Olá amigos leitores do Gagá Games! Aqui é o retrogamer André Breder para trazer neste sabadão mais uma edição do Recordar é envelhecer! Hoje irei relembrar um game de ação que eu considero até hoje como um dos melhores que pude jogar: Strider 2, game lançado originalmente para os Arcades, mas que posteriormente recebeu uma versão para o PlayStation, o que só ajudou a divulgar ainda mais este belo jogo pelo mundo afora. Bem, tenham todos uma boa leitura e até a próxima!

Introdução

O primeiro Strider, lançado para os fliperamas em 1989 foi um grande sucesso: desenvolvido pela Capcom, este game de ação pode ser considerado como um dos grandes “hits” da empresa antes do lançamento do vício coletivo mundial Street Fighter II, fazendo com que jogadores de todo o mundo gastassem fichas e mais fichas para continuar a aventura do destemido Hiryu, um membro do mais alto nível dentro da organização “Strider”, composta por agentes que são uma espécie de “ninjas high-tech”. O game se passa no futuro, mais precisamente no ano de 2048, época onde todo o planeta Terra está sofrendo nas mãos de um cruel ditador conhecido apenas como “Grandmaster”. Hiryu foi o selecionado para a mais difícil missão de todas: invadir o território inimigo, eliminando cada fiel servo do maldito “The Grand Master”, até ser capaz de encarar o próprio vilão, e então fazê-lo deixar este mundo para um lugar pior, muito pior!

O game teve versões para os mais variados sistemas, mas foi no console de 16 Bits da SEGA, o Mega Drive, onde Strider brilhou de forma definitiva em todo o mundo, fazendo com que esta versão lançada em 1990 fosse considerada como o jogo do ano pela revista EGM. Devido ao grande sucesso de Strider uma sequência não demorou para sair, e em 1990 saia para vários sistema o título “Journey from Darkness: Strider Returns”, que também ficou conhecido como Strider II. Só que ao contrário do título original, este game não foi uma produção da Capcom, que deixou todo o desenvolvimento do novo jogo nas mãos da desconhecida Tiertex Ltd, sendo que o título foi lançado pela U.S. Gold. E infelizmente o jogo não fazia jus a carregar o título Strider, sendo literalmente massacrado pela crítica e também pelos jogadores que se decepcionaram com o game.

Os fãs de Strider tiveram então que esperar por nove anos para uma sequência de verdade, que seria novamente desenvolvida pela Capcom, e que conseguiria trazer tudo o que havia dado certo no game original e ainda boas invonações: em 13 de Dezembro de 1999, como uma espécie de presente de Natal adiantado, saia em todo o mundo o Arcade “Strider 2”!!!

Sobre o game

A trama de Strider 2 se passa 2.000 anos após os eventos do primeiro game da série. O vilão “The Grand Master” voltou a vida algum tempo depois de ter sido derrotado por Hiryu, e dominou todo o mundo mais uma vez. Quando a esperança já não mais existia para a humanidade, eis que Hiryu surge novamente de maneira inexplicável e surpreendente, pois ele não poderia estar vivo naquela época. De qualquer forma, o antigo herói parte novamente no encalço do ditador “The Grand Master”, armado apenas com sua lendária espada de plasma conhecida como “Cypher”. Hiryu não irá descansar um minuto sequer, até que o grande vilão seja mais uma vez derrotado.

O game traz ao todo cinco missões, sendo que as três primeiras podem ser escolhidas na ordem que o jogador bem desejar. Já as duas últimas são jogadas em sequência. As três missões iniciais ocorrem cada qual em um lugar distinto do planeta (Hong Kong, Alemanha e Antarctica), e já as duas missões finais se passam dentro da nave Balrog e da estação espacial “Third Moon”, sendo que estas duas localidades também estavam presentes no game original, o que é muito bacana pois serve ao mesmo tempo tanto como uma homenagem ao primeiro Strider, quanto para os velhos fãs da franquia.

Apesar de ter sido lançado numa época onde os games totalmente em 3D estavam em alta, Strider 2 se mantém no mesmo esquema do clássico primeiro jogo da série, ao mesmo tempo que dá uma passo a frente: a ação rola em um ambiente em 2D, mas os produtores souberam usar de maneira sábia as tecnologias da época, criando cenários de fundo em 3D para o título, fazendo com que o resultado na tela fossem um verdadeiro espetáculo! Graficamente o jogo é muito, muito bonito, com tudo rolando na tela com uma ótima animação em 60 FPS. Os cenários do jogo são todos muito bem feitos e variados, e fazem uso de zooms automáticos, que dão todo um ar cinematográfico para o título.

