfeita quanto a que é mostrada em Pitfall!, sendo que o comum era vermos games com “seres inanimados” como carros e aviões. Colocar um ser humano no papel principal de um game, e ainda fazer isso de uma maneira que o cérebro do jogador chegasse a acreditar que o monte de pixels correndo na tela, era realmente uma pessoa, foi um feito notável de David Crane.

A sonoridade do game segue o padrão clássico dos games do Atari 2600 da época: não há trilha sonora com música rolando todo o tempo, mas em compensação temos efeitos sonoros bem feito que conseguem dar vida ao jogo. É quase como a questão dos sabres de luz nos filmes clássicos da franquia Star Wars, onde não era necessário ter uma música rolando ao fundo para dar emoção a batalha, pois o próprio som dos sabres já era musical o suficiente.

É legal notar o cuidado que os produtores tiveram com a parte sonora, onde grande parte das ações no game tem sua sonoridade característica, desde os simples saltos de Harry, até quando ele pega “carona” em um cipó no melhor estilo Tarzan!

A jogabilidade é simples, prática e funcional: com o manche direcional pode-se movimentar o personagem tanto para a direita quanto para a esquerda de maneira precisa, e com o botão de ação faz com que Harry pule. Se cair no subsolo bastará posicionar o explorador bem abaixo de uma escada e segurar o manche direcional para cima para fazê-lo subir rapidamente. Precisa de mais alguma coisa? Em Pitfall! a resposta é um sonoro “não”. Em termos de dificuldade, Pitfall! é um game com um desafio bem grande. A medida que o jogador vai se aprofundando no jogo, mais e mais cenários complicados vão surgindo no caminho, tudo na tentativa de fazer com que Harry perca suas vidas antes de ser capaz de encontrar todos os tesouros do game.

Conclusão:

Pitfall! pode ser considerado, sem dúvida, como um dos games mais importantes da indústria. Serviu de influência para inúmeros games (ou praticamente todos) do gênero plataforma que surgiram posteriormente, e cravou de vez o nome de David Crane na lista dos maiores designers de games de todos os tempos. O sucesso foi tanto que logo Pitfall! ganhou versões em outros consoles além do Atari 2600, e acabou se tornando numa franquia, que teve no decorrer dos anos momentos altos e baixos. É um game ultrapassado, como já disse antes, mas isto não o torna menos divertido hoje, do que era há quase três décadas atrás. Quem disse que um game para ser divertido precisa ser moderno? Pitfall! é a prova viva que isto não é necessário…

Recordar é envelhecer: Pitfall! (Atari 2600)
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