Os personagens, mesmo sendo sprites em 2D, possuem um design excelente, e ficaram perfeitamente integrados aos ambientes em 3D do game. O jogo possui ainda belas cutscenes que rolam durante a passagem de uma missão para outra, que traz desenhos feitos a mão no melhor estilo anime. Strider 2 é um daqueles games que nasceram em 2D, e que na na minha opinião, nunca dariam certo em um ambiente totalmente em 3D. Muitas produtoras de games, que até hoje insistem em transportar para o universo 3D alguns de seus títulos clássicos, deveriam seguir o exemplo da Capcom em Strider 2, fazendo um game com tecnologia de ponta, mas sem perder sua essência.

Strider 2 utiliza a tecnologia QSound, que deixa o som muito mais abrangente que no stéreo comum, e contando com seus ótimos efeitos sonoros e sua trilha caprichada, este é um game que facilmente recebe uma nota 10 no quesito sonoro! Cada ação do personagem principal tem um som característico, e felizmente nenhum deles é irritante. Vozes digitalizadas se fazem presentes, no idioma japonês, e ajudam a dar mais vida sonora ao game. Muitos vilões do game irão ameaçar Hiryu antes de partirem para o ataque e o herói também grita ao utilizar seu poderoso “Cypher”. As músicas são muito boas e variadas, e ajudam a passar emoção e adrenalina ao jogador de maneira perfeita!

A jogabilidade é ótima, sendo bem simples e funcional, fazendo uso de três botões reservados para as ações de Hiryu e mais o manche direcional que movimenta o personagem na tela… e também no ar. Hiryu está ainda mais “acrobático” do que em sua aparição no Strider original: além de andar, pular, agachar, deslizar e escalar paredes e tetos, o herói possui agora alguns movimentos novos, como saltar com um grande impulso para frente ao estar escalando uma plataforma, correr, ou ainda dar um pulo duplo, movimento muito útil durante o game. Na parte ofensiva o herói está ainda mais mortal, podendo utilizar a técnica “Savage Slash”, uma forma de ataque bem prática para arrasar com a energia de chefões que estejam no ar. Em relação aos botões, enquanto os dois primeiros são reservados para os comandos básicos, como pular e atacar, o terceiro serve unicamente para utilizar o poder “Boost”, caso o jogador tenha pelo menos um item deste tipo disponível em seu estoque.

Enquanto o jogador estiver com Hiryu no “Boost mode”, ele poderá atirar ondas de plasma com sua espada por um período limitado de tempo, que é determinado por uma barra que surge na tela e vai acabando aos poucos. Através do game, o jogador pode ainda conseguir vários tipos de “power-ups” que melhoram ainda mais o poderoso “Cypher”, e também itens que restauram a energia perdida, garantem boosts adicionais e ainda rendem muitos pontos. Vale citar que todos os itens que dão pontos extras ao jogador em Stider 2, são homenagens a outros games da Capcom. Fãs mais velhos que curtiram Arcades como Black Tiger e Forgotten Worlds vão notar isso. Em relação a dificuldade de Strider 2, eu o considero como bem difícil. Apesar de no começo parecer um game bem fácil, nos estágios finais o “bicho pega”, com muitos inimigos na tela, e chefes que dão bastante trabalho para serem eliminados.

Fases onde a gravidade fica invertida, obrigando o jogador a guiar Hiryu na parte superior dos estágios, só ajudam a tornar tudo ainda mais complicado no jogo. Hiryu só tem uma vida, e conta somente com cinco pontos de energia, logo morrer em Strider 2 é praticamente algo “normal”. Logicamente jogadores mais habilidosos poderão detonar o jogo até mesmo com um único crédito, já que ele apesar de ter um nível considerável de dificuldade, não é um game com fases muito longas.

Conclusão

Em suma: Strider 2 é um game divertidíssimo, e facilmente um dos melhores games de ação lançados para os fliperamas, tanto que ganhou até mesmo uma versão para o PlayStation pouco tempo depois de seu lançamento nos Arcades. É definitivamente um jogo que colocou novamente o nome Strider no topo, deixando os fãs da franquia felizes e finalmente livres do trauma causado pelo horroroso “Journey from Darkness: Strider Returns”. É só uma pena que desde o lançamento de Strider 2, não houve mais nenhum game da franquia. O herói Hiryu foi confirmado como um dos lutadores do game Ultimate Marvel vs. Capcom 3, então como a Capcom não esqueceu (completamente) deste personagem, só nos resta torcer para que um novo jogo da franquia Strider possa surgir em um futuro próximo. Mas mesmo que isso não venha a ocorrer, o legado deixado por Hiryu nos dois games da série Strider produzidos pela Capcom, com certeza nunca será esquecido pelos fãs.

Recordar é envelhecer: Strider 2 (Arcade)
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